A Santíssima Virgem Maria é Rainha. Esta não é uma simples devoção. É uma verdade de fé comprovada pelas Sagradas Escrituras. Existe o Reino de Deus. Neste Reino, Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei. A primeira parte do diálogo do arcanjo São Gabriel com Nossa Senhora (antes de Maria Santíssima perguntar: "Como se dará isso posto que não conheço homem?") diz respeito ao Reinado de Jesus. O arcanjo diz claramente que Jesus receberá o trono de Davi e reinará eternamente sobre a casa de Israel. É claro que este Reino não é o mesmo reino davídico, o Reino de Israel terrestre. O Reino de Jesus não é deste mundo.
No Antigo Testamento, o Reino de Israel é imagem do Reino de Deus. Este Reino terrestre tinha uma figura de suma importância: a Grande Senhora, a Rainha-Mãe (em hebraico (transliteração), Gebirah). Num Reino onde o rei tinha várias esposas e concubinas, a Rainha não era uma de suas esposas, como nos reinos modernos, mas a mãe do Rei. Tinha seu trono ao lado do trono do filho e exercia um importante papel político atuando como intercessora junto ao Rei. Nos livros dos Reis e das Crônicas, as introduções à história de um novo Rei de Judá seguem sempre uma mesma estrutura. Entre outros elementos, constam: Uma referência de tempo (o ano de reinado do soberano do Reino do Israel); o nome e a naturalidade (ou filiação, quando o pai era uma personalidade importante) da Rainha-Mãe; a referência paterna do novo rei para demonstrar que era da Casa de Davi. Para exemplificar, tomemos dois exemplos do segundo livro dos Reis:
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No segundo ano do reinado de Joás, filho de Joacaz, rei de Israel, Amasias, filho de Joás, rei de Judá, tornou-se rei. Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou durante vinte e nove anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Joadã, e era natural de Jerusalém. (II Reis 14, 1-2)
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No vigésimo sétimo ano do reinado de Jeroboão, rei de Israel, tornou-se rei Azarias filho de Amasias, rei de Judá. Tinha dezesseis anos quando iniciou seu reinado em Jerusalém, que durou cinqüenta e dois anos. Sua mãe se chamava Jequelias e era de Jerusalém. (II Reis 15, 1-2)
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São Lucas, quando escreve o relato da anunciação do nascimento de Jesus, usa a mesma estrutura, com todos os mesmos elementos:
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No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. (Lc. 1, 26-27)
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Separando os elementos dos três trechos das Sagradas Escrituras para melhor comparar:
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Referência de tempo:
No segundo ano do reinado de Joás
No vigésimo sétimo ano do reinado de Jeroboão
No sexto mês [da concepção de São João Batista]
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O nome e a naturalidade da Rainha-Mãe:
Sua mãe chamava-se Joadã, e era natural de Jerusalém
Sua mãe se chamava Jequelias e era de Jerusalém
Uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré... e o nome da virgem era Maria.
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A descendência davídica do novo rei:
Filho de Joás, rei de Judá
Filho de Amasias, rei de Judá
Um homem que se chamava José, da casa de Davi
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Portanto, no Reino de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei, Rei do Universo, Rei céus e da terra e, por consequência, a Virgem Santíssima é Rainha dos céus e da terra, a Rainha-Mãe, sentada à direita de Seu Filho.
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