31 de jul. de 2011

A primeira multiplicação dos pães

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 14, 13-21

“Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos.” (Mt. 14, 20)

O trecho do Evangelho de hoje contrasta com a passagem anterior que narra o banquete natalício de Herodes, onde os prazeres do mundo são desfrutados, e este banquete é o tribunal onde João Batista é condenado. Mas o banquete servido por Jesus não atende aos prazeres oferecidos pelo mundo. Foi assim que o Senhor afastou o tentador quando este lhe desafiou a transformar pedras em pão: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”; e esta “Palavra se fez carne” e é o “pão descido dos céus”.

A essência deste milagre não está na partilha do alimento com quem tem fome, mas na doação de Si próprio que Cristo realiza na cruz e que se perpetua na Eucaristia. É nela que Cristo se multiplica sobre os altares do mundo todo, transubstanciando o pão em Sua carne e alimentando Seu povo, durante nossa peregrinação terrestre, através de Seus sacerdotes que são os sucessores dos apóstolos, os quais receberam o mandato de “dar eles mesmos de comer” aos discípulos de Jesus.

É após participarmos da Eucaristia, sacramento da caridade, onde comungamos o corpo de Cristo, do qual nós somos membros, que devemos ir ao encontro dos necessitados, nos doando uns aos outros, a exemplo de Cristo. É alimentados com o Pão da Vida que nos abre o coração para acabar com a fome – e não só de alimento – que assola o mundo. Que sejamos assíduos no Banquete do Cordeiro, na Santa Missa, onde o Cristo nos alimenta.



27 de jul. de 2011

Golpe Militar de 1964 e o Perigo Comunista




O golpe (ou revolução, contrarrevolução, contra-golpe. O termo não importa tanto) de 1964 não é consenso entre os historiadores, talvez porque os atores deste processo histórico ainda estão vivos, as paixões ideológicas à flor da pele e, após a redemocratização, somente um lado - a esquerda - consegue (ou pode) dar sua versão. Defender o golpe de 1964 e criticar a esquerda armada é politicamente incorreto. Se havia um perigo comunista que ameaçava efetivamente o país é difícil saber. Se não existia, levaram os militares a acreditar que existia. Um dos sinais detectado foi a condecoração de Che Guevara por Jânio Quadros no ano de 1961. O que sabemos é que revoluções comunistas, após o sucesso na Rússia, em 1917, foram tentadas em diversos países, fracassando em muitos, como no próprio Brasil, em 1935 e saindo-se vitoriosa em outros, como na China (1949) e em Cuba (1959). O sonho da revolução jamais morreu, ao contrário, reacendeu depois da Revolução liderada por Fidel. O PCB era financiado por Moscou. Aliou-se a João Goulart, o que levava Luis Carlos Prestes, o mesmo que liderou a tentativa de golpe em 1935 e secretário-geral do PCB a afirmar: "Já temos o poder, basta-nos apenas tomar o governo" [1].

Jango propôs as Reformas de Base que tinham viés socialista, principalmente nas propostas de reforma rural e urbana, onde terras e imóveis seriam confiscados e pagos com títulos da dívida pública, o que necessitaria de mudanças constitucionais. João Goulart enviou ao Congresso, em 1963, uma proposta de emenda constitucional com este propósito, mas a emenda foi rejeitada, provocando fortes reações nos grupos de esquerda. O presidente estava cada vez mais isolado politicamente e resolveu usar a estratégia de falar diretamente às massas, apoiado pelas organizações de esquerda. Foi assim que aconteceu o primeiro comício na Central do Brasil, em 13 de março de 1964, onde Jango discursou para 150.000 trabalhadores [2]. As Reformas de Base foram vistas como um programa vago, podendo ser habilmente dirigida à implantação do socialismo no Brasil por via constitucional. As tentativas de mudar a Constituição de 1946, levaram os militares a agir, já que esta previa que as Forças Armadas deveriam garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem (BRASIL, Constituição Federal, art. 177, 1946). [3]

