30 de dez. de 2012

A esperança do Ano Novo


É interessante observar como a esperança das pessoas se renovam com a proximidade de um novo ano. Parece que, ao dar meia-noite do último/primeiro dia, tudo se transformará como que por mágica. Os problemas, as dificuldades, as tristezas ficarão no ano velho. Essa esperança é fragilíssima - os menos românticos diriam alienante - pois não perdura até o fim da primeira semana do ano quando a realidade nos prendem ao chão novamente. 

Não é a mudança de ano que acaba com velhos problemas ou trazem novos. Não há anos fastos ou nefastos. Deus, Senhor da história, tudo conduz com Sua sabedoria e por caminhos e propósitos que só a Ele competem. Podemos e devemos pedir a Deus que nenhum mal nos atinja e, se vivermos na Sua graça, de fato, o pior de todos os males, o mal moral, o pecado, não nos atingirá. Porém, todos os males decorrentes da fraqueza humana, mais cedo ou mais tarde, infelizmente batem à nossa porta. 

Portanto, mais do que desejar e implorar inutilmente uma redoma de vidro que nos isole dos males, peçamos a Deus para que sejamos firmes na fé para enfrentar qualquer contrariedade que possa aparecer e para que não percamos a esperança - esta sim, verdadeira - de que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus. 

24 de dez. de 2012

PT X STF


Fato interessante. O PT acusa o STF de desrespeitar a Constituição Federal na condenação dos mensaleiros. Que o STF - paradoxalmente - vem tomando medidas inconstitucionais durante estes dez anos de governo do PT é evidente. 

Foi assim na aprovação da manipulação de células-tronco embrionárias, na aprovação do aborto de fetos anencéfalos, na decisão em manter como terras contínuas a reserva indígena Raposa-Terra do Sol, na equiparação da união estável para uniões homossexuais, na aprovação dos cotas raciais. Houve até um ministro - pasmem! - que cogitou declarar um artigo da Constituição - o ensino religioso em escolas públicas - inconstitucional! 

Que o STF composto com ministros nomeados pelo presidente Lula passou do limite em suas atribuições e promoveu ativismo judicial não há dúvida, mas todos aplaudiam quando as decisões coincidiam com os interesses do governo do PT. O STF tornou-se o caminho mais fácil do PT aprovar suas aberrações sem ter que desgastar-se com a opinião pública pressionando os deputados e senadores no Congresso. Agora a criatura voltou-se contra o criador. Por isso a choradeira.

12 de dez. de 2012

Zumbi dos Palmares: a pessoa por detrás do mito


O Dia da Consciência Negra foi instituído no dia em que se comemora a morte de Zumbi, líder do quilombo dos Palmares. Penso que este dia deveria se referir diretamente a ele, como no dia de Tiradentes. Mas deram a esse dia esse nome estranhíssimo. 

É interessante observar como se constrói um mito. As nações passam por isso e grupos específicos também. Ocorre comumente na elaboração da "História Oficial". Assim aconteceu com o já citado Tiradentes e acontece com Zumbi dos Palmares. Sem dúvida, foi um grande líder negro, governou Palmares, o maior quilombo do Brasil e resistiu bravamente em sua defesa. Mas foi um heroi? Um defensor da liberdade e da igualdade em tempos de escravidão? Definitivamente não. 

Por exemplo, Zumbi tinha escravos. Isso não o diminui. A escravidão era um estatuto do período e mais comum no continente africano do que em qualquer outra parte do mundo. Zumbi não se diferenciava em nada se comparado a qualquer outro chefe na África, cuja riqueza pessoal - onde as terras eram comunais e o dinheiro, inexistente - era determinada pela posse de vacas, escravos e mulheres. Exatamente nessa ordem. Zumbi nunca realizou um só ato contra a escravidão. Os africanos não compunham uma unidade étnica para lutar por liberdade. Um membro de uma nação ou tribo diferente era tão estranho e considerado inimigo tanto quanto os brancos. O que uniam os negros no Brasil era a escravidão, não a liberdade.

Zumbi não liderou nem mesmo uma só ação heroica para libertar escravos nas senzalas. Os quilombolas de Palmares atacavam senzalas e tribos indígenas para raptar mulheres, escassas no quilombo. Os governados por Zumbi não viviam num mundo idílico e democrático. Nem poderiam, condicionados pela cultura e pela época. A hierarquia de Palmares era rígida, tendo no topo da pirâmide a família de Zumbi. Isso nada tem de espantoso, apenas reproduzia a organização tribal africana. 

Zumbi também não mostrou muita sagacidade no governo do quilombo. Seu tio, Ganga Zumba estava próximo de fechar um acordo com a Coroa portuguesa que prometia a emancipação do quilombo, ainda que submetido como qualquer cidade, ao governo português. Mas o líder foi misteriosamente envenenado, Zumbi assumiu o governo e rompeu qualquer negociação, o que levou a uma guerra que acabou com sua morte e com o quilombo. Assim nascem os mitos, servindo às causas político-ideológicas e deformando a História.

25 de nov. de 2012

Reino de Deus ou República Democrática de Deus?


Hoje, fechamos o Ano Litúrgico com a festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Jesus veio implantar Seu Reino entre nós, cujo germe está presente na Igreja e se consumará no fim dos tempos. Todo aquele que crê em Jesus Cristo e é batizado fica sob Seu domínio de amor. Mas vejo que muitos cristãos estão esquecendo que fazem parte de um Reino, especialmente os evangélicos que seguem a linha da teologia da prosperidade, esses evangélicos televisivos, para exemplificar de quem se trata. 

O distanciamento histórico com a forma monárquica faz com que estas "igrejas" não consigam ter uma imagem clara do que seja um reino e como funciona seu governo. Essas "igrejas" não existiam quando a monarquia era a forma de governo de quase a totalidade dos países. Não existiam no Império do Brasil. E como era um reino na época de Jesus? Basicamente, um reino é governado por um monarca. Ele tem todo o poder. Ele concentra todos os poderes do Estado: legisla, julga e executa. Ele é superior aos seus súditos. É claro que a comparação está longe de ser perfeita, mas os reinos da terra podem nos dar uma imagem do Reino de Deus. 

Mas o que transparece nas doutrinas destas novas "igrejas"? Não se trata do Reino de Deus, mas de uma República. Por quê? Para eles, Deus não fez uma aliança com seu povo, mas fez um contrato com Seu povo (um contrato social, diriam os filósofos políticos). As Sagradas Escrituras são a constituição. Lá consta os direitos e deveres dos fiéis, mas também os deveres e direitos de Deus. Deus, como Presidente, está submetido a esta constituição (Deus não age fora da Bíblia). Termos como "tomar posse" e "determinar" são comuns para se alcançar uma graça, ou melhor, um direito constituído. Determinadas graças e milagres dependem do número de fiéis ou de pastores. Se houver o maior número possível, mais fácil será alcançá-los. É o mecanismo do referendo ou do plebiscito. A maioria decide se a graça deve ou não ser concedida. Tudo muito democrático. 

Na Bíblia há a cura de alguém? Então Ele vai ter que me curar! Há prosperidade econômica de certos personagens? Tenho o mesmo direito! A relação entre o humano e Deus passa-se a ser liberal: a Bíblia é um contrato assinado por Deus e pelo fiel, em igualdade de condições. Se uma das partes não respeitar uma das cláusulas pode sofrer as consequências. Ao fiel, cabe obedecer as leis desta República para não ser punido. Deve pagar seus tributos e impostos rigorosamente (dízimos, ofertas, campanhas das mais estranhas). Assim poderá usufruir das benesses do "Estado" e exigir seus direitos: se está na Bíblia, Deus vai ter que fazer! Em meio a orações em alta voz ou acompanhadas de um choramingo insuportável, praticamente esfrega-se o Livro Sagrado na cara de Deus para que Ele se lembre do que está no "contrato". Deus não é livre e Todo-poderoso. Se descumprir seu plano de governo, suas "promessas", corre o risco de sofrer um impeachment. 

É claro que as coisas não acontecem assim, às claras, e talvez nem seja consciente, mas a escola teológica (se é que podemos chamar assim) que estes pastores seguem, demonstram desconsiderar a Onipotência divina, Sua livre vontade e agir perante o mundo e seus filhos. Não é a vontade de Deus que conta, mas suas "promessas" deduzidas na Bíblia. Talvez estas "igrejas", fundadas sobre a teologia da prosperidade, cujas origens são norte-americanas, trazem em seu DNA o republicanismo e a democracia, marcas dos EUA. Mas os cristãos são súditos de um Reino. Deus é o Senhor e Rei, Aquele que tem todo o poder e liberdade para agir quando e como quiser. Não tem obrigação de curar a todos, nem de dar riquezas a todos. Não está submetido a nada nem a ninguém. Ninguém tem direitos diante d'Ele, pois tudo é graça. Somos filhos diante do Pai sem condições de nada exigir. Só Ele nos conhece em profundidade e sabe o que é melhor para nós. É Sua vontade que deve ser feita e não a minha, por mais nobre e boa que pareça ser. 

Viva Cristo Rei!

20 de nov. de 2012

Petição contra a Usina de Belo Monte


Esses dias vejo rodando pelo Facebook uma petição contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. Já assinei várias destas petições sobre outros assuntos. É uma boa forma de se manifestar, mas o efeito prático é nenhum. 

