23 de jan. de 2013

O gênio da Bíblia maravilhosa ou o Deus da lâmpada sagrada?


Heresia é uma palavra que caiu fora de moda. Num mundo governado pela ditadura do relativismo, proclamar verdades eternas, para muitos, cheira à anacronismo ou loucura. Mas pior que o "relativismo laico" é o relativismo religioso. O que vemos hoje nestas igrejas neopentecostais que se proliferam como o joio é heresia pura (heresia da heresia, diga-se). Em um sincretismo aberrante, mistura-se cristianismo com esoterismo e ocultismo. Pode parecer palavras exageradas, mas quem dera não fossem verdadeiras. Antes de fazer estrago entre os católicos, estas igrejas prejudicam suas próprias raízes - se é que é justo afirmar que elas as tenham - no protestantismo histórico e tradicional. 

Onde podemos encontrar este esoterismo, este New Age cristão? Encontra-se na tentativa de domínio de Deus, de domesticar a divindade. Pastores (título que já não basta: hoje são bispos, apóstolos!) agem como ocultistas, ou seja, aqueles que pretendem dominar poderes sobrenaturais em favor próprio ou de outros. Hora marcada para curas e milagres, patuás, amuletos, peças de roupa, toalhinhas, suor de sovaco, tudo transmite algum poder e nada sai de graça. Qualquer semelhança com o esoterismo não pode ser mera coincidência. Sem dizer que o vocabulário de tais igrejas estão carregados de influências das religiões afro-brasileiras: "tá amarrado", "descarrego", "encosto", etc. 

Sem dúvida alguma, Deus pode fazer milagres. Mas faz quando quer e se quiser. É livre e Todo-Poderoso. Não é um gênio da lâmpada que é obrigado a realizar desejos no momento em que seu amo pedir. Age livremente e só Ele conhece o que é melhor para cada um de nós. E nem sempre bens materiais como riqueza ou saúde são o melhor. Limitar a pregação do Evangelho ao maravilhoso, ao extraordinário, ao mágico pode ser um modo rápido e eficaz de encher igrejas com pessoas ávidas para receber algum benefício, mas não é a maneira mais justa e honesta, pois sacrifica a verdade de Jesus Cristo. Não tem como não se lembrar de Simão o Mago, que ao ver que quando os apóstolos impunham as mãos sobre os fiéis, estes ficavam cheios do Espírito Santo, ofereceu dinheiro a São Pedro com o intuito de também ter aquele poder, isto é, dominar a divindade. Que saibamos discernir o que vem do Deus verdadeiro.



21 de jan. de 2013

Há 220 anos, Luis XVI era executado

É uma tristeza o quanto as pessoas não se importam com a pesquisa historiográfica. Basta conferir os comentários desta grande descoberta publicada em vários sites para verificar aonde chega a ignorância e o descaso com a História. 

Mas qual é a importância em se comprovar que o sangue encontrado num lenço guardado dentro de um cofre por 220 anos é o sangue do rei Luis XVI decapitado pelos revolucionários franceses? É um grande indício que o "cidadão Luis Capeto" não era um tirano odiado pelo povo como querem que acreditemos. 

Pessoas do povo não embebedam seus lenços no sangue de criminosos, mas de mártires. Foi como um mártir que o povo francês católico mais humilde viu seu rei ser executado por uma aliança de burgueses, maçons e protestantes. Nisso consiste a importância da descoberta relatada na notícia. Como nossa sociedade é fruto da Revolução Francesa, é preciso justificá-la apresentando Luis XVI como o tirano odiado pelo povo. 

16 de jan. de 2013

Trotula de Salerno


Trotula de Salerno (também conhecida como Trotula de Ruggiero) foi uma médica do século XI que trabalhou na Schola Medica Salernitana, a Escola de Salerno, e é considerada a primeira ginecologista do mundo. É desconhecido a data e o local de seu nascimento (provavelmente, nasceu em Salerno). Era da família dos Ruggiero e casou-se, segundo alguns historiadores, com um dos fundadores da Escola de Salerno, chamado Giovanni Plateario, tendo dois filhos, Giovanni e Matteo, que seguiram a carreira médica dos pais. Foi autora do mais célebre tratado de Obstetrícia e Ginecologia da Idade Média: De Pasionibus mulierum curandorum ante, in, post partum. Dividido em sessenta capítulos, Trotula disserta sobre as diversas técnicas cirúrgicas, preconiza realizar uma eficaz proteção perineal, aconselhando praticar as oportunas suturas no caso de produzir-se lacerações do períneo no transcurso do parto. Não esquece ainda aos lactantes dando normas a respeito do cuidado com o bebê em seus primeiros meses de vida. Outras das obras de Trotula são: Pratica secundum Trocta e De Aegritudium curatione ou De Ornatu mulierum. Neste último título, Trotula recomenda às mulheres de sua época cuidar da higiene diária, praticar regularmente exercícios físicos, massagens com óleo e uma dieta equilibrada e saudável. E completa estas recomendações com simples e curiosas receitas de cosméticos femininos:

Um creme para eliminar as rugas, a fórmula de um batom em que utiliza mel, suco de beterraba, abóbora e água de rosas. Para conservar a dentição saudável e branca recomenda limpá- los com uma infusão quente de casca de noz. Seus trabalhos serviu como base do tratamento da saúde da mulher por 400 anos, sendo conhecido por toda a Europa.

A Escola de Salerno foi a única durante os séculos X a XIII aberta às mulheres, como estudantes e professoras. Como resultado da variada influência cultural na cidade, os médicos de Salerno, tanto mulheres como homens, foram os melhores no Mediterrâneo ocidental. Muitos documentos revelam que a independência das mulheres da escola de Salerno foram parte vital do avanço científico do período. Durante a alta Idade Média, a medicina, entre as mulheres, era praticada exclusivamente pelas monjas, que, deste modo, evitava a entrada de homens no claustro. Porém, a prática da obstetrícia e os cuidados aos bebês em seus primeiros meses era confiadas às mulheres leigas.