[...] a imagem de João Goulart como um presidente frágil, indeciso e que procurava tenuemente equilibrar-se entre uma esquerda e uma direita radicais, entra em contradição frontal com depoimentos que atestam sua intenção, desde o primeiro dia após sua posse, de manobrar o Congresso para não só derrubar o parlamentarismo (com a antecipação do plebiscito, inicialmente marcado para coincidir com o fim de seu mandato), mas para ampliar sensivelmente o poder presidencial (Cf. COUTO, 1999, p. 32). Essa impressão, amplamente documentada tanto por seus opositores quanto até por seus aliados mais próximos, vem reforçada por denúncias que teria procurado apoio militar para depor a democracia em pelo menos duas ocasiões: em 1960, para afastar Juscelino da presidência e suspender as eleições que davam amplo favoritismo a Jânio Quadros, segundo denúncia de Armando Falcão (Cf. SILVA, 1978, p. 297); e em 1962, quando pressionava o Congresso a antecipar o plebiscito para restaurar o presidencialismo, como denunciou Chermont de Britto (Cf. COUTO, 1999, p. 52). [4]

Outro fator que assustou os militares e levou-os ao golpe foi a revolta dos marinheiros em 25 de março de 1964. Os marinheiros realizavam uma reunião da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais, que era considerada ilegal. Na reunião, estavam presentes sindicalistas e Leonel Brizola, cunhado de João Goulart. O ministro da Marinha emitiu uma ordem de prisão contra os organizadores do evento que contava com dois mil marinheiros e fuzileiros navais. O pelotão com seu comandante designado para fazer a prisão aderiu à resistência. O presidente desautorizou o ministro da Marinha, proibindo as prisões e anistiou os revoltosos. [5] Deste modo, o presidente desrespeitou a hierarquia militar. O episódio demonstrou que parte das Forças Armadas poderia dar apoio militar a um possível golpe comunista.

Grupos da esquerda revolucionária, como o MRT e a ORM-POLOP foram fundados antes do golpe, em 1962 e 1961, respectivamente e a Frente de Mobilização Popular, liderada por Brizola, unificou todas as esquerdas: Comando Geral dos Trabalhadores, Ligas Camponesas, UNE, Ação Popular, a esquerda do Partido Socialista Brasileiro, a esquerda mais radical do PCB, os movimentos de sargentos e marinheiros. Brizola ainda organizou os Grupos de Onze, que propunha a luta armada ainda em 1963, e possuía uma cartilha com indicações como:

No terceiro capítulo, sobre a ação preliminar, os companheiros são instados a tentar conseguir o quanto antes armamentos para o "Momento Supremo". E a lista contempla desde espingardas a pistolas e metralhadoras. Com um lembrete: "Não esquecer os preciosos coquetéis Molotov e outros tipos de bombas incendiárias, até mesmo estopa e panos embebidos em óleo ou gasolina." A instrução reconhece a escassez de armas no movimento, mas conta com aliados militares (segundo o documento, "que possuímos em toda as Forças Armadas") e garante ter o apoio da população rural. "Os camponeses virão destruindo e queimando as plantações, engenhos, celeiros e armazéns." [6]

Em centros urbanos, a tática adotada será assumidamente a de guerra suja, com a utilização de escudos civis, principalmente mulheres e crianças. "Nas cidades, os companheiros [...] incitarão a opinião pública com gritos e frases patrióticas, procurando levantar a bandeira das mais sentidas reivindicações populares, devendo, para a vitória desta tática, atrair o maior número de mulheres e crianças para a frente da massa popular." Agitação é a palavra de ordem, com direito a depredação de estabelecimentos comerciais, saques e incêndios de edifícios públicos e de empresas particulares. Também estão incluídos ataques a centrais telefônicas, emissoras de rádio e TV. O objetivo? "Com as autoridades policiais e militares totalmente desorientadas, estaremos, nesse momento, a um passo da tomada efetiva do Poder-Nação." [7]

Continua Leonel Brizola: "No caso de derrota do nosso movimento, o que é improvável, mas não impossível [...] e esta é uma informação para uso somente de alguns companheiros de absoluta e máxima confiança, os reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados, a fim de que não denunciem seus aprisionadores e não lutem, posteriormente, para sua condenação e destruição." [8]