Sobre o assunto não tenho opinião formada, pois o assunto não é tão simples, a começar pelos que são contra a usina: obscuras ONG's estrangeiras apoiadas por artistas hollywoodianos que defendem a internacionalização da Amazônia; antropólogos que se esforçam para que ribeirinhos e índios vivam como tal, nem que eles não queiram; artistas e intelectuais que moram em Ipanema ou no Leblon e só conhecem a "natureza" pelas janelas de suas coberturas; o holandês Greenpeace que defende a preservação de 61% dos nossos biomas, mas não se ocupa dos 0,8% do que sobrou de florestas em seu país de origem.

A construção da Usina de Belo Monte se arrasta por duas décadas. Depois de tantos esforços, sua construção foi autorizada pelos órgãos ambientais com a obrigação de reduzir ao máximo os impactos ambientais e sociais. É impossível construí-la sem causar algum impacto. Aliás, é impossível qualquer atividade humana sem que estes impactos ocorram. 

Tudo deve ser levado em conta, principalmente os diretamente afetados e infinitamente mais importantes do que árvores e animaizinhos: as tribos indígenas e comunidades locais que dependem da extração e da pesca e das únicas rotas de transporte, os rios. A vida destas pessoas pode ser seriamente comprometida, levando-os à miséria extrema.

É fato que o Brasil escolheu o desenvolvimento industrial e para continuá-lo, necessitará de energia elétrica. É fato que as bacias hidrográficas brasileiras estão saturadas e não há outra região para se construir hidrelétricas senão a Bacia Amazônica; é fato que não há outra alternativa de geração de energia que seja limpa e rentável: as usinas eólicas dependem de ventos fortes e constantes e a energia elétrica que produzem é cara tanto quanto a das usinas fotovoltaicas. Restariam as usinas termelétricas (nos últimos anos o governo do PT investiu pesado na construção destas) altamente poluidoras e as usinas nucleares, que produzem energia elétrica barata, mas trazem todos os riscos que conhecemos. 

Portanto, é preciso pensar duas vezes antes de assinar a tal petição, ainda que, repito, na prática não surtirá absolutamente nenhum efeito. Além de todos os argumentos pró e contra que nos levem ou deixem de assinar, também temos que pensar na nossa hipocrisia. O desenvolvimento econômico do Brasil está baseado no consumo. E o governo incentiva dia-a-dia o aumento do consumo. E o pior: CONSUMIMOS! E o que mais consumimos são aparelhos eletroeletrônicos, bugigangas tecnológicas, temos trocentos celulares, IPad, IPod, tablets, PC's, notebooks, TV's, etc, etc. O acesso a toda essa tralha nunca foi tão fácil no Brasil. Com isso, a demanda por energia elétrica aumentou, tanto nas fábricas como nas nossas casas. 

Como manter nosso nível de consumo, nosso "conforto" sem que haja o aumento de produção de eletricidade? Os culpados são as empreiteiras e o governo? Ou somos tão alienados a ponto de não fazer ideia de como a eletricidade chega em nossas tomadas? Antes de assinar comodamente uma petição que não levará a nada talvez por desencargo de consciência, sugiro atitudes mais sérias: utilizem apenas o necessário, não saiam comprando aparelhos eletroeletrônicos quando não precisam deles, gastem menos energia elétrica. A doença é mais grave do que se imagina. E trata-se doenças graves com remédios amargos e muitas vezes dolorosos e não com qualquer aspirina.

O verdadeiro significado das cores da bandeira do Brasil



O tradicional significado das cores da bandeira do Brasil não corresponde exatamente ao sentido original. O verde não significa nossas matas; o amarelo, as riquezas; o azul, nosso céu. A bandeira nacional, com o losango amarelo sobre retângulo verde surgiu com a independência do Brasil. As cores da bandeira do Império do Brasil tinham outros significados: o verde era a cor real da casa de Bragança, a cor da família do imperador Dom Pedro I; o amarelo, por sua vez, era a cor da casa de Habsburgo, a família de Dona Leopoldina, arquiduquesa da Áustria e imperatriz do Brasil. Portanto, as cores predominantes da bandeira do Brasil foram resultado da junção das cores heráldicas das duas famílias unidas por casamento. Uma tradição bastante antiga entre os nobres. A diferença entre as duas bandeiras está na figura em seu centro. A bandeira imperial traz as armas do Império. Com o advento da República, as armas foram substituídas pelo mapa do céu da noite de 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro. A primeira bandeira republicana era bastante semelhante à bandeira norte-americana (lembrando que o primeiro nome oficial do Brasil republicano foi “Estados Unidos do Brasil”) e foi recusada pelos militares ao alegarem que sob a antiga bandeira nacional, com suas tradicionais cores e formas, o exército havia lutado pela pátria. Com a República, o significado original das cores da bandeira perdeu o sentido e houve um processo de ressignificação das cores – extraoficial, já que não há nada na legislação sobre o significado das cores –, recebendo o significado que conhecemos hoje.

Bandeira do Império do Brasil


18 de out. de 2012

O Brasil vai ser a Europa!


Hoje saiu os dados do IBGE que confirmam a tendência de envelhecimento e consequente diminuição da população do Brasil, do jovem Brasil, diga-se. Aí, foi cogitado quais serão as políticas públicas para essa grande massa de idosos: atendimento médico-hospitalar, casas de assistência, aposentadoria, já que haverá uma grande parcela da população aposentada, maior do que a parcela dos que estão em idade economicamente ativa. 

Ora, a solução vem da Europa! Eutanásia! Sim, os velhos europeus, quando internados em hospitais de países onde a eutanásia é permitida, simplesmente são eliminados, mas tudo muito humano, indolor, com uma injeçãozinha letal enquanto o velhinho dorme tranquilo. A Suíça, inclusive, já oferece pacotes de viagem (chamados turismo da morte) para cidadãos de países retrógrados e conservadores que querem se ver livres de seus pais, aqueles velhos inconvenientes que para nada mais servem. Aliás, era exatamente isso que Platão recomendava. Segue o exemplo europeu, Brasil!

4 de out. de 2012

São Francisco de Assis


São Francisco de Assis

Hoje é dia de São Francisco de Assis. Do verdadeiro Francisco de Assis. Não do homem que foi cooptado por inúmeras ideologias que fez dele um hippie, um comunista, um ecologista, um revolucionário, um anticatólico (sic), um pacifista, um vegetariano, enfim, um imbecil.

O homem que influenciou o segundo milênio foi um apaixonado por Deus. Se configurou a Cristo em tudo: na pobreza, no amor, no sofrimento. Tornou-se pobre porque Deus se fez pobre ao encarnar-se em Jesus Cristo. Não foi um grande defensor da igualdade social, nem atacava a propriedade privada. Como homem alegre que era, riria se alguém se apresentasse diante dele com Che Guevara estampado na camiseta. A pobreza material refletia seu interior. Sua verdadeira pobreza estava na humildade, no rebaixamento diante do Deus Onipotente. Vivia a caridade em extremo. Esse era seu ato revolucionário.

Era um homem eucarístico. Vivia da Eucaristia como todo cristão deve viver. Vivia a Paixão de Cristo na Santa Missa. Lhe causaria tremendo horror se assistisse a determinadas Missas de hoje, principalmente algumas celebradas por um bispo que é seu confrade e que carrega a tira-colo um padre animador de auditório. Sofreu na carne todo o amor de Deus e todo o sofrimento de Cristo quando recebeu as marcas da crucificação. A penitência era contínua em sua vida. Seu cilício está exposto em Assis até os dias de hoje. Dormia no chão, comia pouco e, se não comia carne, era em sinal de penitência, pois a carne satisfazia a gula e era o alimento dos abastados. Jamais Francisco defendeu igualdade de direitos entre homens e animais. Não. Francisco amava o ser humano, o tratava como imagem e semelhança de Deus e mergulhava no mistério da encarnação do Verbo divino. Seria um escândalo para ele somente imaginar que alguma outra criatura pudesse ter a mesma dignidade e grandeza do homem. São Francisco via na natureza a obra divina, o reflexo da beleza e bondade de Deus, cuja administração prudente e amorosa cabia ao homem. São Francisco de Assis jamais preocupou-se com cães sarnentos, mas abraçou e beijou os leprosos.  

O Poverello de Assis era um homem medieval. Não era um homem a frente de seu tempo como querem que acreditemos. Combatia a heresia com vigor a ponto de seus confrades tomarem a frente da Santa Inquisição. Longe de Francisco considerar todas as religiões legítimas e boas. Não se tornou cavaleiro como queria seu pai, não se fez cruzado, mas combateu o Islã com as armas da fé. Seus primeiros irmãos enviados ao Marrocos foram todos assassinados; dirigiu-se ao sultão no Egito para tentar convertê-lo; e, junto aos cruzados, instalou sua Ordem nos lugares sagrados da Terra Santa para protegê-los da sanha muçulmana. Foi, sem dúvida, um homem de paz, mas não um pacifista, não um adepto do "paz e amor", não um John Lennon do século XIII. 

