24 de dez. de 2011

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo




As luzes coloridas, os enfeites variados, as decorações grandiosas, a preocupação com a ceia e os presentes, a onipresença do Papai Noel podem nos levar a esquecer o mistério do Natal. Um grande mistério. Não comemoramos no dia 25 de dezembro apenas um natal, ou seja, o nascimento de mais uma criança. Todos os nascimentos são maravilhosos, a manifestação da vida é um mistério e um milagre em si mesma, mas nada, absolutamente nada se compara com o que aconteceu há dois milênios em Belém da Judeia quando ouviu-se o choro estridente de uma criança quebrando o silêncio daquela noite e dividindo a História dos homens. O Verbo feito carne veio à luz. O Filho de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro deixa a glória celeste e Se torna um de nós. O Eterno entra no tempo, o Todo se faz parte na fragilidade de uma criança. É um acontecimento extraordinário.

Sem estardalhaço, agindo suave e delicadamente, Deus se fez homem. Ninguém percebe. Ninguém sabe. Sua Mãe Santíssima, que durante nove meses meditou em seu imaculado coração tudo o que o arcanjo Gabriel lhe disse em Nazaré, sabe que Seu Filho é Deus; São José, seu pai legal, após tantas dúvidas, sabe que aquela criança foi gerada pelo Espírito Santo. Os anjos vão aos campos para anunciar aos mais pobres de Israel, aos pastores, que o tão esperado Cristo Salvador nasceu na Cidade de Davi e estes imediatamente correm para o presépio e encontram uma criança que não apresenta nada em especial, envolta em pobres faixas, indefesa e recostada numa manjedoura. Os magos do Oriente perscrutam os céus e encontram um sinal: um astro refulge no firmamento. É a natureza sinalizando que Deus vem em socorro da humanidade.

Assim como criou o mundo e tudo o que existe, Deus podia salvar a humanidade com um simples ato de Sua vontade, mas foi pela mulher que o pecado entrou no mundo, então era preciso que pela mulher a salvação entrasse no mundo. Foi na carne que o homem se perdeu e era preciso que na carne fosse salvo. Deus exigia a obediência total do homem em reparação à desobediência de Adão, porém sendo todos os homens pecadores, Deus, rico em misericórdia, envia Seu próprio Filho para resgatar a humanidade decaída e ferida pelo pecado, essa ovelha perdida que o Pastor toma nos ombros quando assume a nossa carne no ventre da Virgem Maria. Em Sua infinita misericórdia, Deus olha para os homens e desce para ver seus sofrimentos. Sente o que os homens sentem. Despoja-se inteiramente de Sua glória para habitar conosco por amor a cada um de nós. Sua divindade está escondida numa criança. Sendo Onipotente, fica totalmente dependente dos cuidados de Seus pais. São eles que O salvarão das garras de Herodes; sendo Onisciente, Sua única manifestação é o choro; sendo Onipresente, está limitado pela natureza humana. Deus, não podendo dar mais, deu-se a Si mesmo. Admiramos uma pessoa rica quando renuncia a suas riquezas, doa prodigamente o que tem aos pobres ou ocupa altos cargos e não é soberba. Mas nada se compara à humildade de Jesus tão visível naquele cocho. Infinita humildade! Quanto amor por nós!

O Natal é apresentado hoje como uma festa mágica, infantil e consumista. Dominado pelo mercado e secularizado por este para poder agradar a todos, o profundo e verdadeiro significado do Natal foi sufocado. Sem dúvida, o maior acontecimento da História deve ser comemorado: enfeitemos os lugares com luzes, pois estávamos nas trevas do pecado e a Luz brilhou sobre nós; que as decorações demonstrem nossa alegria pelo Senhor que veio, vem e virá; que a ceia seja uma festa para comemorarmos a Salvação que entrou no mundo para nos livrar do jugo do pecado e da morte. Além de um tempo legítimo de festa, pois tudo o que fazemos para comemorar o nascimento de Cristo ainda é pouco diante deste fato tão extraordinário, o Natal oferece-nos um período de meditação e reflexão. Mais uma vez a agitação do natal secularizado pode-nos desviar destes propósitos. Conversão e penitência são palavras que não aparecem nas propagandas natalinas. A triste realidade é que, para a maioria das pessoas, Jesus é um estorvo, alguém prescindível e desnecessário, quando muito um personagem admirável e não a razão de nossas vidas, aquela pérola preciosa que nos motiva a abandonar tudo para possuí-la.

Diante do Menino, reflitamos sobre nossas vidas. Diante de tanto amor que Deus nos oferece, como estamos correspondendo? Progredimos em santidade entre o Natal passado e este Natal ou ano após ano estamos exatamente iguais ou, o que é pior, retrocedemos? Que nossas comemorações estejam centradas na pessoa de Jesus. Que, entre as comemorações, nossa prioridade seja a Santa Missa, onde o Cristo se dá na Eucaristia, manso e humilde como na gruta de Belém, onde a aparência do pão e do vinho esconde Sua divindade assim como estava escondida naquela criança nascida na Casa do Pão (Bethlehem) e colocada profeticamente na manjedoura significando que o Pão vivo descido do céu seria nosso alimento. Que o Cristo Senhor nasça em cada coração!


19 de dez. de 2011

Quarto Domingo do Advento - Fiat!

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Lucas 1, 26-38

Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc. 1, 38)

Neste quarto Domingo do Advento temos o trecho do evangelho que nos conta a anunciação do anjo a Maria. Esta passagem é bastante conhecida. O anjo Gabriel anuncia a Nossa Senhora que Deus a havia escolhido para ser a Mãe do Salvador. Desde toda a eternidade, Deus tinha escolhido Maria. O Senhor olhou para todas as mulheres, de todos os tempos e lugares, e viu em Maria aquela em quem cumpriria Suas promessas, viu nela a mulher que esmagaria a cabeça da serpente. Olhou para a humildade de sua serva, justamente para a virtude que faltou a Eva. Assim, como a mulher que seria Sua mãe era do povo judeu, Deus escolheu este povo para que, dele, nascesse o Salvador.

É por causa de Maria que Deus não escolheu nenhum outro povo, mas os judeus. Deus preparou Maria preservando-a do pecado original. Tinha que ser imaculada porque recebia em seu ventre o próprio Deus. Assim como a presença do Senhor não permanecia no Templo de Jerusalém quando este era profanado e se tornava impuro, do mesmo modo, Deus não poderia habitar na Virgem Maria – quanto mais receber sua carne – se esta estivesse manchada pelo pecado. Assim nos revela o arcanjo Gabriel quando lhe chama por um novo nome: cheia de graça. A Santíssima Virgem é repleta da graça de Deus não tendo espaço para o mal.

Em resposta ao anjo, Maria faz-se, na fé, totalmente obediente a Deus: que se faça nela a vontade de Deus. Maria nada reservou de si. Entregou-se totalmente ao projeto de Deus. Que também nós sejamos obedientes a Deus, dóceis a Sua palavra e creiamos de todo o coração como Maria acreditou.

11 de dez. de 2011

3º Domingo do Advento - João Batista: testemunha da Luz

A Boa Notícia de Jesus Cristo

João 1, 6-8.19-28

“João respondeu: Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis.” (Jo 1, 26)

A sociedade moderna passa pela mesma dificuldade que a sociedade judaica contemporânea a João: não conseguem reconhecer o Cristo entre nós. A dureza do coração diante de Jesus Cristo faz com que muitos busquem falsos profetas e falsas doutrinas, se embrenhando em religiões estranhas, nas heresias histéricas e que criam falsas ilusões em nome de Jesus, no esoterismo, ou ainda esta sociedade que busca o sensível, a experiência como prova – o que vem acontecendo mesmo entre os cristãos – esquecendo da suavidade da presença de Cristo no meio de nós.

As pessoas supervalorizam os milagres extraordinários, as manifestações de dons e carismas e até – pasmem! – shows de possessão demoníaca, reais ou não. Será que cansamos de andar na luz que é Cristo ou nos acostumamos tanto com Sua presença que Ele passa despercebido por nós, como em Sua presença real, mas encoberta sob o véu do sacramento da Eucaristia? Desde a ressurreição, Cristo está vivo no meio de nós, sem jamais nos abandonar. Não cremos mais em Sua presença?

A voz da Igreja continua soando no deserto como a de João Batista. Numa aridez cada vez maior, a Igreja se mantém firme em anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo, dando testemunho da Luz, porém é sempre vista com desconfiança, ameaçada, caluniada por aqueles que não querem reconhecer em Jesus o Cristo Senhor. Que neste Natal abramos o coração para receber Aquele que veio nos salvar de nossos pecados através da humildade e simplicidade de uma criança que aparentemente nada tinha de especial e era o próprio Deus feito homem.



