30 de set. de 2009

Missareta - O Novo Rito

Como é triste ver a cada dia que passa o aumento dos abusos que acontecem com terrível naturalidade nas Santas Missas com a conivência ou omissão de nossos bispos. Não citarei documentos ou normas litúrgicas. Um dia, quem sabe, escrevo um artigo mais embasado mesmo não tendo grande competência para tal. Porém, não precisa ser um grande expert em liturgia para reconhecer as invencionices que deformam o nosso belo rito romano.
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A liturgia não é propriedade de padres, nem de bispos, nem do Papa, quanto mais de leigos. Praticamente, cada paróquia tem criado “seu jeito de celebrar”. Um rito exige uniformidade. Um erro comum é as diversas “Missas temáticas”: Missa afro, Missa sertaneja, Missa indígena, Missa de cura e libertação, Missa disso, Missa daquilo, bem ao estilo das plaquinhas de horários e cultos em frente à igrejolas pentecostais. Missa é Missa. É a atualização do Santo Sacrifício de Jesus Cristo. O único sacrifício que aconteceu no calvário se faz presente no altar. Mas a maioria dos católicos, hoje, sabe disso? Tenho minhas dúvidas. E nem podemos culpar os fiéis, já que boa parte do clero não enfatiza com clareza que a Missa é o Santo Sacrifício de Cristo. Protestantizaram a Missa. Ao invés da piedade e da reverência diante de tão grande mistério, a Missa se transformou numa festa com os mais variados ritmos, danças, braços levantados e agitados, um verdadeiro bacanal – uma festa ao deus romano Baco, afinal, pão e vinho não faltam.
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O desrespeito às rubricas, às normas do rito, e o total desprezo dos documentos pontifícios que desde o Papa João Paulo II tentam coibir tais absurdos, se tornaram rotina. As Santas Missas televisionadas, que deveriam ter maior zelo pela Sagrada Liturgia – aliás, é o que pede a Santa Sé e a CNBB – são demonstrações da bagunça instalada na Igreja. E estas Missas estão servindo de modelo para nossas paróquias. Ao ver pela TV, ambientes lotados para estas Missas, leva muitos padres e equipes de liturgia à tentação de um proselitismo fácil, de um modo de atrair fiéis, ou melhor, público. Do que adianta uma igreja cheia de pessoas que não fazem a mínima ideia do que é a Santa Missa e estão ali porque é divertido, é alegre ou o padre é legal, ou bonito, ou canta bem.
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Todos querem ser o protagonista da Missa: o padre, os músicos, os fiéis. A oferta ao Pai de toda a Igreja unida ao sacrifício de Cristo vira mero pretexto para shows, onde padres, em vez de serem os sacrificadores, são animadores de auditório. Quando não é o padre, é alguém que quer aparecer mais do que o Cristo, que começa a comandar uma série de gestos e posições corporais não previstos no Missal e que lhe vem à cabeça: “Põe a mão na cabeça”; “Põe a mão no peito”; “Coloca a mão no ombro do irmão” e assim vai. Só falta: “Põe a mão no joelho, dá uma abaixadinha, vai mexendo gostoso, balançando a bundinha”. Mas um dia ainda veremos isso, se é que já não se faz em algum lugar. Afinal, é a Missareta, mistura de Missa com micareta, bem ao estilo brasileiro e cheio de "inculturação" como amam os relativistas . Chega a ser triste. Ou vergonhoso.
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Perdeu-se o sentido do sagrado. Não sei quem foi o desgraçado que inventou a tal “dança litúrgica” ou teatrinho, especialmente na homila. Não há nada que permita teatro ou dança na Missa, é um desrespeito, um sacrilégio diante do Cristo imolado. Quem dançaria no calvário? Quem ficaria gritando, aplaudindo, balançando os braços? Respondo: talvez os soldados romanos, ou os fariseus que zombavam de Cristo, ou os demônios que vibravam com o maior crime que a humanidade podia cometer: assassinar o Filho de Deus. Nossa Senhora, as mulheres que a acompanhavam e São João que estavam diante da cruz tinham este tipo de comportamento? Acho que não preciso responder.
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E o que dizer das músicas? Há aqueles que abominam o canto gregoriano, que é o mais adequado no rito romano, mas tocam todas essas músicas protestantes insuportáveis que estão na moda. Aqueles que zombam da Virgem Maria, que chamam a Sagrada Eucaristia de bolachinha e odeiam o Papa tem suas músicas propagadas na Missa. Legal, né? Há todo tipo de ritmo (todos mesmo, axé, funk, rock) e instrumentos (para acompanhar os ritmos citados, imaginem quais são), aboliu-se o silêncio, há uma barulheira geral. O mundo já é barulhento, será que a Santa Missa não é uma pausa desta vida agitada? E os cantos fixos da Missa, como o Glória e o Santo, são mudados ao sabor de quem canta. Tem que se manter a letra, não é permitido mudar nada. Só porque uma letra sapeca um glória, pensam que podem cantá-la. O mesmo acontece com o Aleluia. Só porque tem aleluia na música, cantam. Não há discernimento. Estou esperando a hora em que cantarão na proclamação do evangelho: “It’s raining men, hallelujah!”. A equipe de liturgia deveria assessorar o padre, conhecer profundamente as normas litúrgicas, os documentos emitidos pela Santa Sé, afinal, nossos padres estão sobrecarregados e muitos nem tem tempo de lê-los. Ao invés disso, reúnem-se para ver quem tem a idéia mais idiota e criativa para fazer durante a Missa.
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Até quando teremos que aguentar esta desobediência à Igreja, esta falta de amor e devoção ao Santíssimo Sacramento? Não podemos generalizar, mas está cada vez mais difícil encontrar uma Missa celebrada com dignidade e que não se pareça com um culto protestante (isso quando não se parece com cultos de qualquer outra religião, menos católica). Perdemos nossa identidade, o que nos diferencia dos outros. Preferimos a mentira para encher igrejas. Resgatemos, com urgência, a Sagrada Liturgia.



