O florescimento do comércio na Europa a partir do século XII propiciou o
aparecimento de corporações comerciais que dominavam determinadas rotas de
comércio e mercados de produtos manufaturados ou importados do Oriente. No
norte do Sacro Império, que viria a ser a Alemanha, surgiu a Liga Hanseática,
uma corporação que monopolizou o comércio no Mar do Norte. Seus postos
comerciais estavam presentes em cerca de cem cidades que se estendiam da
Holanda à Rússia. Possuía governo e leis próprios, navios e soldados que
protegiam sua frota e seus postos comerciais e combatiam a pirataria na região.
Porém, o sucesso da Liga Hanseática enriqueceu as cidades comerciais alemãs,
mas não proporcionou à Alemanha as condições nem a acumulação de capital
necessários para o desenvolvimento da indústria, posto que não havia um Estado
alemão unificado, o que somente ocorrerá no século XIX. A Liga perdeu sua força
com o advento das medidas mercantilistas dos Estados europeus com a imposição
de inúmeras barreiras comerciais.
Otto Von Bismarck |
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra em meados do século
XVIII. Em seguida, França e Holanda
passaram a desenvolver suas indústrias. A Revolução Industrial na Alemanha
ocorreu tardiamente, já durante a chamada Segunda Revolução Industrial, a
partir da unificação dos estados alemães, no ano de 1871, sob a liderança da
Prússia. A base da industrialização foi posta com a unificação monetária,
fiscal e das leis. Através de financiamento estatal, o chanceler Otto von Bismarck
passou a incentivar a industrialização do país, sobretudo voltada para a
confecção de tecidos de algodão e a
siderurgia, já que, com a ocupação da região do Ruhr, após a guerra
franco-prussiana, a Alemanha passou a ter uma abundante fonte de minério de
ferro e carvão. A indústria alemã teve rápido desenvolvimento e, nos anos 1880,
o país já despontava como uma das grandes potências industriais do mundo a
ponto de ameaçar a soberania inglesa na Europa. Para se ter um exemplo, basta
dizer que, nesta década, o motor a combustão interna foi inventado na Alemanha,
dando grande impulso ao desenvolvimento da indústria automobilística.
Neste mesmo período, acontece a Conferência de Berlim. Diante das
tensões entre as potências industriais ocasionadas pelas disputas em torno de
novos mercados consumidores e na aquisição de matéria-prima, os países
desenvolvidos (Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Espanha,
Itália, França, Holanda, Bélgica e Alemanha) se reúniram na capital alemã para
dividirem entre si o território africano e determinar suas áreas de influência
ao redor do mundo. A Alemanha ficou com os territórios da atual Namíbia,
Tanzânia, Ruanda e Burundi. Posteriormente, a Alemanha possuiu colônias na Ásia
e na Oceania. A indústria alemã continuou em pleno desenvolvimento,
apresentando altos índices de crescimento, até o início da Primeira Guerra
Mundial, em 1914.
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