5 de dez. de 2011

2º Domingo do Advento - O precursor João Batista

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Marcos 1, 1-8

“Uma voz clama no deserto: traçai o caminho do Senhor, aplainai as suas veredas.” (Mc 1, 3)

A missão de São João Batista era preparar o povo para receber o Salvador, Jesus Cristo. Seu batismo não era sacramento, mas o preparava através do arrependimento para que se voltasse para o Cristo, Aquele que nos justifica pela água e pelo Espírito Santo. Os profetas sempre foram aqueles que clamam no deserto, que acabam falando ao vento, sem que os homens e mulheres dêem ouvidos ao que estão dizendo. E a Igreja segue este caminho. Sendo luz das nações, estas preferem andar nas trevas a escutá-La. 

Cada um se considera seu próprio profeta, que perscruta o coração de Deus e pode decidir por si mesmo a Sua vontade. Vivemos no tempo da conversão, de nos prepararmos para o Senhor que veio, vem e virá. Eliminemos o pecado de nossas vidas. Voltemos para Deus enquanto é tempo. Ouçamos a voz do Espírito que fala através da Sua Igreja.

27 de nov. de 2011

1º Domingo do Advento - Vigiai!

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Marcos 13, 33-37

“Ficai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo.” (Mc 13,33)

Ainda que saibamos que Jesus voltará, não sabemos a data, mas temos certeza que iremos nos encontrar diante do tribunal de Deus assim que morrermos. E ali, Jesus Cristo, Supremo Juiz, definirá nosso destino eterno: salvação ou condenação. Não podemos deixar pra amanhã nossa conversão, fazer a vontade de Deus e a prática de boas obras.
.Mesmo que gozemos de boa saúde, sejamos jovens ou crianças, não imaginemos que temos tempo, adiando dia após dia nossa conversão, pois não sabemos que hora a morte pode nos visitar. Não temamos a morte que é inevitável, mas temamos o pecado que pode nos condenar ao sofrimento eterno.
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Se vivermos na graça de Deus, perseverantes na fé, nada tememos, nem a vinda do Senhor, nem nossa morte, pois encontraremos Aquele que amamos e no amor não há temor. Mas o que vemos é um descaso com Deus, cada um vivendo como bem entende e se é verdade que Deus é amor, também é verdade que é justiça.

20 de nov. de 2011

Festa de Cristo Rei do Universo

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 25, 31-46

“Responderá o Rei: Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25, 40)

O Reino de Deus foi inaugurado com a vinda de Jesus Cristo e continua na Igreja por Ele fundada. Aonde a Igreja chega, chega o Reino e Jesus reina nas almas purificadas pelo batismo, naqueles que estão na graça de Deus. E a lei deste Reino é o amor. O indivisível amor a Deus e ao próximo é o sinal da presença do Reinado de Jesus. Ele mesmo deu-nos o exemplo: sendo Rei veio para servir e continua vindo humildemente em cada eucaristia celebrada. Assim como, pelo batismo, participamos do ministério régio de Cristo, sejamos servidores dos nossos irmãos mais necessitados. E quando Jesus voltar e implantar definitivamente seu Reino, seremos todos julgados. Na parábola, Jesus se dirige a Sua Igreja, pois os de fora já estão condenados. Julgará não somente nossa fé, mas também nossas obras.

O motivo da condenação de Jesus era verdadeiro: Ele é o rei dos judeus. Mas não aquele rei-messias que os judeus esperavam, que libertaria Israel da dominação romana. Para quem assistia a crucificação, lá pendia um rei derrotado, inerte, que é desafiado pelos sacerdotes, pelo povo, pelos soldados a se salvar. Um de seus companheiros de suplício pedia-lhe que se salvasse e que salvasse a eles também. Mas era exatamente isto que Jesus fazia. Ele reinava a partir da cruz, vencia o verdadeiro inimigo, o demônio. O bom ladrão conseguiu perceber isto, que Jesus era Rei, mas que Seu Reino não era deste mundo e que a Sua arma era o amor até o fim e não a espada. Jesus reina. Ele venceu a cruz, ressuscitou. Infelizmente poucos creram e crêem para que Jesus reine em suas vidas.


13 de nov. de 2011

Parábola dos Talentos

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 25, 14-30

“A um deu cinco talentos; a outro dois; e a outro um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu.” (Mt 25, 15)

O Senhor Jesus reparte Seus dons entre Seus servos para que eles os façam produzir. Sabe da capacidade, das limitações e fraquezas de cada um de nós e nunca exige mais do que podemos. O que nos atrapalha, como na parábola, é o medo. Hoje, temos medo de amar, somos egoístas, juntamos apenas para nós e não somente bens materiais. Não somos donos de nada, nem do nosso corpo, nem de nossa vida. Somos meros administradores dos bens de Deus. A fé somente não nos basta. Tem que vir acompanhada de obras e para realizá-las é que Deus nos capacita. Na Sua volta – ou quando nós formos ao Seu encontro – teremos algo para apresentar? Será que estamos produzindo algum fruto de penitência, justiça, caridade para apresentar ao Senhor ou tememos perder o que temos e nos agarramos às coisas passageiras desta vida e esquecemos nossos bens eternos?



6 de nov. de 2011

Solenidade de Todos os Santos

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 5, 1-12

Neste domingo, comemoramos o dia de todos os santos aqueles que foram fiéis a Jesus Cristo. Lemos no evangelho de hoje as bem-aventuranças, a “receita” de santidade que Jesus nos deu. Olhemos para os santos que a Igreja nos apresenta como modelos e obras-primas de Deus para que possamos imitá-los em nossa vida cristã. Neste dia, não honramos apenas os santos canonizados, mas todos aqueles anônimos que estão nos céus. O mundo de hoje não quer ouvir falar em santidade, que demanda sacrifício, renúncia de si próprio, entrega total a Providência Divina. Uma vida mais confortável, o imediatismo, o prazer desenfreado, fez com que o céu se tornasse desinteressante. A humanidade quer o céu aqui e agora. Abramos os nossos corações corajosamente a Jesus Cristo. Desejemos somente Ele, nosso Sumo Bem. Abandonemos o pecado e olhemos para os santos de Deus. “Se eles puderam, por que não podemos também?”

Fazemos nestes dias memória de todos aqueles que morreram na graça de Deus, tanto os que estão em Sua glória, os santos, quanto os que, ainda que salvos, estão em estado de purificação, pagando as penas temporais que não puderam ou não tiveram a oportunidade de pagar na terra. Comemoramos todos os santos, que foram fiéis a Cristo e que, no céu, não cessam de orar por nós. De nossa parte, ofereçamos a Deus nossas orações por nossos irmãos que padecem no purgatório, para que sejam purificados e adentrem a presença de Deus. Fazemos parte do mesmo Corpo místico de Cristo, estamos em comunhão, no amor que não acaba com a morte. A morte não tem a última palavra para os que crêem em Cristo. Nosso fim último é a ressurreição.



16 de out. de 2011

O que é de César e o que é de Deus

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 22, 15-21

“Disse-lhes então Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” (Mt 22, 21) 

Mais uma vez, tentam capturar Jesus numa armadilha. É perguntado a Ele se é permitido pagar o imposto a Roma. Como todos sabem, no tempo de Jesus, a Judeia era um protetorado romano e devia pagar por isso. Os cobradores de impostos eram odiados pelos judeusm pois representavam a exploração romana. Jesus pede a moeda com a qual se pagava o imposto e vê nela a imagem do imperador e a inscrição que apresentava o imperador como divino e filho de Deus. Se a moeda tem a imagem do imperador que é tido por um deus, Jesus manda que se devolva ao imperador aquilo que é dele. O imperador não é um deus. Nem filho de Deus. Este título cabe verdadeiramente a um só: Jesus Cristo. Não se deve adorar o imperador, mas respeitar o Estado. 
Graças a filosofia liberal o laicismo invadiu o Ocidente. A doutrina católica sempre defendeu a cooperação, sem mistura, sem um entrar na jurisdição do outro, entre o Estado e a Igreja, ou seja, que a Igreja tenha autoridade religiosa e o Estado autoridade civil e, em assuntos em que está em jogo a salvação das almas, a cooperação de ambos, sendo, nestes casos, superior a autoridade da Igreja por ser a guardiã dos valores morais aos quais todos estão sujeitos. 
Nem a Igreja pode ou quer ter o governo civil, nem o Estado tem autoridade religiosa. O que vemos hoje é uma repulsa à Igreja no âmbito civil, relegando a religião à prática pessoal quando não a proíbe. Os católicos estão cada dia mais privados de defender seus valores publicamente. A mentalidade laicista quer retirar da vida pública qualquer manifestação religiosa e atenta contra a liberdade de consciência. Toda autoridade vem de Deus, mesmo numa democracia, pois Ele tem as rédeas da História em suas mãos. Temos obrigação de cumprir nossos deveres civis desde que estes não sejam contrários à lei moral. Fujamos de toda e qualquer estatolatria.