Foi um católico fiel. Não foi um espírito de luz, não foi um espiritualista suprarreligioso ou um rebelde com o qual a Igreja conseguiu entrar em acordo. Amava a Igreja católica, se submeteu ao Papa e à hierarquia eclesiástica por toda a sua vida. Como Jesus, amou tanto a Igreja que a purificou com seu exemplo e seus ensinamentos. Não tolerava a desobediência. Àqueles de sua Ordem que não rezavam o Ofício Divino - a oração oficial da Igreja - eram submetidos à prisão, como soldados indisciplinados. 

Foi assim que São Francisco de Assis tornou-se um dos santos - se não o mais - mais popular da Igreja e uma das figuras mais emblemáticas da História. Deixem de lado as imagens deformadas de São Francisco de Assis. Se alguém quer ser verdadeiro devoto de São Francisco, que imite suas virtudes da humildade, da caridade, do amor incondicional a Jesus Cristo e à Virgem Maria e faça como o Poverello de Assis que desprezou a vida terrena, tinha verdadeiro horror ao pecado e combatia as tentações atirando-se na neve ou sobre espinheiros. A meta, única meta, de Francisco era viver em Cristo, aqui e na eternidade. 

São Francisco de Assis, rogai por nós!

2 de out. de 2012

A Gaystapo e seus argumentos falaciosos

Onde se encontra o texto: 


O texto que defende o "casamento" entre homossexuais segue em rosa e os meus argumentos, em preto:


Vamos explicar algo que parece obvio, mas os difamadores sempre utilizam isso para tentar impedir que casais formados por duas pessoas do mesmo sexo tenham direitos iguais. Sempre falam que homossexuais não podem ter direitos civis iguais aos heterossexuais por que - na cabeça dos homofóbicos - famílias homoafetivas não podem ter filhos biológicos.

Difamadores? Difamadores são pessoas que destroem a boa fama das pessoas. Os debates de ideias, a famosa e defendida "dialética" e aqueles que se propõe a defender seu ponto de vista não podem simplesmente serem taxados de "difamadores", ou agora a difamação tornou-se o simples contraditório? Direitos civis nem sempre são iguais para todos. E nem sempre é esse o ideal e se defende direitos iguais. Em Direito, há a doutrina do tratamento desigual aos desiguais. Ou seja, acidentalmente ninguém é igual. Uma dupla homossexual não é igual a um casal heterossexual. Isso sim me parece óbvio. Por exemplo, um homem não tem o direito de ser mãe, pois por mais que lute pela igualdade entre homens e mulheres, este é um direito que ele não possui exatamente por ser desigual à mulher. Querem exemplos da aplicação de tal tratamento? A Lei Maria da Penha, as cotas raciais e sociais, os Estatutos do Idoso e da Criança e do Adolescente. O casamento civil, digamos assim, aquele que é protegido e validado pela lei é aplicado aos heterossexuais e isso desde o Direito romano, e olha que no Império Romano o que não faltava eram homossexuais. Querem lutar por direitos? Lutem por uma legislação própria, que atenda às necessidades e peculiaridades dos homossexuais. 

Bom, entre 10 a 15% da população é homossexual. Qualquer pessoa que souber contar, vai ver que ainda sobram 85% da população heterossexual para se reproduzir. Isso sem contar o fato que para reprodução só precisamos de um ser humano com útero e um outro ser humano que produza espermatozoides, mas em nenhum lugar desse planeta ser casado com alguém do sexo oposto é condição obrigatória para se reproduzir. 

Outra parte da questão, relacionada, mas não inerente ao casamento é a adoção. Ser contrário à adoção de filhos por pares homossexuais é homofobia? Sob a acusação de homofobia cabe-se tudo o que não agrada aos homossexuais. É por isso que eles tentam aprovar leis que impedem até mesmo a sagrada liberdade de consciência e perseguem implacavelmente seus opositores. Bom, descobri então, sem odiar nenhum homossexual, sem nunca ter agredido física ou verbalmente um homossexual, ser um homofóbico! É um fato: "famílias" não formadas por um homem e uma mulher não podem ter filhos naturais. Agora, este argumento fraquinho deve estar na cabeça dos homofóbicos mesmo (dos verdadeiros), pois não há argumento mais tolo. Fosse assim, por exemplo, casais estéreis e mulheres na menopausa também seriam proibidos de se casarem. Por que não proibi-los? Primeiramente, isso prova que a fecundidade não é condição para o casamento civil e demonstra que não é por isso que o casamento civil entre homossexuais não é permitido. Nada interdita o casamento entre heterossexuais não-reprodutivos porque suas relações não ferem a Lei Natural. "Segundamente", o casamento tem duas finalidades: a procriação e a complementaridade. Só se complementam seres diferentes. Isso é óbvio. Dois parafusos ou duas porcas não se complementam. Entendido? (do verbo entender mesmo, ok?)

O ser humano já foi na lua, já criou a internet, já achou curas para alguns canceres, e essas pessoas ainda utilizam argumentos de 300 anos atrás para impedir o casamento igualitário? Diga não a desigualdade, diga não a burrice!


"O ser humano já foi na lua, já criou a internet, já achou curas para alguns cânceres", já descobriu vacinas, já inventou o avião, já causou duas guerras mundiais que mataram 70 milhões de pessoas, já inventou armas nucleares, já tentou curar a loucura com lobotomia, eletrochoque e afogamento e ainda não descobriu as causas do homossexualismo. Ou seja, já fez um monte de coisa boa e ruim. O argumento historicista (tenho lá minhas dúvidas que o autor do texto tenha consciência que esteja utilizando-se do historicismo) servia bem ao Iluminismo, à sociedade moderna. No Pós-modernismo, época em que vivemos, não tem nenhum valor. Usasse, então, argumentos relativistas, apelando à moralidade individual. Aí sim, cairia bem. 

Perdoe-me em desapontá-los, mas os argumentos que defendem a família natural e são contrários a qualquer forma não natural de família não são de 300 anos atrás. São muito mais antigos. Eu diria que nunca existiram outros. Remontam ao Direito romano, como eu já citei, à Grécia antiga, à qualquer civilização. E é fácil entender os motivos. A lei natural está acima das leis civis, e até mesmo das consciência individuais. Ninguém precisa promulgá-las. É totalmente visível a todos, de todos os lugares e épocas. E não me venham com a tese da aceitação do homossexualismo na Grécia ou na Roma antigas. Ainda que houvesse certa tolerância (os romanos toleravam, mas execravam o homossexualismo - chamado vício grego - e houve época de punição severa a tal prática) estas civilizações jamais oficializaram uniões entre homossexuais, diferentemente de todo aparato jurídico que existia para amparar o casamento. Ainda que Nero, por exemplo, tenha celebrado seu casamento com outro homem, tal união nunca foi considerada legítima. 

Argumentos pró-famílias formadas por pares homossexuais são bastante recentes, tendo aí, para ser generoso, seu meio século de história. Seja na Roma ou na Grécia antigas, onde nasceu a democracia, o direito e a nossa civilização, jamais defendeu-se tal "direito", pois essa defesa não encontra respaldo na Lei Natural, tão cara aos antigos e simplesmente porque a família natural, repito, é formada por um pai, uma mãe e por filhos, sejam naturais ou adotados. Isto é evidente. Isso é óbvio. Não é possível neste caso dizer não à desigualdade: um par de homens ou de mulheres não são iguais a um casal heterossexual. Não dá para ser contra a desigualdade quando a própria natureza a imprime. A segunda parte do imperativo eu concordo, tínhamos que concordar com algo, não é mesmo? DIGA NÃO À BURRICE!


25 de set. de 2012

Discursos de Dilma e Obama na ONU e a liberdade religiosa


Vários discursos na ONU sobre liberdade religiosa, condenação do preconceito contra muçulmanos e nenhuma palavrinha sobre os 20% de cristãos que sofrem contínua perseguição e dos 100 mil que perdem a vida todo ano pelo simples fato de serem cristãos? Nenhuma palavra sobre a crescente discriminação de cristãos na Europa? 

Nenhuma palavra do sr. Obama sobre seus projetos que ferem de morte a liberdade de consciência e religiosa nos EUA, chegando ao extremo de os bispos norte-americanos precisarem processá-lo para que lhes fossem respeitados seus direitos, direitos estes que fundaram os EUA?

Nenhuma condenação à China ou à Arábia Saudita, perseguidoras implacáveis do cristianismo? Nenhuma reprovação ao Paquistão que envia para a cadeia pessoas acusadas de blasfêmia, sendo que uma cristã aguarda ser executada por isso e até mesmo uma menina com Síndrome de Down foi posta atrás das grades acusada de rasgar uma página do Alcorão?

Nenhuma palavra sobre o vandalismo e ameaça cada vez mais constante aos cristãos de Israel, sendo que a ultima foi a pichação em hebraico dos muros de um mosteiro, dizendo que crucificariam os monges e blasfemando contra Jesus e Maria? Ou a proibição dos cristãos palestinos de receberem auxílio espiritual? 

Nenhuma lembrança sobre os massacres perpetrados por grupos extremistas, financiados e protegidos por parte do governo da Nigéria que mataram aproximadamente 500 cristãos só este ano no país? Ou de cem egípcios cristãos que foram barbaramente assassinados pelo crime de assistirem à Missa na noite de Natal?

