22 de jul. de 2014

ATEA: um desserviço aos ateus e agnósticos

A ATEA é uma vergonha para os ateus e agnósticos, para todos os ateus e agnósticos sérios e inteligentes que brilharam e brilham em tantas áreas do conhecimento e com os quais aprendo e admiro sinceramente. Os "ateus clássicos" devem revirar-se nas sepulturas com a existência de uma associação que pretende reunir os ateus brasileiros e assume simplesmente a polêmica, a superficialidade e a desonestidade intelectual. Dias desses, fizeram um post que mostrava um jogador brasileiro ajoelhado e rezando e um jogador alemão vibrando. A legenda era a seguinte: a fraqueza da fé e a força do trabalho. Em primeiro lugar, a imagem lembrava - e muito - os cartazes de propaganda nazista e era uma mentira, posto que há na seleção alemã muitos jogadores religiosos. 

Esta postagem sobre a Bíblia no perfil da ATEA no Facebook, por exemplo:


Há outras semelhantes. Demonstra claramente que o autor desconhece completamente a Bíblia, a sua história, a sua linguagem, a sua formação. Jamais a estudou. Desconhece o objeto de estudo que quer detratar. Trata o assunto de maneira anticientífica e preconceituosa. Não conhece exegese e hermenêutica e, aparentemente, nem a diferença entre sentenças apodíticas e casuísticas, princípio básico para se entender o Pentateuco. Serve à superficialidade das redes sociais, joga para a torcida, mas seu efeito é inócuo. Talvez desconheçam seus correligionários: Spinosa (se é que era de fato ateu) e os racionalistas do século XIX, estes sim, inimigos mordazes das Sagradas Escrituras. Seus estudos são pertinentes. Como bom católico, conheço estes trabalhos e também conheço a Bíblia. Talvez o problema resida justamente aí. Os "ateus clássicos" eram espíritos livres. Quando se pretende institucionalizar o ateísmo, dando-lhe ares de religião com todas as suas estruturas, há sempre o risco de degenerar-se em dois vícios presentes em alguns membros de qualquer religião: o fanatismo e a irracionalidade.




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