Portanto, o argumento que os grupos de esquerda foram forçados à luta armada após 1964 não é verdadeiro. Eles já existiam e passaram a combater o regime porque não mais vislumbraram a possibilidade de atingir o poder através da via democrática, ou seja, do presidente João Goulart. Não é possível que de uma hora para outra este grupos que defendiam a implantação de um regime ditatorial de esquerda no país passaram a lutar pela democracia. Podemos ver que o risco de um golpe comunista existia e a sociedade pressentia, tanto que é claramente perceptível que o golpe civil-militar foi feito ás pressas, já que não possuía liderança e plano ideológico definidos.



24 de jul. de 2011

O tesouro e a pérola

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 13, 44-52

“O Reino de Deus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que tem e a compra.” (Mt. 13, 45-46)

O Reino de Deus é o próprio Jesus Cristo. Na história da Igreja, muitos O encontraram por acaso como aquele que encontrou um tesouro no campo. Outros O encontraram depois de muito procurar como no exemplo do negociante de pérolas. Cristo é a Verdade, o único tesouro e a pérola de grande valor que muitas pessoas passam a vida toda procurando em várias religiões ou em ideologias políticas e filosóficas, sem encontrá-la.

Esta sede de Deus é natural em todo ser humano. Nós sentimos nostalgia de Deus e é nosso dever moral procurar a verdade que já se revelou no Filho de Deus. De fato, todas as religiões possuem sementes do Verbo, são “pérolas” de menor valor. A bondade, o amor, o fazer o bem e evitar o mal levam-nos e nos permitem a procura da Verdade que é Jesus Cristo. Outros se dizem cristãos, mas fazem de Jesus apenas mais uma de suas “pérolas”, numa mistura de religiões, crendo falsamente que todas sejam boas e tenham o mesmo valor.

Mas o Cristo é anunciado em toda esquina, em canais da TV. Como saber se a mensagem é verdadeira? É por isso que Jesus deixou-nos a Igreja fundada sobre os apóstolos e continuada em seus sucessores, os bispos. É na Igreja católica que a plena verdade de Cristo está presente. Ao encontrarmo-nos com Cristo, devemos nos converter e a conversão exige renúncias: “vender tudo o que tem”, se desvencilhar dos pecados e das práticas incompatíveis com o Evangelho. Só Ele basta. Ele é o Salvador que nos dá a Vida.



17 de jul. de 2011

Parábola do joio e o trigo

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 13, 24-43

“No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo em meu celeiro.” (Mt. 13, 30)

Os filhos do Reino são aqueles que vivem na graça de Deus, enquanto os filhos do demônio são os que vivem no pecado. E o primeiro pecado é não adorar o Deus único e verdadeiro e reconhecer Jesus como o Cristo Salvador. Muitas vezes questionamos o silêncio de Deus diante da maldade no mundo. Queríamos que Deus agisse e esta aparente inércia é motivo de descrença de muitos. Na conhecida parábola do joio e do trigo, vemos que Deus é o Senhor da História e acompanha cada um de nós. Não confundamos a Sua longanimidade com indiferença.

Deus quer que todos sejam salvos. Se fizermos um sincero exame de consciência perceberemos que, em muitas vezes durante nossas vidas, oscilamos entre sermos joio e sermos trigo. Quando Jesus vier como Justo Juiz, dará a cada um conforme Suas obras.

O Reino de Deus também é comparado ao fermento posto na massa. Entre todos os ingredientes das receitas, o fermento é a menor quantidade, mas sem ele a massa não cresce. Nós, os cristãos, devemos ser o fermento da massa. Somos poucos diante da população, mas devemos fazer a diferença, testemunhando Cristo através da caridade e da santidade de vida.