Nenhum alerta à Índia, onde em diversos Estados é proibida a conversão para o cristianismo, nem aos nacionalistas de Orissa que massacraram cerca de 1000 cristãos e queimaram as casas deixando umas 50 mil pessoas desabrigadas, que para fugirem da perseguição, morreriam de fome e atacadas por tigres nas florestas indianas?

Não entendi qual preconceito foi condenado e qual liberdade religiosa foi defendida.

23 de set. de 2012

O primeiro é aquele que serve

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Marcos 9, 30-37

“Sentando-se, chamou os Doze e lhes disse: ‘Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos’.” (Mc. 9, 35)

Jesus se prepara para ir à Jerusalém para a festa da Páscoa. Será a última. Jesus será preso pelos judeus, entregue aos romanos e estes o condenarão. Sabendo disso, pela segunda vez, Jesus adverte Seus discípulos de tudo o que acontecerá, inclusive que a cruz não será Seu ponto final, mas que ressuscitará depois de três dias, o que deixa Seus discípulos totalmente confusos, pois não entendem o que Ele quer dizer e não Lhe perguntam por medo, conforme nos revela o evangelista Marcos. Seria realmente o medo que os impede de perguntar ou, como a segunda parte do evangelho deste domingo deixa transparecer, o orgulho que começava a brotar entre eles fazia com que escondessem a dúvida para que não dessem a entender que não conseguiam compreender as palavras do Mestre? 

Para todo aquele que procura a Verdade de coração sincero, o orgulho torna-se um obstáculo intransponível. A Verdade está em Jesus Cristo, aliás, Ele é a Verdade que se revela aos humildes e simples. Querer se arvorar em mestre na busca da Verdade põe tudo a perder. Para encontrar Jesus é preciso colocar-se como discípulo. Para aquele que tem dúvida – e quem não a tem? – sobre a própria existência e o sentido da vida e da História, querer descobrir tudo sozinho o fará ainda mais perdido. Nesta busca, poderá até percorrer caminhos falsos em outras religiões, encontrar uma parcela da Verdade em comunidades evangélicas, mas, para todos que buscam a Deus com toda a sinceridade, Este o conduz para a plenitude de Sua revelação. Basta deixá-Lo agir, ou seja, não se levar pelo orgulho. 

Quando voltam a Cafarnaum, Jesus pergunta-lhes sobre o que discutiam no caminho. A vergonha toma conta do grupo, porque os Doze discutiam qual dentre eles era o maior, o mais importante do grupo. Jesus se senta. Parece um detalhe insignificante deste trecho evangélico, mas não é. Com isso, o evangelista demonstra a condição magistral de Jesus. O mestre judeu, o Rabi, sentava-se para ensinar. Nas sinagogas havia a “cadeira de Moisés” de onde o Rabi ensinava a doutrina. Jesus é o maior, o único mestre. Todo discípulo que um dia querer ensinar, deverá imitá-Lo. É imitando a Jesus que o discípulo se iguala a Ele. Sentado, o Mestre se mostra humilde, vulnerável, ao alcance de todos, inclusive dos pequenos, como o menino que Jesus abraça para ensinar a todos que ao receber um pobre, um pequenino deste mundo, recebe a ele próprio. Aquele que quiser ser o maior deverá colocar-se por último e servir a todos. 

Na cruz, Jesus inverte a lógica deste mundo onde o poder, a riqueza, a ciência, a política – verdadeiros ídolos – podem colocar o homem no topo. É no fracasso da cruz que Jesus destrói a obra do demônio e instaura Seu Reino. No paradoxo de Jesus, para ser o maior é preciso rebaixar-se, humilhar-se, ou seja, ser como Ele mesmo, o Deus encarnado, rebaixado à condição humana, para abraçar a todos nós, pecadores, sofredores com os males deste mundo degenerado. Para ser o primeiro, é preciso amar a Deus e ao próximo com todo o coração, sacrificando a própria vida se este serviço assim exigir. E assim, o cristão deve utilizar-se do poder, da riqueza, da ciência, da política não como um status, não para levar vantagem sobre os outros ou aproveitar-se das benesses que tudo isto pode lhe trazer, mas para servir a todos, imprimindo a marca de Cristo em todo lugar e em todas as ocasiões do cotidiano. 



16 de set. de 2012

Tome a sua cruz e siga-me!


Marcos 8, 27-35

“Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mc. 8, 34)

Jesus está fora da Galileia, próximo a Cesareia, capital da antiga tetrarquia de Traconítide de Felipe, na nascente do rio Jordão. Lá, num momento de privacidade com os Seus discípulos, Jesus lhes pergunta o que o povo diz sobre Ele. Não é uma pesquisa de popularidade como costumam fazer os políticos e personalidades influentes. Jesus não está preocupado com isso; sabe que a Verdade que anuncia está longe de agradar a todos. Esta será uma lição importante àqueles que o acompanham e serão as colunas de Sua Igreja. A Igreja deve anunciar a Verdade, proclamar os direitos de Deus e a dignidade humana sem covardia, sem palavras adocicadas, sem meias-verdades. Não importam as ameaças, as pressões dos poderes políticos e econômicos. Obedecendo ao mandamento do amor, a Igreja deverá colocar Deus e Sua imagem e semelhança – o homem – sobre todas as coisas. 

Os discípulos relatam a Jesus as opiniões que as pessoas têm sobre Ele. Uns acham que Ele é João Batista que tinha sido executado por Herodes e ressuscitado em seguida. Outros pensam que Ele é o profeta Elias que, segundo as profecias, deveria voltar ao mundo antes da vinda do Messias. Outros, ainda, acham que Jesus é algum dos profetas. Todas as opiniões não correspondem à verdade. Então, Jesus se dirige aos Seus discípulos: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Pedro responde, inspirado por Deus, que Jesus é o Messias. Sim, Pedro e Seus discípulos sabiam quem Ele era. Era o Messias (em grego, Cristo) prometido que viria resgatar o povo de Israel. Jesus impede que divulguem ao povo que Ele é o Cristo, pois a mentalidade corrente definia o Messias como um chefe militar, o rei de Israel que poderia fim ao domínio romano e restauraria o Reinado como no tempo de Davi. 

Jesus ensina Seus discípulos que esta mentalidade estava errada ou pouco esclarecida. Era verdade que os profetas tinham anunciado o Messias, mas este seria o Servo sofredor e não um rei glorioso, sendo rejeitado por todas as autoridades e condenado à morte; se era verdade que era rei, Seu reino não era desse mundo. O Reino de Deus não seria um lugar geográfico, mas se estenderia pelo mundo todo e eram aqueles homens que estavam ali com Ele que começariam a estendê-lo pacificamente pelo globo terrestre. E este Reino seria instaurado com a vitória do Messias não sobre os romanos, mas sobre o pior dos inimigos: o pecado e a morte. Aquela mesma mentalidade popular sobre quem era o Messias também a tinha os discípulos. Pedro novamente intervém, porém, desta vez repreende o Mestre. Para ele, não tem cabimento que o Messias seja um derrotado. Jesus volta para ele e o coloca no seu lugar de discípulo, de aprendiz. Quantas vezes queremos saber mais do que nossos mestres! Somos rebeldes, desobedientes com as coisas de Deus e com a doutrina da Igreja, nossa Mãe e Mestra. 

E Jesus ensina qual é o caminho que devemos seguir. O caminho é imitá-Lo. Quem quiser ser seu discípulo deverá segui-lo com a cruz. É na renúncia a nós próprios, às nossas más tendências, a tudo aquilo que nos faz sermos menos humanos que consiste no seguimento de Jesus. É o amor sem limites, ou seja, a entrega sacrifical e cotidiana da própria vida a Deus e ao próximo que chamamos de santidade. Se o Messias, morrendo por amor, venceu a morte para Seus discípulos a exigência não será diferente. Os acomodados, os conformados, os orgulhosos e egoístas jamais encontrarão a vida. Os que rejeitam seguir a Cristo vivem como zumbis. São corpos sem alma perambulando sem sentido e sem destino, ora entregando-se aos prazeres do consumismo, do tecnicismo, do sexo, das drogas, enfim dos vícios, ora caindo na desesperança e no nada existencial. 

Não tenhamos medo de Jesus Cristo. Não creiamos naqueles que afirmam que Ele nos rouba a liberdade e nos impõe o sofrimento através de uma vida reprimida. Abramos o coração para o Messias, o libertador de nossas almas, que pode nos dar a vida eterna, vida esta que se inicia aqui e jamais termina. Não nos agarremos com toda a força nesta vida tão frágil e passageira, o que tem feito com que os homens cometam injustiças e pecados para mantê-la desesperadamente. As cruzes aparecerão nas nossas vidas, com ou sem Cristo, mas com Ele, toda e qualquer vicissitude da vida humana tem sentido e nos aproxima ainda mais de Deus. 

5 de set. de 2012

Revolução Industrial na Alemanha


O florescimento do comércio na Europa a partir do século XII propiciou o aparecimento de corporações comerciais que dominavam determinadas rotas de comércio e mercados de produtos manufaturados ou importados do Oriente. No norte do Sacro Império, que viria a ser a Alemanha, surgiu a Liga Hanseática, uma corporação que monopolizou o comércio no Mar do Norte. Seus postos comerciais estavam presentes em cerca de cem cidades que se estendiam da Holanda à Rússia. Possuía governo e leis próprios, navios e soldados que protegiam sua frota e seus postos comerciais e combatiam a pirataria na região. Porém, o sucesso da Liga Hanseática enriqueceu as cidades comerciais alemãs, mas não proporcionou à Alemanha as condições nem a acumulação de capital necessários para o desenvolvimento da indústria, posto que não havia um Estado alemão unificado, o que somente ocorrerá no século XIX. A Liga perdeu sua força com o advento das medidas mercantilistas dos Estados europeus com a imposição de inúmeras barreiras comerciais.