9 de out. de 2011

Parábola da festa das bodas

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 22, 1-14

“Porque muitos são os chamados, e poucos os escolhidos.” (Mt. 22, 14)

Jesus utiliza-se de uma analogia comum nas Sagradas Escrituras: a figura da festa de casamento com a aliança de Deus com os homens. Na parábola, o rei é Deus que celebra as bodas de seu Filho, que, encarnando-Se, uniu-se com a humanidade em Cristo Jesus. Os convidados especiais para este casamento eram os judeus. O povo judeu foi o depositário da aliança divina, ratificada por Moises no Monte Sinai. Porém, o povo judeu, em sua maioria, rejeitou a aliança, tornando-se infiel.

Quando chegou a plenitude dos tempos em que a aliança definitiva seria selada em Jesus, o Messias, os judeus foram os primeiros convidados. Mas, infelizmente, rejeitaram o convite, desprezaram os enviados de Deus, mataram muitos deles. Então, o rei mandou que fossem convidados todos que se encontravam nos caminhos, todos os povos, de todas as nações para que celebrassem as bodas e entrassem no Reino de Deus, a Igreja que em sua catolicidade, acolhe todos os povos. Quando o rei entrou na festa para ver os convidados, notou que um deles se encontrava sem o traje nupcial, a “roupa de festa”. E mandou que o pusessem para fora, pois não estava trajado condignamente.

Quantas vezes os enviados de Deus nos convidam para que façamos parte da festa das bodas de Seu Filho Jesus e nós recusamos. Os enviados de Deus são maltratados, zombados, ignorados e muitos são mortos como comprova o grande número de mártires no último século e início deste. Não sejamos como estas pessoas, pois a parábola diz que o rei castigou severamente àqueles que rejeitaram seu amoroso convite. No mundo há cerca de 1,150 bilhão de católicos. Quantos destes são praticantes e vivem em santidade buscando fazer a vontade de Deus?

Vimos que não basta ser convidado para o Reino de Deus, nem aceitar o convite: é preciso estar vestido com a roupa conveniente, com a veste de justiça e santidade. Estar na Igreja, ser católico não é garantia de salvação para ninguém. Participar apenas da Santa Missa dominical, fazer algumas orações, dar alguma esmola, ou melhor, fazer o “arroz com feijão”, não é suficiente. É preciso mais, é preciso se entregar totalmente a Deus, ser fiel à Igreja de Cristo e amar os irmãos como Jesus nos amou.

3 de out. de 2011

Os vinhateiros homicidas

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 21, 33-43

“Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o Reino de Deus e será dado a um povo que produzirá frutos dele.”(Mt. 21, 43)

A vinha do Senhor, plantada e tratada com tanto carinho, é povo de Israel, escolhido por Deus para que, através dele, fosse implantado Seu Reino. Durante toda sua História, grande parte dos judeus foi infiel à Aliança que fizeram com Deus. Trataram mal esta preciosa vinha em vez de fazê-la produzir frutos de justiça e santidade. Não quiseram vê-la como dom, mas como propriedade.

Ele então enviou seus profetas. Ao longo de toda a História de Israel, os profetas tiveram a missão de colocar o povo de Deus nos seus trilhos, chamando a cada um para fazer a vontade de Deus e para que fosse preparadi um povo bem disposto para receber o Messias, mas eles não os ouviram, os perseguiram e mataram-nos. Quando Jesus veio, o próprio Filho, a maioria dos judeus não creu Nele como o Messias prometido, renegando-O. Os sumos sacerdotes e anciãos do povo, membros do Sinédrio - para quem Jesus está dirigindo esta parábola - entregaram Jesus Cristo aos romanos e estes o conduziram para fora da vinha - Jerusalém - e o mataram.

Desta forma, com a rejeição de parte dos judeus, Deus chamou para formar Seu Reino, Sua Igreja, pessoas de todos os povos e nações. Esta é nossa responsabilidade. Através da fé e do batismo, nós entramos para trabalhar nesta vinha. E estamos produzindo frutos? Fazemos penitência, obras de misericórdia, amamos a Deus e aos irmãos? Quando o Senhor da vinha vier – ou nós irmos ao Seu encontro – teremos frutos para apresentar?

12 de set. de 2011

Se o 11 de setembro fosse no Brasil

Vendo as celebrações que recordaram os dez anos dos trágicos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e o blá-blá-blá da esquerda anti-americana - a mesma esquerda que muitas vezes se aliou e financiou os terroristas - dizendo que os milhares de mortos nas guerras que os EUA empreenderam após os atentatos não foram lembrados, como se todas aquelas três mil vítimas inocentes do dia 11/09 tivessem merecido morrer por estar em solo americano ou fossem responsáveis pela política externa dos EUA, me veio à cabeça como seria a reação do governo brasileiro comandado pelo PT nestes últimos anos, caso um atentado como estes ocorresse no Brasil. As medidas tomadas seriam:

1. O governo colocaria a culpa do atentado no governo FHC e na política neoliberal;

2. A mídia seria culpabilizada por mostrar somente um dos lados do atentado; 

3. O governo perdoaria a Al-Qaeda, pois esta é uma vítima da sociedade capitalista e por isso agiu assim;

4. O governo do PT abriria uma linha de crédito no BNDES para a Al-Qaeda.


Parábola do servo cruel

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 18, 21-35

“Assim vos tratará meu Pai celeste se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração.” (Mt 18, 35)

São Pedro pergunta a Jesus se devemos perdoar o irmão até sete vezes. Para o apóstolo, perdoar sete vezes já seria um ato magnânimo. Antes da Lei de Talião, o injustiçado podia se vingar sete vezes sobre o agressor. Exemplo: se alguém matasse um membro de sua família, você poderia matar sete membros da família do assassino. Com a Lei de Talião, a justiça era realizada causando ao agressor o mesmo tipo de agressão: o famoso “olho por olho, dente por dente”. Jesus surpreende a Pedro e a nós: deve-se perdoar sete vezes setenta, ou seja, perdoar sempre. E para ilustrar o alcance do perdão e o porquê devemos perdoar uns aos outros, Jesus conta-nos a parábola do servo cruel.

Na parábola, o servo que não tinha como pagar o Rei devia uma fortuna em toneladas de ouro e implorando sua misericórdia, é perdoado. Todos nós nascemos com o pecado original, sem a graça de Deus. Nossa dívida com Deus é imensa e não conseguimos pagar com nossos próprios esforços. Dependemos inteiramente da misericórdia divina. Por nossas próprias forças não poderíamos nos salvar. Por isso que Deus enviou Seu Filho ao mundo e é pela fé e pelo batismo que somos perdoados. Jesus carregou todos os nossos pecados e com Sua morte pagou a dívida que tínhamos para com Deus.

Diante disso, não podemos negar o perdão às pessoas que nos ofendem. O servo que foi perdoado pelo Rei, saindo de sua presença encontra um companheiro, da mesma condição que ele, que lhe deve algumas moedas, que, comparadas a sua dívida com o Rei é absolutamente nada. Mas ele não tem piedade e obriga o companheiro a que pague. Por mais grave que seja a ofensa dirigida a nós, ela é mínima diante de qualquer pecado que fere nossa relação com Deus, pois só Ele é perfeito. Deus nos perdoa sempre que nos arrependemos desde que perdoemos sempre àqueles que pecam contra nós.

Per doar não é fácil. Às vezes, perdoar exige virtudes heróicas. Os pecados contra nós podem ser gravíssimos: o assassinato de um ente querido, um estupro, pessoas que nos prejudiquem no trabalho, na vida familiar. Para perdoar, precisamos da ajuda do Espírito Santo que age em nós, pois o perdão é um dom. Perdoar é uma decisão. É assemelhar-se com Cristo. É ser misericordioso como o Pai é misericordioso. Olhemos para Jesus na cruz: perdoou a todos os seus algozes e mais, sendo inocente, levou sobre Si todas as nossas culpas, sentindo na pele todo o mal que o pecado faz.

O perdão de Deus traz esta condicionante: só seremos perdoados se perdoarmos nossos irmãos. Na parábola, o Rei retira seu perdão ao servo ao saber que não tratou o companheiro com misericórdia. Esta condição perpassa todo o Evangelho, inclusive na oração do Pai Nosso. Por isso, quando rezamos a oração do Senhor, façamos um exame de consciência para que estejamos dizendo a verdade diante de Deus.



4 de set. de 2011

A correção fraterna

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 18, 15-20

“Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvires terás ganho teu irmão.” (Mt. 18, 16)

No mundo que vivemos impera a ditadura do relativismo. Não há mais o certo e o errado. Cada um é seu próprio legislador, faz sua própria moral. Todos estão certos, não há verdade absoluta. E se não há verdade absoluta que importância tem a Igreja, o Cristo, Deus? E graças a este conceito que contaminou nossa sociedade, vivemos um terrível período de decadência moral e seus efeitos já podem ser sentidos e não são bons. Nós como cristãos somos luz do mundo e sal da terra e, por isso, devemos denunciar o pecado. Amar o próximo não é deixá-lo fazer o que bem entende. Isto é indiferença. O maior ato de caridade que há é apresentar a ele a sã doutrina, mostrar ao próximo que ele está no caminho errado e ensiná-lo o verdadeiro.

