A Boa Notícia de Jesus Cristo:
Mateus 5, 38-48
“Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?” (Mt. 5, 46)
No trecho do Evangelho deste domingo continuamos o sermão da montanha. Jesus nos ensina a fugir de qualquer tipo de vingança. Não Se opõe a justiça, mas quer que fujamos do ódio que a injustiça pode nos causar. Ao sofrermos alguma injustiça, temos a tentação de nos revoltar e de querer dar o troco. É a famosa lei do “olho por olho, dente por dente”. Esta lei, presente no Código de Hamurabi, na Babilônia, já era um avanço na questão de como as vítimas de agressões poderiam reagir. Limitava um antigo costume de vingar-se sete vezes do agressor, muitas vezes estendendo a vingança aos seus parentes.
Era uma violência sem fim. Mas a lei do Evangelho vai além. É a lei da misericórdia. Necessariamente não temos que ser ressarcido em tudo. Podemos e devemos perdoar, relevar. A lei de Cristo é a lei do amor. Por amor a Deus devemos amar a todas as pessoas, sem distinção, até mesmo nossos inimigos. É exatamente na demonstração deste amor incondicional que testemunhamos Deus que é Amor. Deus ama a todos mesmo sabendo que nem todos correspondem a este amor.
Portanto, amar nossos inimigos, fazer o bem a quem nos odeia, é o distintivo do cristão diante do mundo. É um sacrifício imenso. Conta-se que, por volta do século VI, os monges irlandeses, massacrados pelos anglo-saxões, cogitaram não enviar missionários a Grã-Bretanha para que estes, sem conhecer a Cristo, fossem para o inferno. Mas os missionários chegaram à ilha e todos os anglo-saxões se converteram.
Amar aqueles que nos amam ou nos tratam bem é fácil. Só amando nossos inimigos, ou ainda menos, amando aqueles que não vamos com a cara, que não temos afinidade, alcançamos mérito diante de Deus. Só assim é restaurada em nós a imagem e semelhança do Pai celeste. Não é fácil, todavia Jesus, na cruz, nos deixou o exemplo de como deve reagir um cristão, mesmo sendo injustiçado, perdoando seus agressores.
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