Otto Von Bismarck
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra em meados do século XVIII. Em seguida,  França e Holanda passaram a desenvolver suas indústrias. A Revolução Industrial na Alemanha ocorreu tardiamente, já durante a chamada Segunda Revolução Industrial, a partir da unificação dos estados alemães, no ano de 1871, sob a liderança da Prússia. A base da industrialização foi posta com a unificação monetária, fiscal e das leis. Através de financiamento estatal, o chanceler Otto von Bismarck passou a incentivar a industrialização do país, sobretudo voltada para a confecção de tecidos de algodão e a  siderurgia, já que, com a ocupação da região do Ruhr, após a guerra franco-prussiana, a Alemanha passou a ter uma abundante fonte de minério de ferro e carvão. A indústria alemã teve rápido desenvolvimento e, nos anos 1880, o país já despontava como uma das grandes potências industriais do mundo a ponto de ameaçar a soberania inglesa na Europa. Para se ter um exemplo, basta dizer que, nesta década, o motor a combustão interna foi inventado na Alemanha, dando grande impulso ao desenvolvimento da indústria automobilística.

Neste mesmo período, acontece a Conferência de Berlim. Diante das tensões entre as potências industriais ocasionadas pelas disputas em torno de novos mercados consumidores e na aquisição de matéria-prima, os países desenvolvidos (Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Espanha, Itália, França, Holanda, Bélgica e Alemanha) se reúniram na capital alemã para dividirem entre si o território africano e determinar suas áreas de influência ao redor do mundo. A Alemanha ficou com os territórios da atual Namíbia, Tanzânia, Ruanda e Burundi. Posteriormente, a Alemanha possuiu colônias na Ásia e na Oceania. A indústria alemã continuou em pleno desenvolvimento, apresentando altos índices de crescimento, até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. 


29 de ago. de 2012

O filme de Didi e a demissão do motorista

Durante as eleições para presidente em 2010, houve maciça campanha contra a Dilma porque ela é favorável ao aborto. Foram divulgados pela internet e em e-mails diversos vídeos e entrevistas totalmente verídicos aonde aparecia a então candidata opinando favoravelmente sobre a questão. A divulgação foi feita sobretudo por católicos e evangélicos. Até aí tudo bem. Aí, começou a rolar e-mails e mensagens vindas de evangélicos dizendo que a Dilma teria dito, não se sabe onde, nem quando, nem para quem, que "Nem Deus impedia ela de ganhar as eleições". Era uma farsa. 

Vejo isto se repetindo nesse caso do Didi. Gerou-se uma polêmica o novo filme do Trapalhão, "O Segundo Filho de Deus", onde - pelo que me parece, pois não consegui saber ao certo do que se trata -, Didi continuaria a obra de Jesus Cristo. Iniciou-se uma campanha contra o Renato Aragão. Tudo bem, o cristianismo é achincalhado a cada segundo e temos todo o direito de nos indignar e protestar. Mas, como no caso da Dilma, também começou rolar algo nada comprovado: o caso da demissão do motorista. Precisa de campanha de desmoralização? Precisa lançar boatos? Precisa de mentiras? Convém isto a cristãos ou não cremos que só a verdade basta? 




28 de ago. de 2012

Mudança no Blog

Depois de três anos mantendo o blog com o título de "Vade Fodere Puctas" que significa num latim nada clássico: "vá plantar batatas" e indicava de maneira irônica o que a sociedade irracional e a era do ilógico que vivemos deve ouvir a cada instante, resolvi modificar o título, abandonando de vez o título "latino". O blog agora se chama "Revolução da Cruz". A inspiração veio durante leituras do historiador francês Daniel-Rops e achei mais apropriado devido ao tempo em que vivemos, cheio de incertezas e desesperança, onde devemos saber que a força revolucionária da Cruz de Cristo ainda mantém todo o seu vigor e levanta-se, assim como em todos os tempos, como estandarte para guiar a humanidade mostrando todo o amor de Deus por nós, a vitória sobre a morte e dando-nos a certeza que o mal não tem a última palavra.

18 de ago. de 2012

Solenidade da Assunção da Santíssima Virgem Maria


A Boa Notícia de Jesus Cristo

Lucas 1, 39-56

“E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva.” (Lc 1, 46-48)

No Evangelho de hoje, Nossa Senhora chega à casa de Santa Isabel para auxiliá-la durante a gravidez. Assim que Maria chega e saúda sua prima, São João Batista, como Davi que salta de alegria diante da Arca da Aliança, pula dentro do ventre de Isabel. Fica cheio do Espírito Santo ao ouvir a voz de Nossa Senhora, pois ela traz no ventre o Salvador. Santa Isabel exclama que Maria é bendita entre as mulheres e bendito é o fruto do seu ventre. Deus olhou para todas as mulheres, de todas as raças, nações e de todos os tempos e escolheu uma judia nascida durante o governo do imperador Augusto. Foi por isso que Deus escolheu um povo, o hebreu, para que dele nascesse o Salvador da humanidade, pois era hebréia a mais humilde de sua serva.

No Apocalipse (cap. 12), João relata a visão de um grande sinal no céu. Vê uma mulher gloriosa que deu à luz a um Filho que deve reger todas as nações. Esta imagem é símbolo da Igreja, mas também vemos nele a Virgem Santíssima, a mãe de Jesus. Podemos ver claramente que São João faz alusão à assunção de Maria, pois no final do capítulo 11, o apóstolo, cuja mãe Jesus lhe confiou, tem uma visão da Arca da Aliança, no interior do Templo celeste. Uma antiga Tradição, certamente conhecida pelo apóstolo São João, afirmava que a Arca da Aliança, para não ser roubada e profanada pelos invasores babilônicos, foi elevada ao céu.

Hoje celebramos a assunção da Santíssima Virgem Maria. Nossa Senhora, terminada sua vida terrestre, foi ressuscitada e elevada de corpo e alma ao Céu por Seu Filho Jesus. A morte e a corrupção são conseqüências do pecado original. Primeira criatura redimida por Cristo, a Virgem Maria foi preservada de todo pecado, portanto não podia sofrer as conseqüências do pecado. Maria é as primícias da obra de salvação realizada por Jesus Cristo. Todas as promessas de Deus se cumpriram primeiramente em Maria. É a ela que devemos imitar. Sendo glorificada em corpo e alma, representa e inaugura o que será a Igreja quando Cristo voltar. Em Maria, antecipa-se a vitória da Igreja. Por isso, Nossa Senhora é sinal de esperança para todos os cristãos.  






15 de ago. de 2012

URSS: Quando o sonho se revela um pesadelo


O ano de 2012 marca duas décadas do fim da União Soviética. Mais do que o final melancólico de um império, a derrocada da URSS veio comprovar a ineficácia do marxismo, doutrina filosófica que prometia a liberdade da classe trabalhadora, o fim das classes sociais e de toda a opressão conseguidas através de uma revolução socioeconômica que aprofundaria radicalmente a democracia. Porém, como foi visto, o socialismo funcionava maravilhosamente bem no campo das ideias, mas, quando posto em prática, causou as maiores desgraças humanitárias que a História já testemunhou. No século XIX, o filósofo alemão Karl Marx previa que a revolução do proletariado se daria em algum país altamente industrializado. Mais cedo ou mais tarde iria acontecer nos EUA, na Alemanha ou na Inglaterra. Para surpresa de todos – menos para Marx que já estava morto – a primeira revolução socialista bem sucedida deu-se no Império Russo, país que ainda vivia sob o regime monárquico e feudal. Era o ano de 1917. Enfim, Lênin, o grande líder da revolução bolchevique proclamava a liberdade dos trabalhadores russos, o fim da injustiça e a participação de todos nas decisões do Estado.

Após quatro anos de guerra civil, finalmente é fundada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, reunindo a Rússia com mais quinze países que já compunham o antigo império czarista. Depois da Segunda Grande Guerra, os países do Leste europeu vizinhos à URSS adotaram o socialismo, formando a chamada Cortina de Ferro. Foram criados os sovietes, pequenos grupos de trabalhadores que tomavam decisões autônomas em âmbito local ou opinavam sobre assuntos nacionais. Logo, o povo soviético percebeu que a tão sonhada liberdade com a promessa de trabalhar quando e como quisesse, sem patrões e exploração estava cada vez mais distante. Instalou-se no governo uma ditadura de partido único; as decisões políticas passaram a ser tomadas por um grupo restrito de burocratas do Partido Comunista; as leis tornaram-se rígidas como o chumbo. Perverteu-se a ideia original: as instituições do Estado que serviam para a promoção da libertação da classe trabalhadora, agora era usada para manter o regime a qualquer custo.