Se conhecemos a Verdade apresentada por Cristo e não a comunicamos àqueles que estão no erro, pecamos por omissão. Nosso dever é lançar as sementes sem exagerado respeito humano, sem se preocupar em sermos “politicamente corretos”. Muitas vezes ouvimos o argumento, até mesmo entre nós, católicos, que afirma o “não julgará” quando se trata em corrigir fraternalmente as pessoas. Neste trecho do Evangelho, Jesus mostra claramente que as coisas não são bem assim. Ordena que corrijamos nossos irmãos – e deixemo-nos corrigir – sem orgulho ou para humilhá-las, mas com amor, pois a intenção é que se convertam.

A correção deve acontecer na privacidade, sem causar escândalos que podem mais prejudicar do que ajudar o irmão. Deve contar com pessoas preparadas e que nada aconteça sem a autoridade da Igreja que sabe discernir o certo e o errado. É neste ponto que também devemos entender a correção: a Igreja, sustentáculo da verdade, tem a sã doutrina e é guardiã dos ensinamentos puros de Cristo. Lembremos que fora dela não existe salvação, portanto, as religiões não são todas boas, nem as heresias estão abolidas. Há uma verdade e esta se encontra na Igreja fundada por Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica, a qual o próprio Senhor deu o poder de ligar e desligar na terra.



28 de ago. de 2011

Tome sua cruz e Me siga

A Boa Notícia de Jesus Cristo

Mateus 16, 21-27 

“Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder a sua alma?” (Mt 16, 26)

São Pedro acabara de confessar que Jesus era o Cristo. Logo após, ao ouvir o anúncio de Sua Paixão, o primeiro dos apóstolos, ainda contaminado pela idéia do Messias político, imediatamente repreende-o. Como é difícil compreender a loucura de amor que Deus demonstrou por nós ao Se encarnar e morrer da morte mais infame na cruz. Somente com o Espírito Santo podemos compreender que a cruz é a nossa vitória e quantos inimigos da cruz existem nesse mundo. Até mesmo igrejas que se dizem cristãs rejeitam veementemente a cruz de Cristo ou quando a utilizam, apresentam-na vazia argumentando que o Senhor não permaneceu nela, mas ressuscitou. De fato, mas a cruz vazia também não representa nada. Todas as cruzes ficavam vazias assim que o condenado morria e era retirado. Cristãos, não se envergonhem da cruz de Cristo! E, além dos tabus com imagens, certas igrejas também não adotaram a ideologia do mundo: sem encontrar razão para o sofrimento, sem mortificações, sem sacrifícios, prometendo uma vida saudável, feliz e próspera, quanto o Senhor Jesus jamais prometeu tal vida a seus seguidores? 

Hoje em dia, a palavra de ordem é aproveitar a vida com todo o prazer que ela possa nos proporcionar. Assim como Pedro se dirigiu a Jesus tentando convencê-Lo a não Se sacrificar, o diabo, através das ideologias do individualismo, materialismo, da busca pelo prazer, nos diz que a vida é curta e devemos aproveitá-la. Nada mais de mortificações dos sentidos e do corpo – e, infelizmente, muitas correntes cristãs embarcaram nessa – faça o que tiver vontade. Parece um bom conselho. O ídolo principal hoje se chama felicidade. Em busca dessa falsa felicidade inventada no Iluminismo retiram-se tudo que pareça obstáculo pra alcançá-la. Filho indesejado? Aborto. Doenças terminais e incuráveis? Eutanásia. Quer fazer sexo? Faça com quem, como e na hora que quiser. Gaste todo seu esforço e tempo para alcançar dinheiro. Tenha uma vida confortável. Do que adianta viver uma vida confortável, acovardada e "feliz" se, ao morrermos, formos condenados ao eterno sofrimento, no inferno. 

A verdadeira felicidade consiste em fazer a vontade de Deus. Não há salvação sem cruz. Não há ressurreição sem cruz, esta é a verdade do Evangelho e quem quiser seguir a Jesus Cristo terá que carregar a sua cruz. é uma condição, não há outra. Mas a cruz que o Senhor nos dá é um fardo leve, é o jugo de Cristo que devemos tomar sobre os ombros. E no que consiste esta cruz? Nos sacrifícios diários das nossas vontades egoístas, da fuga do pecado, dos prazeres ilegítimos (e dos legítimos também para aperfeiçoar nossa vontade) e, sobretudo, o amor a todos, suportando aqueles que nos maltratam, os inconvenientes e toda sorte de contratempos em nossas vidas. Realmente a vida é curta e única e define nossa eternidade no céu ou no inferno. A decisão é nossa.


24 de ago. de 2011

Se isto é estar na pior...




Nesse verão, muitos jovens decidiram fazer algo diferente. Decidiram ficar em sua Casa, a Igreja e se reuniram na Europa, na Espanha. Dividiram suas vidas, seus anseios e esperanças entre si e com o Papa. Enfrentaram o calor e a chuva e mergulharam no amor de Deus.


Quase dois milhões de jovens (de todas as idades) se encontraram com o Papa Bento XVI na Jornada Mundial da Juventude 2011, em Madrid, entre 16 e 21 de agosto. A JMJ 2011 em um país cujo governo socialista de Zapatero (que reflete, em modo geral, a governança da Europa) facilitou o aborto para adolescentes, aprovou o casamento entre homossexuais, está a um passo da eutanásia, afundou a economia espanhola e a agenda laicista impõe dificuldades para a Igreja na Espanha, foi um espetacular sucesso que poucos veículos da mídia e analistas de plantão poderiam apostar. Mais uma vez, contra todas as espectativas, assim como na visita aos EUA e ao Reino Unido, o Papa Bento XVI saiu vitorioso e com ele, a Igreja.


E tem gente dizendo que a Igreja está na pior. Se isto é estar na pior... PORRA, o que quer dizer tá bem, né?



21 de ago. de 2011

Assunção da Santíssima Virgem Maria

A Boa Notícia de Jesus Cristo
Lucas 1, 39-56
“Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações porque realizou em mim maravilhas aquele que é Poderoso e cujo nome é Santo.” (Lc. 1, 48-49)
Hoje celebramos a assunção da Santíssima Virgem Maria. Aquela que foi escolhida por Deus desde todos os tempos para ser a mãe do Cristo Salvador, Deus feito homem, após sua vida terrena, foi levada ao céu, por Seu Filho, em corpo e alma. A Imaculada não podia ficar entregue à corrupção. Seu Filho, cumpridor de toda a Lei, honrou Sua mãe até o fim, entronizando-a no Reino de Deus, coroando-a como Rainha. Se um dos primeiros atos de Salomão foi colocar a sua direita, um trono para sua mãe e sendo ela uma adúltera foi coroada rainha do Povo de Deus, quanto mais a incomparável Virgem Maria, cujo trono, “Aquele que é maior que Salomão”, não é infinitamente mais digna de tal honra. Ela é a imagem da Igreja gloriosa. Todas as promessas de Deus se cumpriram primeiramente em Maria. É a ela que devemos imitar. 

A humildade de Maria derrota a soberba de Eva. Eva rejeita a Deus; Maria se submete inteiramente ao Senhor. A imaculada virgem Eva oferece ao homem o fruto do pecado, a imaculada virgem Maria oferece á humanidade o fruto da salvação. Todos os atributos de Maria se relacionam diretamente a Jesus Cristo e Sua missão salvífica. Tudo em Maria foi realizado por Deus Todo-Poderoso, portanto quando bendizemos Nossa Senhora, bendizemos a Deus porque o elogio não pára na obra, mas se refere ao Artista. Maria é a obra-prima de Deus, e, sendo glorificada em corpo e alma, representa e inaugura o que será a Igreja quando Cristo voltar. Em Maria, antecipa-se a vitória da Igreja. Por isso, Nossa Senhora é sinal de esperança para todos os cristãos.


7 de ago. de 2011

Jesus anda sobre as águas

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 14, 22-33

“Mas Jesus logo lhes disse: ‘Tranqüilizai-vos, sou eu, não tenhais medo! ’” (Mt 14, 27)

Andando sobre as águas, Jesus mostra que é verdadeiro Deus demonstrando que as leis da natureza não O dominam. Jesus está em oração no alto do monte. Está na presença do Pai, está junto do Pai e vê a aflição de seus amigos. Desse modo, vai socorrer os apóstolos que corriam o risco de naufragar, pois o vento era-lhes contrário e as ondas lançavam a pequena barca de um lado para outro. Ao avistarem o vulto do Senhor em meio à tempestade, o medo toma conta deles, porque pensam ser um fantasma. Não crêem ser possível um homem andar sobre a água! Eles só se tranqüilizam ao ouvirem Sua voz. Mesmo assim, Pedro quer comprovar se é realmente Jesus e, diante do desafio de ir ao seu encontro, sai da barca e caminha em sua direção.

