A Rio+20 foi um dos assuntos que
dominaram o noticiário nos últimos dias. A Conferência da ONU sobre o meio
ambiente, cujo tema era o desenvolvimento sustentável, reuniu chefes de Estados
e representantes de governos de todos os países. Sem a participação dos chefes
de Estado ou de governo dos países desenvolvidos, não passou nem perto do que
foi a Eco-92. Forte foi a presença de ONG's, representantes da sociedade civil
– que, na verdade, são grupos de esquerda que defendem suas próprias ideologias
que passam longe da vontade do restante da sociedade – e os mais diversos
grupos e tipos de pessoas, transformando o evento numa mistura de Woodstock com
a assembleia da UNE. Mas o que realmente se esconde atrás do crescente
movimento ecologista? O movimento não apresenta uma ideologia hegemônica,
atravessando as mais variadas correntes filosóficas, apresentando desde grupos
bem intencionados até movimentos político-ideológicos radicais.
Após a queda da URSS no início da
década de 1990 termina a divisão do mundo entre as ideologias capitalistas e
socialistas. É o fim da Guerra Fria que dividiu o planeta entre zonas de influência
dos EUA e da URSS. O socialismo perdeu sua força com a experiência fracassada
da URSS. Entramos num período sem ideologias a defender. Então, sem o apoio de
uma superpotência como a União Soviética e sem nenhum bom exemplo que levasse a
população mundial a optar livremente pelo comunismo, a esquerda mundial
precisava empunhar uma nova bandeira que envolvesse toda a humanidade e, assim,
voltou-se para a causa ecológica. Revestidos de aparentes boas intenções na
defesa dos recursos naturais do planeta, dominaram as ONG's ambientalistas. Os
movimentos sociais de esquerda passaram a defender entusiasticamente a causa
ambiental. O vermelho se foi: o verde tornou-se a nova cor do comunismo. São os
chamados “melancias”: verdes por fora e vermelhos por dentro. O discurso é
simples: o meio ambiente está sendo destruído; o causador desta destruição é o
modo de vida da sociedade, sobretudo ocidental, baseada no capitalismo. Deste
modo, conclui-se facilmente que o capitalismo é a causa da destruição do
planeta e seus promotores e defensores, os Estados nacionais, devem ser
substituídos por uma nova ordem mundial sob o argumento de uma iminente catástrofe
que levará ao fim da humanidade.
Como já foi lembrado, sem o apoio
de uma grande potência, a ONU tornou-se o caminho para a propagação e
implantação desta nova ordem. Não podemos afirmar que a ONU é marxista, mas que
os marxistas a utilizam. Na verdade, a ONU tem o talento de unir o
individualismo liberal com a massificação marxista. Defende-se uma governança
mundial, o fim da autodeterminação e independência das nações, que ditaria a
cada país o que deve e o que não deve ser feito em defesa dos “direitos humanos”,
do bem comum e da preservação do planeta. Com isso, a ONU se tornaria um parlamento
supranacional, suas agências controlariam a economia, a justiça, a cultura, a
religião e a população mundiais. A primeira experiência para este
internacionalismo foi dado com a criação de blocos regionais, como a União
Europeia. Teorias da conspiração encontradas pela internet e planos para
conquistar o domínio mundial podem soar como um novo livro de Dan Brown, mas os
documentos da ONU e a pressão que esta já exerce sobre as nações signatárias de
suas convenções para que aprovem seus intentos são provas de que a intenção de
um governo global realmente existe. E o medo da população mundial de uma
catástrofe ambiental levaria ao apoio incondicional de tal governo. Afinal,
quem não apoiaria uma instituição que seria a única capaz de salvar nossas
vidas, nem que para isso sacrificássemos parte de nossa liberdade individual ou
independência nacional?
No passado, os
esquerdistas defendiam o fim do capitalismo como solução para os problemas sócio-econômicos.
Passado o capitalismo, o comunismo se instalaria trazendo o paraíso na Terra.
Agora, o capitalismo é considerado o grande vilão da questão ambiental.
Interessante frisar que a URSS era entre as nações, a segunda maior poluidora;
que destruiu suas florestas; que causou um desastre ambiental irreversível no
Mar de Aral e que o maior acidente nuclear da História aconteceu em Chernobyl. Vale
lembrar também que Cuba transformou suas áreas de vegetação natural em
plantações de cana-de-açúcar; e que os assentamentos do MST praticam
desmatamentos desregrados no Brasil. Ou seja, o socialismo jamais conseguiu
este admirável desenvolvimento sustentável tão defendido pelos movimentos de
esquerda. Mas o ecologismo da ONU tornou-se patente após a publicação da Carta
da Terra no ano 2000. A
ONU traiu sua constituição, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A
pessoa humana deixou de ser a referência quando se trata do seu desenvolvimento
e bem-estar integrais e da salvaguarda de sua dignidade. A Terra passou a ser o
ente que deve ser defendido e preservado custe o que custar, inclusive se
custar vidas humanas. O planeta passou a ser considerado uma entidade viva e o
ser humano uma praga a ser combatida.
Apostando no
catastrofismo apocalíptico, a ONU com a colaboração de ONG’s ambientalistas,
partidos políticos, intelectuais e centros de pesquisa passou a divulgar dados
assustadores sobre as mudanças climáticas que levariam ao fim da vida como se
conhece na Terra. Deturpando dados científicos – como ficou provado no roubo
dos e-mails do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – e desacreditando
aos milhares de cientistas que apresentam teorias que comprovam a
impossibilidade de haver mudanças climáticas provocadas pela ação humana
(nenhum deles foram convidados para participarem da Rio+20) a ONU induz a
população mundial ao medo e coage todos a apoiar suas políticas. Vislumbrar um
futuro de seca, fome, cidades litorâneas submergidas e guerras leva a qualquer
um a apoiar quem possa impedi-lo. E é por isso que a ONU tenta em suas diversas
conferências sobre o meio ambiente aprovar um documento que obrigue a todos os
países a seguirem suas diretrizes que orientam todos os aspectos da vida humana
no sentido de preservar o meio ambiente. Sem a presença dos países desenvolvidos (Angela Merkel, por exemplo, preferiu torcer para a seleção alemã na Eurocopa) e sem conseguir impor sua vontade, o documento final da Rio+20 provou que a conferência foi um fracasso. Graças a Deus.
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