A manutenção do regime socialista tornou-se um fim em si mesmo. O Estado passa a perseguir àqueles a quem foi prometida a liberdade. Instaura-se um regime totalitário que coloca a população em estado de terror constante. O governo desconfia de tudo e de todos. Qualquer movimentação é vista como suspeita e uma provável rebelião. As leis são inúmeras e insuportáveis. É a perversão do Direito que existe exatamente para proteger os mais fracos e não para que seus dispositivos sejam usados para amedrontar ou ameaçar. A classe trabalhadora, até então protagonista da revolução, é vitimada. Se já não há mais patrões, os trabalhadores passam a ser verdadeiros escravos do Estado e a receberem ordens de meia dúzia de dirigentes do PC, que ditam o que, quanto e como devem ser produzidos os produtos agrícolas e industrializados. A liberdade desaparece sob um amontoado de regras e decretos que sufoca a classe trabalhadora. O país se torna uma prisão levando muitos a fugir. Os alimentos eram racionados e os salários congelados. Trabalha-se muito e ganha-se pouco. As pessoas não possuem plena liberdade em explorar todo seu potencial. Sufocadas, fogem para outros países levando consigo todo conhecimento adquirido. A URSS começa a perder seus talentos o que a torna ineficiente em vários setores.

O totalitarismo invariavelmente leva à clandestinidade. O povo pratica atos ilegais com maior freqüência (em meio ao excesso de leis, torna-se impossível cumpri-las). Para se ter ideia do que é considerado um ato ilegal na URSS, basta exemplificar que, tomar uma coca-cola é um ato ilegal. É um círculo vicioso: o aumento da rigidez, leva à clandestinidade, que leva a uma rigidez ainda maior. A população é posta sob total vigilância, pois é preciso proteger o regime contra qualquer ameaça. Todos desconfiam de todos. O vizinho ou o colega de trabalho pode ser um espião, principalmente porque a forma do regime favorece o aparecimento de pessoas que passam a se beneficiar do esquema e tirar vantagens do governo delatando pequenos focos de resistência ou de oposição ao regime que podia, assim, se antecipar a pretensos movimentos de greve ou de contestação, punindo-os exemplarmente. Mais tarde, nem mesmo esses grupos de puxa-sacos e dedos-duros escaparão à fúria do regime. E as punições são muitas e severas: campos de concentração (chamados gentilmente de campos de reeducação, onde os “reeducandos” recebiam treinamento de como servir melhor ao regime), trabalhos forçados, castigos físicos, psicológicos e morais, o exílio, a pena de morte.

A promessa de bem-estar social para os trabalhadores foi total e violentamente esquecida. As pessoas foram esquecidas. Relegadas ao segundo plano, ficaram à mercê de um regime que as usava para se auto-sustentar, onde trabalhavam para produzir para o Estado, combater pelo Estado e quando adoeciam ou se tornavam incapazes ou quando simplesmente o regime decidia, eram imediatamente substituídas ou eliminadas como peças de uma máquina, sem levar em consideração qualquer aspecto de suas vidas. O socialismo que era visto como a vitória do humanismo e da liberdade do homem provou-se ser o oposto, ou seja, um agente de escravização e desumanização.

Dessa forma, a sociedade socialista que deveria ser o ápice da evolução de toda a humanidade durou apenas 75 anos. Entrou em colapso quando o povo que vivia sob as bandeiras vermelhas cansaram da opressão e tenderam – como tendem todas as pessoas – ao direito natural à liberdade. Se os trabalhadores foram os protagonistas da implantação do socialismo, também o foram do seu fim. Manifestações na Tchecoslováquia e na Hungria agitaram o bloco socialista. Os trabalhadores do sindicado Solidariedade, na Polônia, organizaram corajosamente as primeiras greves. O Muro de Berlim é derrubado. Foi o início do fim. Quando o regime se viu seriamente contestado, algo tinha que mudar. E mudou. O líder do governo soviético Mikhail Gorbachev promoveu algumas reformas a fim de salvar o comunismo. Mas não havia mais o que fazer. Era o fim da URSS.

Como todos os fatos históricos, a experiência vivida na URSS e em todo o bloco socialista deixou-nos uma lição. As leis servem às pessoas para que haja ordem e liberdade e para permitir que as pessoas deem o melhor de si e não o contrário. Não apenas nos países socialistas ou em regimes totalitários, mas também em qualquer esfera de poder, na família, nas empresas que mantêm um sistema que prioriza a si próprio ou os resultados ou o lucro em detrimento da pessoa humana estão fadados ao fracasso.

12 de ago. de 2012

Eu sou o Pão vivo que desceu do Céu


A Boa Notícia de Jesus Cristo

João 6, 41-51

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.” (Jo 6, 51)

Diante do discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum, o povo começa a criticá-Lo, por não compreender a profundidade do ensinamento sobre a Eucaristia. Para crer no grande mistério do Santíssimo Sacramento é preciso crer na encarnação do Verbo. Deus fez-se homem em Jesus Cristo, no seio da Virgem Maria. Os judeus não conseguiram acreditar no Deus encarnado. A toda menção de Sua origem divina, os judeus argumentam afirmando que conhecem Seus pais e parentes. E fica difícil entender como alguém se considera cristão, crê na encarnação, mas não crê na Eucaristia. Em Seus ensinamentos, Jesus deixa claro que este Pão que Ele nos dá é Seu corpo entregue em sacrifício. Portanto, a Santa Missa não é somente um banquete ou ceia, mas é o sacrifício de Cristo no calvário que se faz presente pelo Espírito Santo e pelas palavras do sacerdote. Participemos da Missa com profundo respeito e reverência. Que recebamos o Corpo e o Sangue do Senhor com adoração.

4 de ago. de 2012

Eu sou o Pão da Vida


A Boa Notícia de Jesus Cristo:

João 6, 24-35

“Jesus replicou: ‘Eu sou o Pão da Vida: aquele que vem a mim não terá fome e aquele que crê em mim jamais terá sede.’” (Jo. 6, 35)

Após o milagre da multiplicação dos pães, Jesus volta para Cafarnaum. A multidão que tinha sido alimentada o persegue até lá, o que Jesus repreende acusando-os de segui-lo não por causa do maravilhoso milagre que tinham presenciado, mas porque tinham se saciado. O povo pensava que Jesus, novo Moisés, os alimentaria como seus antepassados tinham sido alimentados no deserto com o maná. Pesar daquele milagre que ocorreu no dia anterior, preferia Moisés que havia intercedido junto á Deus e Este enviou pão do céu, o maná, durante quarenta anos.

O povo acreditava que Jesus instauraria uma vida ociosa, dando-lhe alimentação. Mas Jesus falava-lhes de outro pão. Falhava-lhes de Si próprio, o verdadeiro Pão que o Pai dava ao Seu povo. Ele é o alimento imperecível que dá a vida eterna. O maná alimentava o corpo. Jesus alimenta a alma, dá vida à alma purificando-a do pecado e livrando-a da morte. É através da fé que nos alimentamos deste pão. “O justo viverá da fé”, diz o profeta. Jesus é o alimento que nos sacia plenamente.

Mais tarde, Jesus falará que o pão é Sua carne e Seu sangue é verdadeira bebida: É a Eucaristia, remédio de imortalidade. Diante de um mundo onde as pessoas estão famintas e sedentas de um sentido para a vida e se alimentando tão mal em doutrinas, ideologias e comportamentos que oferecem respostas insatisfatórias e prazeres momentâneos, Jesus nos oferece um verdadeiro banquete, o banquete eucarístico que nos completa, nos preenche com Sua Divina presença e nos une a Deus. 

3 de ago. de 2012

A Revolução Feminista a serviço dos homens


O feminismo deve ter sido inventado por um homem. Não houve jamais um movimento de mulheres que tenha beneficiado tanto a nós indivíduos do sexo masculino. Primeiramente, a emancipação financeira da mulher foi-nos uma benção. Mulheres em casa davam gastos exorbitantes. Ficavam na segurança do lar, cuidando da casa e dos filhos, longe do estresse, da competição voraz e das doenças cardíacas, enquanto nós enfrentávamos o mundo lá fora cheio de perigos. A mulher trabalhando fora de casa nos aliviou imensamente. Sobra até um dinheirinho para a cerveja, o churrasco com os amigos, o futebol do fim-de-semana. 

Direitos iguais nos possibilitaram pequenos prazeres como continuarmos sentados no ônibus sem qualquer constrangimento enquanto senhoritas viajam em pé. Donas do próprio corpo, vemos mulher pelada até quando não queremos. E a liberação sexual então nem se fala! Para os homens, sexo era só casando ou pagando. As coisas ficaram imensamente mais fáceis, baratas e irresponsáveis. Não precisamos mais nos prender numa só mulher, elas se libertaram pelo divórcio. E não precisamos mais ter filhos enchendo o saco todos os dias depois do trabalho. Só precisamos encontrá-los aos finais de semana. 

E aquele castigo divino chamado gravidez que deixam as mulheres temporariamente incapacitadas e nada as diferem tanto dos homens, sendo a maior afronta à igualdade de gêneros? Para isso, o movimento feminista já tem o remédio: quando todos os outros métodos falham resta o aborto. Mas nesse caso as feministas pisaram na bola conosco, homens. Em todo o planeta, dois terços dos fetos abortados são do sexo feminino, fazendo a balança populacional pender para os homens. No mundo, há mais homens do que mulheres! Assim não dá!