A coragem e a fé de Pedro são admiráveis até o momento que se apavora ao perceber a situação em que se encontra: sobre a água revolta, sem apoio para os pés, em meio à ventania. É uma situação insólita. Pedro esquece-se de Jesus e o medo toma conta de seu coração. Perde a confiança e diante da realidade evidente, afunda. Na noite em que Jesus foi preso, Pedro fraquejará na fé novamente. Horas antes disse que morreria com Cristo e naquela mesma noite negará o Senhor por três vezes. No mar da Galileia, Jesus tomou Pedro pela mão e o reconduziu à barca; com o olhar misericordioso de Jesus ao sair da casa de Caifás e a tríplice profissão de amor (Jo. 21, 15-19) de Pedro, o Senhor o reconduzirá ao timão da barca, ao pastoreio universal de Seu rebanho, à cabeça da Igreja.

No mundo de hoje, não são poucas as pessoas que vivem no medo, na insegurança. O elevado número de pessoas com depressão, chamada de o mal do século, comprovam isto. Os motivos para isto são muitos e, olhando a nossa volta, não conseguimos ver nenhuma solução. Há também pessoas que vivem uma vida materialmente confortável, mas não põem sua confiança em Deus. Estas pessoas vêem Jesus como um fantasma, um vulto histórico que nada pode fazer para ajudá-los ou que nem mesmo necessitam de Sua ajuda.

Porém, o Senhor Jesus está sobre o monte, está junto do Pai, à Sua direita e nos vê do alto dos céus e vem em nosso auxílio. Em meio às trevas, às dificuldades do mundo, invoquemos o Senhor para que nos socorra e não deixe-nos afundar. Mantenhamos os olhos fixos em Jesus e, mesmo que em algum momento de nossas vidas, desviando o olhar Dele, acabamos afundando – no pecado, no desespero – roguemos como Pedro: “Senhor, me salva!” e Cristo estendendo a Sua mão nos socorrerá.



31 de jul. de 2011

A primeira multiplicação dos pães

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 14, 13-21

“Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos.” (Mt. 14, 20)

O trecho do Evangelho de hoje contrasta com a passagem anterior que narra o banquete natalício de Herodes, onde os prazeres do mundo são desfrutados, e este banquete é o tribunal onde João Batista é condenado. Mas o banquete servido por Jesus não atende aos prazeres oferecidos pelo mundo. Foi assim que o Senhor afastou o tentador quando este lhe desafiou a transformar pedras em pão: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”; e esta “Palavra se fez carne” e é o “pão descido dos céus”.

A essência deste milagre não está na partilha do alimento com quem tem fome, mas na doação de Si próprio que Cristo realiza na cruz e que se perpetua na Eucaristia. É nela que Cristo se multiplica sobre os altares do mundo todo, transubstanciando o pão em Sua carne e alimentando Seu povo, durante nossa peregrinação terrestre, através de Seus sacerdotes que são os sucessores dos apóstolos, os quais receberam o mandato de “dar eles mesmos de comer” aos discípulos de Jesus.

É após participarmos da Eucaristia, sacramento da caridade, onde comungamos o corpo de Cristo, do qual nós somos membros, que devemos ir ao encontro dos necessitados, nos doando uns aos outros, a exemplo de Cristo. É alimentados com o Pão da Vida que nos abre o coração para acabar com a fome – e não só de alimento – que assola o mundo. Que sejamos assíduos no Banquete do Cordeiro, na Santa Missa, onde o Cristo nos alimenta.



27 de jul. de 2011

Golpe Militar de 1964 e o Perigo Comunista




O golpe (ou revolução, contrarrevolução, contra-golpe. O termo não importa tanto) de 1964 não é consenso entre os historiadores, talvez porque os atores deste processo histórico ainda estão vivos, as paixões ideológicas à flor da pele e, após a redemocratização, somente um lado - a esquerda - consegue (ou pode) dar sua versão. Defender o golpe de 1964 e criticar a esquerda armada é politicamente incorreto. Se havia um perigo comunista que ameaçava efetivamente o país é difícil saber. Se não existia, levaram os militares a acreditar que existia. Um dos sinais detectado foi a condecoração de Che Guevara por Jânio Quadros no ano de 1961. O que sabemos é que revoluções comunistas, após o sucesso na Rússia, em 1917, foram tentadas em diversos países, fracassando em muitos, como no próprio Brasil, em 1935 e saindo-se vitoriosa em outros, como na China (1949) e em Cuba (1959). O sonho da revolução jamais morreu, ao contrário, reacendeu depois da Revolução liderada por Fidel. O PCB era financiado por Moscou. Aliou-se a João Goulart, o que levava Luis Carlos Prestes, o mesmo que liderou a tentativa de golpe em 1935 e secretário-geral do PCB a afirmar: "Já temos o poder, basta-nos apenas tomar o governo" [1].

Jango propôs as Reformas de Base que tinham viés socialista, principalmente nas propostas de reforma rural e urbana, onde terras e imóveis seriam confiscados e pagos com títulos da dívida pública, o que necessitaria de mudanças constitucionais. João Goulart enviou ao Congresso, em 1963, uma proposta de emenda constitucional com este propósito, mas a emenda foi rejeitada, provocando fortes reações nos grupos de esquerda. O presidente estava cada vez mais isolado politicamente e resolveu usar a estratégia de falar diretamente às massas, apoiado pelas organizações de esquerda. Foi assim que aconteceu o primeiro comício na Central do Brasil, em 13 de março de 1964, onde Jango discursou para 150.000 trabalhadores [2]. As Reformas de Base foram vistas como um programa vago, podendo ser habilmente dirigida à implantação do socialismo no Brasil por via constitucional. As tentativas de mudar a Constituição de 1946, levaram os militares a agir, já que esta previa que as Forças Armadas deveriam garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem (BRASIL, Constituição Federal, art. 177, 1946). [3]

[...] a imagem de João Goulart como um presidente frágil, indeciso e que procurava tenuemente equilibrar-se entre uma esquerda e uma direita radicais, entra em contradição frontal com depoimentos que atestam sua intenção, desde o primeiro dia após sua posse, de manobrar o Congresso para não só derrubar o parlamentarismo (com a antecipação do plebiscito, inicialmente marcado para coincidir com o fim de seu mandato), mas para ampliar sensivelmente o poder presidencial (Cf. COUTO, 1999, p. 32). Essa impressão, amplamente documentada tanto por seus opositores quanto até por seus aliados mais próximos, vem reforçada por denúncias que teria procurado apoio militar para depor a democracia em pelo menos duas ocasiões: em 1960, para afastar Juscelino da presidência e suspender as eleições que davam amplo favoritismo a Jânio Quadros, segundo denúncia de Armando Falcão (Cf. SILVA, 1978, p. 297); e em 1962, quando pressionava o Congresso a antecipar o plebiscito para restaurar o presidencialismo, como denunciou Chermont de Britto (Cf. COUTO, 1999, p. 52). [4]

Outro fator que assustou os militares e levou-os ao golpe foi a revolta dos marinheiros em 25 de março de 1964. Os marinheiros realizavam uma reunião da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais, que era considerada ilegal. Na reunião, estavam presentes sindicalistas e Leonel Brizola, cunhado de João Goulart. O ministro da Marinha emitiu uma ordem de prisão contra os organizadores do evento que contava com dois mil marinheiros e fuzileiros navais. O pelotão com seu comandante designado para fazer a prisão aderiu à resistência. O presidente desautorizou o ministro da Marinha, proibindo as prisões e anistiou os revoltosos. [5] Deste modo, o presidente desrespeitou a hierarquia militar. O episódio demonstrou que parte das Forças Armadas poderia dar apoio militar a um possível golpe comunista.

Grupos da esquerda revolucionária, como o MRT e a ORM-POLOP foram fundados antes do golpe, em 1962 e 1961, respectivamente e a Frente de Mobilização Popular, liderada por Brizola, unificou todas as esquerdas: Comando Geral dos Trabalhadores, Ligas Camponesas, UNE, Ação Popular, a esquerda do Partido Socialista Brasileiro, a esquerda mais radical do PCB, os movimentos de sargentos e marinheiros. Brizola ainda organizou os Grupos de Onze, que propunha a luta armada ainda em 1963, e possuía uma cartilha com indicações como:

No terceiro capítulo, sobre a ação preliminar, os companheiros são instados a tentar conseguir o quanto antes armamentos para o "Momento Supremo". E a lista contempla desde espingardas a pistolas e metralhadoras. Com um lembrete: "Não esquecer os preciosos coquetéis Molotov e outros tipos de bombas incendiárias, até mesmo estopa e panos embebidos em óleo ou gasolina." A instrução reconhece a escassez de armas no movimento, mas conta com aliados militares (segundo o documento, "que possuímos em toda as Forças Armadas") e garante ter o apoio da população rural. "Os camponeses virão destruindo e queimando as plantações, engenhos, celeiros e armazéns." [6]