Naqueles casos em que a mulher exerce a medicina, o realiza pela circunstância de ser esposa ou filha de médicos sendo que aprende-se a medicina com eles. A Escola de Salerno será a primeira que vai oferecer às mulheres com vocação à medicina o livre acesso a formação médica e sua titularização, sem limitar seu campo de acão às enfermidades da mulher e o cuidado dos lactantes, mas ampliá-la ao exercício da medicina geral. Com esta abertura, logo surgirão em Salerno cinco mulheres destacadas na arte da cura: Trotula, Salernitana, Constança e Calenda, a judia Rebeca Guarna e Abella, uma muçulmana. Salvo no caso de Trotula, poucas informações nos chegaram do resto destas mulheres pioneiras. De Rebeca Guarda sabemos que escreveu um tratado sobre a urina e a febre e de Abella, a muçulmana, unicamente o título de seu livro De artrabile et de natura  seminis humani.

De todas as médicas de Salerno, Trotula é a mais bem conhecida. A despeito de sua fama, os detalhes de sua vida – idade ou ano em que nasceu, quando ingressou na escola ou completou seus  estudos – são escassos, mas sabemos que ela foi a autora de importantes trabalhos médicos. Seu principal interesse e área de estudo foi a saúde da mulher. Muitas mulheres não eram tratadas porque se envergonhavam ou consideravam impróprio serem examinadas por médicos homens, especialmente em casos ginecológicos.

Diferentemente da maioria de outros trabalhos do período, Trotula nunca prescreveu encantamentos ou a astrologia como tratamento para as doenças. Em vez disso, dava conselhos práticos - de fato, muitos de seus tratamentos preconizados ainda estão em uso hoje! No De Pasionibus mulierum, ela mostra teoricamente as causas bem como os tratamentos para várias questões da saúde da mulher, incluindo infertilidade e problemas com a menstruação e com o parto. 

Em seu livro, a menstruação é vista como saudável e importante, e escreve sobre diferentes modos para regular o seu ciclo. Em seu De Ornatu mulierum, aborda não só receitas de maquiagens e dicas de aplicação, mas aconselha sobre o cuidado com a pele, com a saúde dos dentes e a higiene, tratamento da acne e contra a queda de cabelo.

Afirmou que tanto os homens quanto as mulheres podem ser responsáveis pela infertilidade – uma radical posição para a época – e também defendeu que as mulheres tinham o direito de não sofrer durante o parto. Para este fim, ela experimentou opiácios e soporíferos, além de um incontável número de ervas. Aconselhou uma recuperação longa e tranquila para obter êxito na cura das doenças e após o parto e teve sucesso  em processos de  cesariana. Em geral, desenvolveu a medicina preventiva como chave para promover a boa saúde para as mulheres.

Como professora da Escola de Salerno, Trotula ensinou seus alunos a manter uma interação lenta com seus pacientes. Ela acreditava que era preciso fazer muitas perguntas, não somente sobre os sintomas que os pacientes estavam sentindo, mas também sobre o seu estilo de vida e problemas em geral. Assim, afirmava, o médico estaria mais atento sobre o paciente, tendo uma melhor compreensão do seu estado físico e podendo tratar o problema com mais rapidez e eficácia.

Pelas informações escassas sobre sua biografia, assim como ocorre com sua data de nascimento, é desconhecida a data de sua morte. 

5 de jan. de 2013

Cotas Raciais: as primeiras leis segregacionistas do Brasil


A lei de cotas raciais para as universidades entrou em vigor já neste ano. "Nunca antes na história deste país" houve leis raciais. Para se ter uma ideia de como a coisa é grave, a Constituição do Império promulgada em 1824, em pleno auge da escravidão, afirmava que todos os cidadãos brasileiros eram iguais. É claro que há dois estatutos diferentes: o do escravo e o do cidadão livre, mas não são estabelecidos pela cor da pele, nem pela etnia. Um negro livre é igual, perante a lei, ao branco livre.

O governo do PT está tendo a honra de ser o primeiro a introduzir leis raciais e segregacionistas no país. Ainda que estejamos longe do mito da "democracia racial", nunca houve nada parecido no Brasil com a lei dos "iguais, mas segregados" ou da "gota de sangue" norte-americanos. Jamais tivemos algo parecido com o Apartheid sul-africano. Graças, em grande parte, a nossa cultura católica, diga-se de passagem. 

Com as bençãos do STF e a apatia costumeira do povo e tendo os movimentos negros subservientes ao PT declarado que esta é uma "discriminação positiva" (sic) o racismo foi introduzido legalmente no Brasil. Hoje, há dois vestibulares: um para negros e outro para brancos sem levar em consideração a formação de ninguém, somente a cor da pele ou a origem étnica. 

Leis assim sempre aparecem como coisas boas. O Apartheid teve início com os calvinistas africâneres que diziam que com a segregação estavam protegendo a cultura dos nativos. Como bom partido de esquerda que o PT é - Marx foi um racista de carteirinha. Além de antissemita mesmo sendo judeu, louvou os EUA, um país, dizia, de um povo evoluído, quando este anexou parte do México, "daqueles mexicanos atrasados e preguiçosos", ao seus territórios - não duvido que boa parte da intenção dos ideólogos petistas seja puramente racista, acreditando que os negros não possuem a mesma capacidade intelectual dos brancos e, por isso, devem ser "ajudados" e concorrerem somente entre si. O que consola é que a lei de cotas é provisória.