22 de jul. de 2012

Como ovelhas que não tem pastor

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Marcos 6, 30-34

“Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não têm pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.” (Mc. 6, 34)

Aquela multidão que perseguia os apóstolos e Jesus e que não os deixava nem descansar eram apenas uma amostra da grande multidão sedenta de Deus que é a humanidade. É para Deus que nossas vidas devem ser direcionadas. Infelizmente, nos nossos tempos atuais, a cada dia que passa a humanidade vira as costas para Deus. Regiões inteiras que antes eram cristãs – como a Europa – estão se laicizando rapidamente e este fenômeno espalha-se a todo o Ocidente, chegando até nós.

A sede de Deus não diminuiu; o que mudou foram as fontes aonde tentam se saciar: o consumismo, a vaidade, o poder, o dinheiro, enfim, numa vida amoral. Os pastores que arrebanham essas ovelhas sedentas, sejam eles líderes políticos, religiosos ou pessoas presentes na mídia, são aqueles que prometem felicidade imediata, conforto, uma vida só de prazeres e sem responsabilidade. Muito diferente da proposta do verdadeiro Pastor.

Que nos deixemos conduzir por Cristo. Que Seus ensinamentos que nos libertam verdadeiramente ecoem em nossos corações.

15 de jul. de 2012

Jesus envia os apóstolos em missão


A Boa Notícia de Jesus Cristo

Marcos 6, 7-13

“Então chamou os Doze e começou a enviá-los dois a dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos.” (Mc. 6, 7)

No evangelho deste domingo, Jesus envia os apóstolos em missão, dando-lhes poder sobre os demônios. Os apóstolos partem em duplas. Jamais a missão de anunciar o evangelho é solitária. Será sempre comunitária. Será missão da comunidade de Jesus, ou seja, de Sua Igreja. O Senhor escolheu os apóstolos e estes escolherão e enviarão os bispos; e estes, por sua vez, ordenarão presbíteros e diáconos que os ajudarão na missão sagrada. Portanto, ninguém está autorizado a se autointitular “apóstolo” ou “bispo”. E que tristes tempos vivenciamos em que os falsos apóstolos e falsos bispos se proliferam, dividindo a Igreja de Cristo. A túnica sem costuras de Nosso Senhor, símbolo da unidade da Igreja, é rasgada sem dó nem piedade. Corajosos estes “cristãos” que agem com a ousadia que faltou aos carrascos de Jesus!

As duplas de apóstolos partem em missão com o poder de expulsar os demônios. Jesus veio ao mundo para livrar os homens da escravidão que satanás nos impõe através do pecado. E esta será a missão da Igreja quando Jesus voltar ao Pai. Na força do Espírito Santo, expulsará o demônio. Não tanto – mas também – em sessões de exorcismo, mas, sobretudo livrando a humanidade de costumes perniciosos, da idolatria, do temor. Assim, expulsando o mal, a Igreja livrou os romanos do adultério e do homossexualismo, do costume de jogar crianças indesejadas no lixo, das lutas de gladiadores, da pena de morte na cruz, da escravidão; foi assim que a Igreja livrou os povos bárbaros dos sacrifícios animais e até humanos que algumas tribos ainda praticavam, livrou-os do temor de falsos deuses vingativos e terríveis, dos atos de violência e da vingança privada dando-lhes o senso de direito e justiça. Foi assim que a Igreja libertou as Américas dos deuses que pediam sangue humano, o que resultou em milhares de mortos nos altares dos povos pré-colombianos, foi posto fim ao canibalismo. E a Igreja avança na África, livrando o continente da magia negra, do espiritismo, da depravação, da poligamia, do ódio étnico, do assassinato de albinos.

Deste modo, a Igreja continua a missão primeira daqueles doze homens enviados por Jesus após Sua rejeição em Nazaré. A missão de livrar a humanidade da escravidão do pecado, anunciando e promovendo a vida da graça em Cristo Jesus. Que sigamos a Cristo e sejamos fermento na massa, modificando cada local onde freqüentamos e levando a todos a alcançar a liberdade dos filhos de Deus. 

9 de jul. de 2012

Parabéns, São Paulo!


Hoje, 09 de julho, comemora-se o início da Revolução Constitucionalista de 1932, quando os paulistas pegaram em armas para defender a democracia brasileira contra os desmandos de Getúlio Vargas. Traídos por mineiros, gaúchos e mato-grossenses, São Paulo ficou sozinho nesta batalha e acabou militarmente derrotado, mas o ideal democrático permaneceu vivo e dois anos mais tarde, uma Assembleia Constituinte outorgou uma Constituição à Nação. Vitória dos paulistas. 

Parabéns, São Paulo, que mesmo sendo a locomotiva do Brasil e diferentemente de sulistas e nordestinos, jamais teve espírito separatista e pegou em armas para apartar-se do restante de seus irmãos brasileiros. Como está no dístico de nosso brasão: "Pro Brasilia Fiant Eximia", Pelo Brasil faça-se o melhor.

8 de jul. de 2012

Jesus é rejeitado em Nazaré


A Boa Notícia de Jesus Cristo

Marcos 6, 1-6

“Mas Jesus disse-lhes: um profeta só é desprezado na sua pátria. Entre seus parentes e na sua própria casa.” (Mc. 6, 4)

A História Sagrada demonstra o quanto o povo de Deus tendia ao pecado e se recusava a ouvir os profetas enviados por Deus. Desde o Antigo Testamento vemos a tentativa em converter o povo, chamado muitas vezes de “um povo de cabeça dura”. Jesus é mais do que um profeta, é o Filho de Deus que veio anunciar a Boa Nova do Reino, primeiramente ao povo escolhido, o Seu povo, os judeus. Mas, desde o princípio de Sua vida pública, Jesus foi rejeitado pela maioria. Não quiseram reconhecer Nele o Messias tão esperado para resgatá-los do pecado e da morte.

Jesus não inicia Seu ministério em Nazaré, cidade na qual vivia. Após Seu batismo, na Judeia, Jesus vai morar em Cafarnaum, onde começa a reunir Seus primeiros discípulos. Algum tempo depois, Jesus sobe a Nazaré, talvez para visitar Sua mãe, e em um dia de sábado, entra na sinagoga e começa a ensinar. Anuncia o Reino de Deus para seus concidadãos. A população de Nazaré reunida na sinagoga fica impressionada com Suas palavras e Sua sabedoria, pois conhecem aquele homem desde quando nasceu. Seus pais, São José e Santa Maria, são conhecidos de todos. Até os trinta anos, Jesus trabalhou na carpintaria que herdou daquele que pensavam ser seu pai. Não conseguem ir além. Não podem ver em Jesus mais do que o filho de Maria, o carpinteiro de Nazaré. Não crêem que Ele é o enviado do Pai.

A rejeição dos nazarenos será apenas uma amostra da rejeição da maioria do povo judeu que culminará na crucificação de Jesus. “Veio para os seus, mas os seus o rejeitaram”, diz São João em seu evangelho. Mas a rejeição a Jesus se estenderá, infelizmente, por toda a história e não será obra apenas do povo judeu, mas também daqueles que ouvirão as palavras de Jesus e não acreditarão. A Igreja, o Cristo prolongado na História, será alvo de chacotas e humilhações. Não acreditarão no que ela prega e farão de um tudo para desacreditá-la. Muitos dos seus filhos, a exemplo de Sua cabeça, Jesus Cristo, serão mortos porque não suportarão ouvir a Palavra de Deus. Não nos admiremos se a Igreja é rejeitada, se a pregação do evangelho não surte efeito. Haverá aqueles que nos rejeitarão e não nos darão ouvidos e estas pessoas, muitas vezes, serão aquelas que amamos e até mesmo familiares nossos. Saibamos que, nós, servos, não somos maiores do que nosso Senhor, mas, confiantes em Deus, não deixemos de anunciar o Seu Reino, o Seu amor por todos nós. 

30 de jun. de 2012

São Pedro e São Paulo

A Boa Notícia de Jesus Cristo:


“E Eu te declaro: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja.” (Mt. 16, 18)


Hoje, comemoramos os martírios de São Pedro e São Paulo. Os dois apóstolos foram mortos na cidade de Roma durante a perseguição de Nero. São Paulo, como cidadão romano, morreu decapitado na Via Ostiense; e São Pedro foi crucificado. A seu pedido, pregaram-no na cruz de cabeça para baixo, pois não se achou digno de morrer da mesma forma que seu Senhor. Apresentado ao Senhor por André, seu irmão, o pescador Simão foi chamado por Jesus no início de Seu ministério. Assim que Jesus o conheceu, mudou-lhe o nome para Cefas, a pedra, Pedro. Deus sempre muda o nome de seus escolhidos conforme suas missões, especialmente dos príncipes de Seu povo. Foi assim com Abrão que se tornou Abraão e Jacó que foi chamado Israel. Aquele que viria a ser o príncipe dos apóstolos e chefe da Igreja de Cristo também recebe de Deus outro nome que o identifica com sua missão.