Em centros urbanos, a tática adotada será assumidamente a de guerra suja, com a utilização de escudos civis, principalmente mulheres e crianças. "Nas cidades, os companheiros [...] incitarão a opinião pública com gritos e frases patrióticas, procurando levantar a bandeira das mais sentidas reivindicações populares, devendo, para a vitória desta tática, atrair o maior número de mulheres e crianças para a frente da massa popular." Agitação é a palavra de ordem, com direito a depredação de estabelecimentos comerciais, saques e incêndios de edifícios públicos e de empresas particulares. Também estão incluídos ataques a centrais telefônicas, emissoras de rádio e TV. O objetivo? "Com as autoridades policiais e militares totalmente desorientadas, estaremos, nesse momento, a um passo da tomada efetiva do Poder-Nação." [7]

Continua Leonel Brizola: "No caso de derrota do nosso movimento, o que é improvável, mas não impossível [...] e esta é uma informação para uso somente de alguns companheiros de absoluta e máxima confiança, os reféns deverão ser sumária e imediatamente fuzilados, a fim de que não denunciem seus aprisionadores e não lutem, posteriormente, para sua condenação e destruição." [8]

Portanto, o argumento que os grupos de esquerda foram forçados à luta armada após 1964 não é verdadeiro. Eles já existiam e passaram a combater o regime porque não mais vislumbraram a possibilidade de atingir o poder através da via democrática, ou seja, do presidente João Goulart. Não é possível que de uma hora para outra este grupos que defendiam a implantação de um regime ditatorial de esquerda no país passaram a lutar pela democracia. Podemos ver que o risco de um golpe comunista existia e a sociedade pressentia, tanto que é claramente perceptível que o golpe civil-militar foi feito ás pressas, já que não possuía liderança e plano ideológico definidos.



24 de jul. de 2011

O tesouro e a pérola

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 13, 44-52

“O Reino de Deus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que tem e a compra.” (Mt. 13, 45-46)

O Reino de Deus é o próprio Jesus Cristo. Na história da Igreja, muitos O encontraram por acaso como aquele que encontrou um tesouro no campo. Outros O encontraram depois de muito procurar como no exemplo do negociante de pérolas. Cristo é a Verdade, o único tesouro e a pérola de grande valor que muitas pessoas passam a vida toda procurando em várias religiões ou em ideologias políticas e filosóficas, sem encontrá-la.

Esta sede de Deus é natural em todo ser humano. Nós sentimos nostalgia de Deus e é nosso dever moral procurar a verdade que já se revelou no Filho de Deus. De fato, todas as religiões possuem sementes do Verbo, são “pérolas” de menor valor. A bondade, o amor, o fazer o bem e evitar o mal levam-nos e nos permitem a procura da Verdade que é Jesus Cristo. Outros se dizem cristãos, mas fazem de Jesus apenas mais uma de suas “pérolas”, numa mistura de religiões, crendo falsamente que todas sejam boas e tenham o mesmo valor.

Mas o Cristo é anunciado em toda esquina, em canais da TV. Como saber se a mensagem é verdadeira? É por isso que Jesus deixou-nos a Igreja fundada sobre os apóstolos e continuada em seus sucessores, os bispos. É na Igreja católica que a plena verdade de Cristo está presente. Ao encontrarmo-nos com Cristo, devemos nos converter e a conversão exige renúncias: “vender tudo o que tem”, se desvencilhar dos pecados e das práticas incompatíveis com o Evangelho. Só Ele basta. Ele é o Salvador que nos dá a Vida.



17 de jul. de 2011

Parábola do joio e o trigo

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 13, 24-43

“No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo em meu celeiro.” (Mt. 13, 30)

Os filhos do Reino são aqueles que vivem na graça de Deus, enquanto os filhos do demônio são os que vivem no pecado. E o primeiro pecado é não adorar o Deus único e verdadeiro e reconhecer Jesus como o Cristo Salvador. Muitas vezes questionamos o silêncio de Deus diante da maldade no mundo. Queríamos que Deus agisse e esta aparente inércia é motivo de descrença de muitos. Na conhecida parábola do joio e do trigo, vemos que Deus é o Senhor da História e acompanha cada um de nós. Não confundamos a Sua longanimidade com indiferença.

Deus quer que todos sejam salvos. Se fizermos um sincero exame de consciência perceberemos que, em muitas vezes durante nossas vidas, oscilamos entre sermos joio e sermos trigo. Quando Jesus vier como Justo Juiz, dará a cada um conforme Suas obras.

O Reino de Deus também é comparado ao fermento posto na massa. Entre todos os ingredientes das receitas, o fermento é a menor quantidade, mas sem ele a massa não cresce. Nós, os cristãos, devemos ser o fermento da massa. Somos poucos diante da população, mas devemos fazer a diferença, testemunhando Cristo através da caridade e da santidade de vida.

10 de jul. de 2011

Parábola do Semeador

A Boa Notícia de Jesus Cristo:

Mateus 13, 1-23

“Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça.” (Mt. 13, 8-9)

Jesus é o semeador, Aquele que nos traz a revelação plena de Deus, e, através de seus pregadores, por toda a História, continua a espalhar Sua palavra. Muitas pessoas já ouviram ou até mesmo leram o Evangelho, mas não deixaram que esta palavra, que é o próprio Cristo, Verbo de Deus, surtisse algum efeito nelas. Muitas não dão a devida atenção a ela, ou não crêem ou crêem no que lhes são convenientes. Ainda que a moção à conversão já seja graça de Deus, preparar este terreno para recebê-la precisa de nossa colaboração. E, após recebê-la, não estamos livres de deixá-la infrutífera dentro de nós. Não basta apenas ouvirmos, lermos ou crermos nela. Devemos nos converter e praticarmos as boas obras, conforme o dom dado a cada um, que esta conversão exige.

4 de jul. de 2011

Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo

A Boa Notícia de Jesus Cristo
Mateus 16, 13-19
“E Eu te declaro: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja.” (Mt. 16, 18)

Jesus pergunta a seus discípulos quem o povo pensava que era Ele. Simão, primeiro entre os apóstolos, declara inspirado pelo Pai, que Ele é o Cristo. Jesus, por sua vez, declara que Simão é a pedra sobre a qual edificará a Sua Igreja. Deste modo, Jesus une Pedro a Si, constituindo-o cabeça visível de Sua Igreja, pastor de Seu rebanho para assegurar a unidade da Igreja, não simbolicamente, mas com os poderes necessários para isto, representados pelas chaves do Reino. É com a fé de Pedro que toda a Igreja deve concordar. Pedro é mais que um nome, é uma missão que continua ao longo de toda a História, em seus sucessores, o Papa, bispos de Roma, cidade a qual Pedro foi crucificado de cabeça para baixo – martirizado juntamente com São Paulo, decapitado – por amor a Cristo. Devemos, portanto, mantermo-nos em comunhão plena com o Papa para que haja uma só fé e uma só Igreja.

Hoje, se a mesma pergunta de Jesus fosse dirigida a nós, a gama de respostas seria maior: uns dizem que Jesus foi um profeta; outros, um rabino; um homem bom; um revolucionário; um espírito elevado; alguns até dizem que foi um extraterrestre ou o fruto da imaginação e criatividade de homens da Palestina. Mesmo entre os cristãos, várias heresias distorceram a imagem de Cristo. Pedro, representando toda a Igreja, declara a fé onde a Igreja é estabelecida. Mesmo que precisemos de um encontro pessoal com Jesus Cristo, a fé não é uma impressão pessoal que temos do Senhor e sim o assentimento à fé da Igreja. Hoje, graças ao Espírito da Verdade que desceu em Pentecostes e nunca mais. Ele é o Messias anunciado no Antigo Testamento. O deixou a Igreja, conhecemos mais profundamente a pessoa de Jesus Salvador do gênero humano. O Deus encarnado. Para nós, quem é Jesus?



1 de jul. de 2011

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus


Entre os anos de 1673 e 1675, Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu diversas vezes à religiosa francesa Santa Margarida Maria Alacoque. Nestas aparições, onde Seu coração estava à mostra significando toda Sua misericóridia e o amor com que amou o mundo, num período onde a heresia jansenista apresentava Deus e a condição do homem pecador tão terrível e desesperadora, Jesus fez doze promessas:

1ª - Eu lhes darei todas as graças necessárias ao seu estado de vida;

2ª - Eu farei reinar a paz em suas famílias;

3ª - Eu os consolarei em todas as suas aflições;

4ª - Serei seu refúgio seguro durante a vida e sobretudo na morte;

5ª - Derramarei muitíssimas bênçãos sobre todas as suas empresas;

6ª - Os pecadores encontrão em meu Coração a fonte e o mar infinito da misericórdia;

7ª - As almas tíbias se tornarão fervorosas;

8ª - As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a grande perfeição;

9ª - Abençoarei Eu mesmo as casas onde a imagem do meu Coração estiver exposta e venerada;

10ª - Darei aos sacerdotes o dom de abrandar os corações mais endurecidos;

11ª - As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no meu Coração e dele nunca serão apagados;

12ª - No excesso da misericórdia do meu amor todo poderoso darei a graça da perseverança final aos que comungarem na primeira sexta-feira de nove meses seguidos.