12 de set. de 2009

A Igreja Católica: Construtora da Civilização - Episódio 2

Série A Igreja Católica: Construtora da Civilização, da EWTN, apresentada por Thomas E. Woods, autor do livro Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental. Segundo episódio dividido em três partes com legenda em português.
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6 de set. de 2009

A Virgem de Coromoto

Venezuela: surpreendentes descobertas na imagem de Nossa Senhora de Coromoto

Por Nieves San Martín

CARACAS, sexta-feira, 4 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- Em uma coletiva de imprensa celebrada nesta quinta-feira, na sede da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), por ocasião da restauração da imagem Nossa Senhora de Coromoto, patrona da Venezuela, apresentaram-se as novas descobertas relativas à diminuta imagem, relacionada com a primeira evangelização desta terra.

Segundo a tradição –informa a CEV em uma nota enviada a ZENIT–, entre finais de 1651 e princípios de 1652, uma Bela Senhora apareceu ao cacique da tribo Coromoto e a sua esposa indicando-lhes: “vão para a casa dos brancos, para que lhes coloquem água na cabeça e assim poderão ir ao céu”.

Depois de atender o pedido de tão bela Senhora, os índios saíram da selva e receberam os ensinamentos do Evangelho, recebendo um bom número deles o sacramento do Batismo.

Contudo, o cacique, ao sentir que havia perdido a liberdade, decide fugir novamente para a selva; na madrugada de 8 de setembro de 1652, a Bela Senhora aparece novamente ao cacique junto a sua esposa, sua cunhada Isabel e o filho desta. Ao vê-la pede que o deixe em paz, dizendo-lhe que não mais a obedecerá. Levanta-se para tomar o arco e matar a Senhora, mas esta se aproxima dele para abraçá-lo, caindo assim suas armas. Decide tomar por um braço a Senhora para tirá-la de seu lar; neste momento ocorre o milagre: a Bela Senhora desaparece, deixando na mão do Cacique sua diminuta imagem.