Estando Jesus com seus apóstolos em Cesareia de Filipe lhes pergunta o que ouvem comentar sobre Ele. Os apóstolos lhe contam que o povo não sabe quem Ele é e cogitam se não vem a ser um dos profetas que ressuscitaram. Jesus, então, quer saber de seus apóstolos quem pensam que Ele seja. Pedro toma a frente e responde que Ele “é o cristo, o Filho de Deus vivo”. Jesus lhe afirma que o que respondeu foi inspirado por Deus, pois sem ser revelado, tal conhecimento seria impossível de se alcançar racionalmente. Neste momento, Jesus se dirige a São Pedro e lhe declara: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. Sobre a fé de Pedro é fundada a Igreja de Jesus. São Pedro e os apóstolos são os fundamentos da Igreja de Cristo.

Pedro torna o chefe visível do Povo de Deus. Mais tarde, após a ressurreição, às margens do mar da Galileia, lá onde as histórias dos dois se cruzaram pela primeira vez, Jesus exigirá de Pedro a tríplice profissão de amor e por três vezes lhe confiará Suas ovelhas. A missão de Jesus torna-se a missão de Pedro. Pedro se torna o pastor universal das ovelhas do Sumo Pastor Jesus Cristo. Pedro, como já foi dito, morreu em Roma. Morreu com ele esta missão confiada por Cristo? De forma alguma. A missão de pastor universal de todos os cristãos continuou através da sucessão apostólica. O bispo de Roma carrega a missão de Pedro ao longo da História. Somente os que estão em comunhão com o Sucessor de Pedro, ou seja, o Papa pode afirmar que fazem parte de forma plena da única Igreja de Jesus Cristo. Em um mundo cada vez mais relativista e individualista, onde cada um constrói sua própria moral e sua própria fé, olhemos para aquele que foi constituído cabeça visível da Igreja, o Vigário de Cristo e rocha inabalável, onde a verdade cristã repousa. 


24 de jun. de 2012

Rio+20 e a nova ordem mundial proposta pela ONU


A Rio+20 foi um dos assuntos que dominaram o noticiário nos últimos dias. A Conferência da ONU sobre o meio ambiente, cujo tema era o desenvolvimento sustentável, reuniu chefes de Estados e representantes de governos de todos os países. Sem a participação dos chefes de Estado ou de governo dos países desenvolvidos, não passou nem perto do que foi a Eco-92. Forte foi a presença de ONG's, representantes da sociedade civil – que, na verdade, são grupos de esquerda que defendem suas próprias ideologias que passam longe da vontade do restante da sociedade – e os mais diversos grupos e tipos de pessoas, transformando o evento numa mistura de Woodstock com a assembleia da UNE. Mas o que realmente se esconde atrás do crescente movimento ecologista? O movimento não apresenta uma ideologia hegemônica, atravessando as mais variadas correntes filosóficas, apresentando desde grupos bem intencionados até movimentos político-ideológicos radicais.

Após a queda da URSS no início da década de 1990 termina a divisão do mundo entre as ideologias capitalistas e socialistas. É o fim da Guerra Fria que dividiu o planeta entre zonas de influência dos EUA e da URSS. O socialismo perdeu sua força com a experiência fracassada da URSS. Entramos num período sem ideologias a defender. Então, sem o apoio de uma superpotência como a União Soviética e sem nenhum bom exemplo que levasse a população mundial a optar livremente pelo comunismo, a esquerda mundial precisava empunhar uma nova bandeira que envolvesse toda a humanidade e, assim, voltou-se para a causa ecológica. Revestidos de aparentes boas intenções na defesa dos recursos naturais do planeta, dominaram as ONG's ambientalistas. Os movimentos sociais de esquerda passaram a defender entusiasticamente a causa ambiental. O vermelho se foi: o verde tornou-se a nova cor do comunismo. São os chamados “melancias”: verdes por fora e vermelhos por dentro. O discurso é simples: o meio ambiente está sendo destruído; o causador desta destruição é o modo de vida da sociedade, sobretudo ocidental, baseada no capitalismo. Deste modo, conclui-se facilmente que o capitalismo é a causa da destruição do planeta e seus promotores e defensores, os Estados nacionais, devem ser substituídos por uma nova ordem mundial sob o argumento de uma iminente catástrofe que levará ao fim da humanidade.

Como já foi lembrado, sem o apoio de uma grande potência, a ONU tornou-se o caminho para a propagação e implantação desta nova ordem. Não podemos afirmar que a ONU é marxista, mas que os marxistas a utilizam. Na verdade, a ONU tem o talento de unir o individualismo liberal com a massificação marxista. Defende-se uma governança mundial, o fim da autodeterminação e independência das nações, que ditaria a cada país o que deve e o que não deve ser feito em defesa dos “direitos humanos”, do bem comum e da preservação do planeta. Com isso, a ONU se tornaria um parlamento supranacional, suas agências controlariam a economia, a justiça, a cultura, a religião e a população mundiais. A primeira experiência para este internacionalismo foi dado com a criação de blocos regionais, como a União Europeia. Teorias da conspiração encontradas pela internet e planos para conquistar o domínio mundial podem soar como um novo livro de Dan Brown, mas os documentos da ONU e a pressão que esta já exerce sobre as nações signatárias de suas convenções para que aprovem seus intentos são provas de que a intenção de um governo global realmente existe. E o medo da população mundial de uma catástrofe ambiental levaria ao apoio incondicional de tal governo. Afinal, quem não apoiaria uma instituição que seria a única capaz de salvar nossas vidas, nem que para isso sacrificássemos parte de nossa liberdade individual ou independência nacional?

No passado, os esquerdistas defendiam o fim do capitalismo como solução para os problemas sócio-econômicos. Passado o capitalismo, o comunismo se instalaria trazendo o paraíso na Terra. Agora, o capitalismo é considerado o grande vilão da questão ambiental. Interessante frisar que a URSS era entre as nações, a segunda maior poluidora; que destruiu suas florestas; que causou um desastre ambiental irreversível no Mar de Aral e que o maior acidente nuclear da História aconteceu em Chernobyl. Vale lembrar também que Cuba transformou suas áreas de vegetação natural em plantações de cana-de-açúcar; e que os assentamentos do MST praticam desmatamentos desregrados no Brasil. Ou seja, o socialismo jamais conseguiu este admirável desenvolvimento sustentável tão defendido pelos movimentos de esquerda. Mas o ecologismo da ONU tornou-se patente após a publicação da Carta da Terra no ano 2000. A ONU traiu sua constituição, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A pessoa humana deixou de ser a referência quando se trata do seu desenvolvimento e bem-estar integrais e da salvaguarda de sua dignidade. A Terra passou a ser o ente que deve ser defendido e preservado custe o que custar, inclusive se custar vidas humanas. O planeta passou a ser considerado uma entidade viva e o ser humano uma praga a ser combatida.

Apostando no catastrofismo apocalíptico, a ONU com a colaboração de ONG’s ambientalistas, partidos políticos, intelectuais e centros de pesquisa passou a divulgar dados assustadores sobre as mudanças climáticas que levariam ao fim da vida como se conhece na Terra. Deturpando dados científicos – como ficou provado no roubo dos e-mails do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – e desacreditando aos milhares de cientistas que apresentam teorias que comprovam a impossibilidade de haver mudanças climáticas provocadas pela ação humana (nenhum deles foram convidados para participarem da Rio+20) a ONU induz a população mundial ao medo e coage todos a apoiar suas políticas. Vislumbrar um futuro de seca, fome, cidades litorâneas submergidas e guerras leva a qualquer um a apoiar quem possa impedi-lo. E é por isso que a ONU tenta em suas diversas conferências sobre o meio ambiente aprovar um documento que obrigue a todos os países a seguirem suas diretrizes que orientam todos os aspectos da vida humana no sentido de preservar o meio ambiente. Sem a presença dos países desenvolvidos (Angela Merkel, por exemplo, preferiu torcer para a seleção alemã na Eurocopa) e sem conseguir impor sua vontade, o documento final da Rio+20 provou que a conferência foi um fracasso. Graças a Deus. 



17 de jun. de 2012

A semente semeada


A Boa Notícia de Jesus Cristo

Marcos 4, 26-34

“Dizia também: o Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.” (Mc. 4, 26)

São várias parábolas que Jesus conta comparando a pregação ou próprio Reino de Deus com uma semente e seu processo de germinação. Nesta parábola do grão que germina sozinho, Jesus quer ensinar que o dever de cada cristão é semear a Palavra de Deus. O efeito que esta gerar nos corações não é responsabilidade nossa. Depende da abertura de cada um para a graça de Deus. 

Vemos que, muitas vezes, há uma preocupação exagerada quanto ao número de fiéis na Igreja e, para mantê-lo, acabam enveredando para o proselitismo, onde a verdade é relativizada, a liturgia deformada, apenas para atrair o maior número de pessoas possível. Deus nos ama, mas não precisa de nós. A Igreja nos acolhe, mas nós necessitamos dela e não o contrário. Cristo nunca agiu assim. 

Na pregação sobre o Pão da Vida, quando muitos o abandonaram porque não acreditaram em Suas palavras, em vez de correr atrás dos que iam embora, exigiu uma profissão de fé de seus apóstolos. Que sigamos este exemplo. Anunciemos o Evangelho como um todo, sem adocicá-lo ou mutilá-lo. Que a doutrina católica seja exposta em toda a sua verdade. Quem quiser aceitá-la que se aninhe nos galhos de nossa Santa Mãe Igreja. Quem não quiser que se vá ou fique fora.