19 de jun. de 2011

Solenidade da Santíssima Trindade

A Boa Notícia de Jesus Cristo


"Com efeito, de tal forma Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo. 3, 16)


Ninguém pode duvidar do amor de Deus para conosco. Ainda quando éramos pecadores, Deus nos deu o Seu Filho gerado desde toda a eternidade para que possamos ser salvos por Sua morte e ressurreição. Deus nos amou primeiro e, para que sejamos salvos de nossos pecados, exige que aceitemos este convite ao amor, crendo em Jesus Cristo, Seu Filho, como nosso Senhor e Salvador. Jesus nos diz que aqueles que não creem Nele, não podem se salvar. Não é uma falha em Sua misericórdia. Deus respeita a liberdade humana e nada pode diante daqueles que livremente rejeitam a salvação. Infelizmente a cada dia vemos aumentar a rejeição a Cristo e à Sua Igreja numa crescente cristianofobia que, inclusive, já ceifou vidas de cristãos em pleno século XXI. A humanidade mergulha a cada dia nas trevas e a chama de luz.


A fé cristã tem como fundamento o mistério da Santíssima Trindade, Um só Deus em três Pessoas que não dividem entre si a divindade, mas cada uma delas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – é Deus por inteiro. É Deus a primeira comunidade, a família original que vive desde toda a eternidade no amor. E, mesmo não precisando de nosso amor, mas nos amando gratuitamente, quis que participássemos deste amor, criando-nos. E, mesmo quando voltamos às costas para Seu amor, o Pai envia Seu Filho amado, que Se encarna no seio da Virgem Maria e não poupa nem a Si mesmo para nos resgatar e nos dar Seu Espírito Santo para que continue conosco eternamente. Apesar de todo o nosso pecado, a Trindade Santa não nos abandona e, por Jesus Cristo, nós, míseras criaturas, nos unimos a Ela. E não somente após nossa morte, mas desde já, pela fé e pelo batismo, nos tornamos morada do Deus Uno e Trino.

17 de jun. de 2011

Luan Santana e a propaganda gay

É mais do que evidente que vivemos uma enxurrada de propaganda ideológica "gayzista". Há personagens gays a dar com pau – desculpem o trocadilho – nas novelas da Globo e do SBT. O tema está em alta. Será que, sem saber, Luan Santana é parte desta propaganda? A música "Amar não é pecado" já é sucesso e sua letra é, no mínimo, estranha. O teor da letra não se refere à mulher, aliás, não é possível definir a qual gênero é dirigido.


Desconheço a intenção dos compositores (segundo sites de letras de música: Fred, Gustavo, Marco Aurélio, Márcia Araújo). O mais óbvio é que, ao não se referir a homens ou à mulheres, a música romântica possa ser gravada por um cantor ou uma cantora, já que possivelmente a composição não era exclusiva para o Luan Santana. Vamos à letra:


Eu não sei, de onde vem, essa força que me leva pra você
Eu só sei que faz bem, mas confesso que no fundo eu duvidei
Tive medo, e em segredo, guardei o sentimento e me sufoquei
Mas agora, é a hora, eu vou gritar pra todo mundo de uma vez


Eu tô apaixonado
Eu tô contando tudo e não tô nem ligando pro que vão dizer
Amar não é pecado
E se eu tiver errado que se dane o mundo, eu só quero você


A letra basicamente é isso. O resto da música é só repeteco. Convenhamos, a letra remete-nos ao homossexualismo. Vejamos: a primeira parte fala do amor como uma força estranha, anormal e incompreensível que o leva a duvidar do que está sentindo. Por quê? Nada mais natural do que o amor entre um homem e uma mulher.


Aí, por causa deste sentimento novo que o assusta mantém segredo, esconde o que sente. Estaria o eu-lírico (não o Luan, entendam, por favor) no "armário" até, não aguentando mais, resolve se revelar? São somente perguntas. No refrão, a biba não se preocupa com mais nada. É aqui, no refrão, que os velhos chavões gays aparecem: não liga para o pessoal preconceituoso e quer viver a vida como bem entende pouco importando se está errado – e está –, o que importa é a satisfação própria. Soa-nos familiar e “moderno”.


A parte do refrão que dá título à canção é, diríamos, o slogan gay: Amar não é pecado. Ou seja, o amor entre pessoas do mesmo sexo é igual ao amor entre pessoas de sexos distintos. Não, não são iguais, pois no amor (pode-se dizer, conjugal) está incluso a complementaridade e a abertura à geração da vida. Dois aspectos impossíveis entre pares homossexuais. Fica a reflexão sobre a música. Será que o coitado do Luan Santana está sendo canal da famigerada propaganda gay?


11 de jun. de 2011

Solenidade de Pentecostes

A Boa Notícia de Jesus Cristo:
O Espírito Santo é o dom de Deus, conquistado pela morte e ressurreição de Cristo. Jesus nos enviou da parte do Pai o Espírito para nos santificar, para realizar em nós a redenção. Pelo Espírito nos tornamos filhos de Deus e nos unimos aos irmãos, num mesmo corpo, a Igreja, onde Cristo é a cabeça.

Já no domingo da ressurreição, Jesus Cristo, aparecendo aos apóstolos dá a eles o Espírito Santo soprando sobre eles. Este sopro alude ao sopro de Deus na criação de Adão, dando-lhe a vida. Jesus restitui nossa vida da alma na graça de Deus, derramando sobre nós o Seu Espírito. O Espírito Santo vem em Pentecostes e assim nasce a Igreja. Se em Babel, a humanidade orgulhosa que tentava chegar ao céu por forças próprias é dividida pelas diferentes línguas, na Igreja, nesta construção divina, pessoas de todas as raças, nações, povos e línguas serão reunidas numa só família.

É na força do Espírito Santo, nosso Defensor, que a Igreja prega o evangelho da salvação a toda a humanidade e, pelo poder do mesmo Espírito que foi dado aos apóstolos em Pentecostes e permanece na Igreja eternamente, aplica a remissão dos pecados conquistada por Cristo a todos que, pela fé e pelo batismo, ingressam Nela. Abramos nosso coração para que o Espírito Santo que recebemos no batismo realize sua obra, nos dê força, Seus dons e carismas para seguirmos a Cristo, dando a nossa vida por Ele.


5 de jun. de 2011

Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo

A Boa Notícia de Jesus Cristo
Mateus 28, 16-20
“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mt 28, 20b)
Comemoramos a Ascensão do Senhor. Após cumprir Sua missão salvífica, Jesus Cristo volta a Sua glória junto ao Pai de onde tinha saído e está sentado à direita de Deus. Deus veio ao socorro da humanidade Se encarnando. O pastor veio resgatar a ovelha perdida e agora tomando-a nos ombros a carrega consigo. Pela Sua humanidade, Jesus Cristo abre-nos o céu fechado por Adão. E da direita de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo voltará com seus anjos para julgar a todos e por fim à história.
Ele voltará glorioso, não Se reencarnará e nascerá novamente. Para continuar Sua missão, Jesus deixa Sua Igreja, que, na força do Espírito Santo, prega o Evangelho a toda a terra e ministra os sacramentos da salvação instituídos por Ele. E, através de Seu Espírito, Jesus, cabeça da Igreja, a acompanha por toda a História, não permitindo que se desvie da sã doutrina.
No poder do Espírito Santo, Sua missão é anunciar o Evangelho e livrar do pecado, pelo batismo, a todos os homens que crerem. A Igreja torna-se o Cristo prolongado na História. Além de estar presente por Seu Espírito, Cristo se faz presente na Igreja, todos os dias, ou melhor, todo o momento, na Eucaristia, em cada celebração do Santo Sacrifício e em cada sacrário de nossas igrejas. Não tenhamos medo. Cristo vive e está conosco até o fim dos tempos quando Ele voltar em toda a Sua glória.



1 de jun. de 2011

A vitória do Nazismo

O Estado trava uma eterna batalha com o indivíduo. Nos regimes totalitários do período entreguerras, as ideologias do Estado foram impostas pela força, pela coação ou convencimento aos seus cidadãos, como aconteceu na Alemanha nazista, na Itália, fascista e na URSS comunista. Os regimes totalitários do século XX causaram tragédias inimagináveis e que chocaram a humanidade. As teorias nazistas e suas práticas nos campos de concentração levaram o mundo todo, após a Segunda Guerra Mundial, a unir forças para que estas não se repetissem. Criou-se a ONU, foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tribunais e forças militares internacionais foram organizados para combater e punir crimes contra a humanidade. Porém, a liberdade individual corre risco mesmo em Estados democráticos. Após a derrota do nazifascismo e a queda do império soviético, a democracia pareceu sair vitoriosa. Sem dúvida, a democracia é a melhor forma de governo, mas podemos cair na tentação da democracia absolutista, onde a maioria sempre tem razão, pode decidir sobre tudo sem ser pautada por parâmetros morais ou éticos, ao contrário, pode até mesmo elaborá-los de acordo com suas conveniências. Além dessa ditadura da maioria, a democracia pode ser degenerada pelas minorias bem organizadas, usando de subterfúgios do Estado democrático de direito, de pretensos direitos humanos e da ideologia da vitimização e do politicamente correto conseguindo impor suas vontades.