A partir desse momento, começa uma grande história de favores e milagres, devoção e renovação da fé nesta terra, das mãos de Nossa Senhora de Coromoto. Até que no ano 1942 é exaltada no título de Patrona da Venezuela.

A diminuta imagem mede 2,5 cm de altura por 2 de largura. Através dos 357 anos que transcorreu desde sua aparição, foi exposta a diferentes fatores que haviam produzido seu deterioro.

Por este motivo os membros da Fundação Maria Caminho a Jesus, com sede em Maracaibo, a partir de 2002 iniciaram uma campanha para restaurar os danos que ocultavam grande parte da imagem da Virgem com o menino Jesus. Tal Fundação se fez cargo, junto a Dom José Manuel Brito, reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Coromoto, de impulsionar o projeto e contatar o grupo de especialistas que participaram no mesmo, e também conseguir os meios econômicos para financiar o processo.

No início de 2009, o bispo de Guanare José Sotero Valero Ruz, apresentou o projeto à Conferência Episcopal Venezuelana, a qual depois de receber vários diagnósticos sobre o estado da Relíquia, outorgou a permissão para proceder a restauração.

De 9 a 15 de março de 2009, em um laboratório instalado para este processo, na casa La Bella Señora, dentro das imediações do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Coromoto, a equipe de trabalho composta pelos restauradores Pablo Enrique González e Nancy Jiménez, acompanhados por José Luis Matheus, diretor da Fundação Zuliana e Dom José Manuel Brito como custódios do processo, iniciaram os trabalhos de conservação da imagem; conseguindo realizar com êxito uma série de descobertas que até o momento eram desconhecidas.

Ao longo do processo, descobriram-se elementos desconhecidos. O primeiro fato que chamou a atenção foi, que uma vez analisadas as águas empregadas no tratamento, o pH mostrou-se ser neutro, fato inexplicável.

Foi detectada a presença de vários símbolos, os quais segundo indagações do antropólogo Nemesio Montiel, são de origem indígena.

Por observação microscópica, conseguiu-se identificar nos olhos da Virgem, de menos de 1 milímetro, a presença da iris, fato particularmente desconcertante pois se pensava que os olhos da imagem eram simples pontos.

Ao aprofundar no estudo do olho esquerdo de Nossa Senhora, pôde-se definir um olho com as características de um olho humano; se diferencia com clareza o orbe ocular, o conduto lacrimal, a iris e um pequeno ponto de luz no mesmo.

Maximizando o ponto de luz, pôde-se observar que o mesmo parece formar a imagem de uma figura humana com características muito específicas.

A coroa da Virgem e o Menino são tipicamente indígenas.

A restauração da Sagrada Imagem da Patrona de nossa Pátria constitui um verdadeiro marco histórico, pois é a primeira vez que a venerada imagem é submetida a um processo como este, que sem dúvida alguma contribuirá a renovação da fé de todos os venezuelanos”, afirma a CEV na nota.

Esta restauração, além de ser expressão do resultado do esforço de uma equipe multidisciplinar, é um chamado a voltar nossas vidas para Deus, e viver o convite que Nossa Senhora fez a nossos antepassados, quando os convidou a reconciliar-se e unir-se como verdadeiros irmãos em Deus, apesar de que as culturas espanholas e indígenas tinham visões e interesses totalmente opostos. É um chamado à fraternidade e à aceitação do outro; é um sinal de esperança, de alegria e de fé. É a comprovação de que apesar das dificuldades, se nos unimos como verdadeiros irmãos, é possível alcançar resultados que derivam em bem-estar para todos”.

E conclui exortando a unir-se na oração: “Virgem Santa de Coromoto, patrona da Venezuela, renovai a Fé, em toda a extensão de nossa pátria. Amém”.

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Mais sobre Nossa Senhora de Coromoto: http://www.infancia-misionera.com/coromoto.htm