10 de jul. de 2011

Parábola do Semeador

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 13, 1-23

“Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça.” (Mt. 13, 8-9)

Jesus é o semeador, Aquele que nos traz a revelação plena de Deus, e, através de seus pregadores, por toda a História, continua a espalhar Sua palavra. Muitas pessoas já ouviram ou até mesmo leram o Evangelho, mas não deixaram que esta palavra, que é o próprio Cristo, Verbo de Deus, surtisse algum efeito nelas. Muitas não dão a devida atenção a ela, ou não crêem ou crêem no que lhes são convenientes. Ainda que a moção à conversão já seja graça de Deus, preparar este terreno para recebê-la precisa de nossa colaboração. E, após recebê-la, não estamos livres de deixá-la infrutífera dentro de nós. Não basta apenas ouvirmos, lermos ou crermos nela. Devemos nos converter e praticarmos as boas obras, conforme o dom dado a cada um, que esta conversão exige.

4 de jul. de 2011

Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo

A Boa Notícia de Jesus Cristo
Mateus 16, 13-19
“E Eu te declaro: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja.” (Mt. 16, 18)

Jesus pergunta a seus discípulos quem o povo pensava que era Ele. Simão, primeiro entre os apóstolos, declara inspirado pelo Pai, que Ele é o Cristo. Jesus, por sua vez, declara que Simão é a pedra sobre a qual edificará a Sua Igreja. Deste modo, Jesus une Pedro a Si, constituindo-o cabeça visível de Sua Igreja, pastor de Seu rebanho para assegurar a unidade da Igreja, não simbolicamente, mas com os poderes necessários para isto, representados pelas chaves do Reino. É com a fé de Pedro que toda a Igreja deve concordar. Pedro é mais que um nome, é uma missão que continua ao longo de toda a História, em seus sucessores, o Papa, bispos de Roma, cidade a qual Pedro foi crucificado de cabeça para baixo – martirizado juntamente com São Paulo, decapitado – por amor a Cristo. Devemos, portanto, mantermo-nos em comunhão plena com o Papa para que haja uma só fé e uma só Igreja.

Hoje, se a mesma pergunta de Jesus fosse dirigida a nós, a gama de respostas seria maior: uns dizem que Jesus foi um profeta; outros, um rabino; um homem bom; um revolucionário; um espírito elevado; alguns até dizem que foi um extraterrestre ou o fruto da imaginação e criatividade de homens da Palestina. Mesmo entre os cristãos, várias heresias distorceram a imagem de Cristo. Pedro, representando toda a Igreja, declara a fé onde a Igreja é estabelecida. Mesmo que precisemos de um encontro pessoal com Jesus Cristo, a fé não é uma impressão pessoal que temos do Senhor e sim o assentimento à fé da Igreja. Hoje, graças ao Espírito da Verdade que desceu em Pentecostes e nunca mais. Ele é o Messias anunciado no Antigo Testamento. O deixou a Igreja, conhecemos mais profundamente a pessoa de Jesus Salvador do gênero humano. O Deus encarnado. Para nós, quem é Jesus?



1 de jul. de 2011

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus


Entre os anos de 1673 e 1675, Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu diversas vezes à religiosa francesa Santa Margarida Maria Alacoque. Nestas aparições, onde Seu coração estava à mostra significando toda Sua misericóridia e o amor com que amou o mundo, num período onde a heresia jansenista apresentava Deus e a condição do homem pecador tão terrível e desesperadora, Jesus fez doze promessas:

1ª - Eu lhes darei todas as graças necessárias ao seu estado de vida;

2ª - Eu farei reinar a paz em suas famílias;

3ª - Eu os consolarei em todas as suas aflições;

4ª - Serei seu refúgio seguro durante a vida e sobretudo na morte;

5ª - Derramarei muitíssimas bênçãos sobre todas as suas empresas;

6ª - Os pecadores encontrão em meu Coração a fonte e o mar infinito da misericórdia;

7ª - As almas tíbias se tornarão fervorosas;

8ª - As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a grande perfeição;

9ª - Abençoarei Eu mesmo as casas onde a imagem do meu Coração estiver exposta e venerada;

10ª - Darei aos sacerdotes o dom de abrandar os corações mais endurecidos;

11ª - As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no meu Coração e dele nunca serão apagados;

12ª - No excesso da misericórdia do meu amor todo poderoso darei a graça da perseverança final aos que comungarem na primeira sexta-feira de nove meses seguidos.