Ao que tudo indica, os atos imorais dos regimes totalitários reaparecem pouco a pouco no século XXI. É claro que possuem nova roupagem – a do politicamente correto – para convencer os incautos, mas a sua essência desumana continua intacta. As teorias da eugenia não nasceram com o Partido Nacional-Socialista Alemão e não morreram com ele. Com o surgimento do darwinismo social acreditou-se que havia seres humanos melhor adaptados ao meio e aqueles que deveriam desaparecer. Não havia lugar para os indivíduos mais fracos cuja natureza se incumbiria de eliminar. Todavia, por que esperar a seleção natural agir se é possível colaborar com ela? Assim, com embasamento científico, a sanha evolucionista do nazismo pretendeu eliminar os deficientes físicos e mentais, as raças inferiores e degenerados de todos os tipos. Vivemos algo semelhante. São cada vez mais comuns, nos países ocidentais, as legislações que promovem o aborto de embriões e fetos com deficiências físicas e degenerativas. Portadores de Síndrome de Down estão desaparecendo na Europa e nos Estados Unidos, cujas leis pró-aborto facilitam que sejam eliminados antes de nascer. Nas fertilizações in vitro os embriões saudáveis são escolhidos e os demais descartados. Já é possível escolher a cor dos olhos, a estatura e o sexo dos indivíduos. Desse modo, volta-se às práticas nazistas na produção do homem perfeito, do super-homem, agora menos chocantes já que são realizadas no microcosmo uterino ou nos laboratórios.


Mas as práticas eugênicas também apresentam-se de maneira mais visível nos casos de eutanásia. A saúde, o vigor físico e a juventude são vistos como bens absolutos e o ápice da felicidade em nossa sociedade hedonista e materialista. Não há lugar para os deficientes, os portadores de doenças incuráveis e os idosos. Não atendem ao tecnicismo que classifica as pessoas entre úteis e inúteis para a sociedade. Nada mais consomem ou produzem. São pesos mortos nas costas de todo o restante da população. Sendo assim, países europeus, como Suíça, Bélgica e Holanda possuem leis que legalizam a prática da eutanásia. Casos pontuais são autorizados pela justiça em diversos países. Os nazistas invadiam hospitais e fuzilavam sumariamente os pacientes. As técnicas politicamente corretas são mais sutis. Levam as próprias pessoas incapacitadas a desejarem a morte.


Em busca desse conceito de felicidade e, consciente ou inconscientemente, do medo de cair à margem da sociedade e poder ser eliminado, o homem moderno preocupa-se exageradamente com o corpo. Há um verdadeiro culto ao corpo. Os regimes totalitários, especialmente de cunho racial como o nazismo, sempre tiveram por modelo os corpos torneados, robustos e jovens como deveriam ser os indivíduos da raça ariana. As academias de ginástica proliferaram neste período. Hoje não é diferente. Há forte apelo da propaganda – não mais a governamental –, onde o ideal de juventude é sinônimo de felicidade e corpos magros e bem definidos estabelecem o padrão de beleza. Vale tudo para alcançar o nirvana dos corpos sarados: as cirurgias plásticas se popularizaram assustadoramente, supervalorizam-se os exercícios físicos e pessoas colocam a saúde em risco com o uso de esteróides anabolizantes, inibidores de apetite e dietas insanas. Portanto, as teorias eugênicas que embasaram os planos políticos e sociais dos regimes totalitários, sobretudo o nacional-socialista, infelizmente não desapareceram com a derrota de Adolf Hitler. Continuam permeando as políticas de saúde dos países democráticos, apresentadas como “direitos humanos”, progresso científico e até mesmo caridade, o que convence grande parte da população relativista e moralmente amortecida do Ocidente. Somente a brutalidade na implantação de tais ideias desapareceu. Sua brutalidade intrínseca, não.



22 de mai. de 2011

5º Domingo da Páscoa - Eu sou o caminho, a verdade e a vida

A Boa Notícia de Jesus Cristo:


João 14, 1-12


“Jesus lhe respondeu: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.’” (Jo 14, 6)


Desde o pecado de Adão nós estávamos privados da graça de Deus, separados d’Ele, e, por nossos méritos, não poderíamos chegar até Ele. Por isso, Jesus Cristo, que é Deus com o Pai e o Espírito Santo, veio ao nosso encontro e por Sua humanidade nos abriu o caminho até o Pai. Ele é a Verdade que nos liberta das falsas doutrinas e dos pecados e nos conduz à vida eterna. Portanto, é Jesus que nos revela Deus verdadeiramente. Alguém que crê em Deus, mas rejeita Jesus como o Cristo Salvador terá sempre um conhecimento parcial sobre Ele e, sem esta fé, e, consequentemente, sem o batismo, não poderá receber a justificação que nos foi merecida pelo sacrifício de Cristo e sermos incorporados à Sua Igreja, como pedras vivas neste Templo santo.


15 de mai. de 2011

4º Domingo da Páscoa - O Bom Pastor


A Boa Notícia de Jesus Cristo:


João 10, 1-10


“Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre e as ovelhas ouvem sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem.” (Jo 10, 2-3)


Jesus é o bom e o verdadeiro pastor, Aquele que cuida de suas ovelhas que somos nós. Ele conhece cada um de nós e nos ama pessoalmente. É por Ele que entramos no Seu novo aprisco, a Igreja, que reúne todos os povos que ouvem e crendo no Cristo Salvador o seguem. Ele deu a vida por nós e cuida de Seu rebanho, pelo Seu Espírito, através dos pastores que constituiu na Terra. Primeiro, Pedro e os apóstolos, depois o Papa e os bispos, seus sucessores legítimos. É por eles que nós, Suas ovelhas, somos curados das feridas do pecado e nos alimenta com a Sua Carne e o Seu Sangue para que tenhamos vida plena. É este alimento divino que prefigurava em Seu nascimento, quando foi deitado na manjedoura, onde as ovelhas se alimentam.


Jesus Cristo é o bom pastor. No Antigo Testamento, o rei de Israel era considerado o pastor que guiava e protegia o povo. Jesus é o rei dos judeus, mas não somente deles, mas de todos aqueles que pela fé e pelo batismo entram em Seu Reino eterno. Deixemos os falsos pastores que agem no meio de nosso povo. Aqueles que pregam heresias, que enganam o povo de Deus, que leva-o ao mal, à mentira e fazem de tudo para conseguir roubar as ovelhas de Cristo. Sigamos a Jesus Cristo, o bom pastor.


13 de mai. de 2011

O Brasil captura Bin Laden

Como seria a operação para capturar Osama Bin Laden se fosse realizada por forças brasileiras?

1. Como os advogados dele não estavam presentes na hora da prisão para garantir seus direitos, a ação seria ilegal;

2. Todas as escutas seriam consideradas ilegais por não terem autorização de um juiz;

3. Os militares seriam acusados de abuso de poder;

4. Em três dias teria um Habeas Corpus decretado por irregularidade nas investigações;

5. Por ser réu primário, não possuir outra condenação, ter nível superior e endereço fixo, responderia ao processo em liberdade;

6. Por possuir livre direito de ir e vir seria liberado para visitas à Meca;

7. Pelo direito de ampla defesa alocaria milhares de testemunhas a seu favor;

8. O processo levaria uma década estando ele em liberdade provisória;

9. Condenado a pena máxima de 30 anos, cumpriria 1/6 como manda a lei;

10. Durante o cumprimento da pena de cerca de cinco anos, poderia receber visitas das suas cinco esposas e teria induto para sair nos feriados, inclusive para comemorar o Natal e a Páscoa;

11. Depois de alguns meses preso, um Juiz decretaria que a prisão dele é ilegal por não constar o crime de "Terrorismo" no nosso Código Penal;

12. Para não manchar a imagem do Brasil junto ao mundo, ele sofreria a terrível punição de doar 10 cestas básicas para as Obras Assistenciais de Irmã Dulce.

13. Por último, teria suas cinco esposas empregadas no Ministério da Pesca e seria nomeado assessor especial de algum ministro, provavelmente o da Defesa.

8 de mai. de 2011

3º Domingo da Páscoa - Os discípulos de Emaús

A Boa Notícia de Jesus Cristo


Lucas 24, 13-35


Mas eles forçaram-no a parar: “Fica conosco, já é tarde e já declina o dia.” Entrou então com eles. (Lc. 24, 29)


Estes dois discípulos haviam posto suas esperanças no Messias político que iria restaurar o Reino de Israel em sua glória davídica e que, agora, era derrotado na cruz. Esta tristeza e falta de esperança fizeram com que não reconhecessem Cristo, que, mesmo ressuscitado, escondia Sua glória.


Ao chegaram, quiseram que Ele ficasse porque as explicações das Escrituras lhes confortavam. Reconhecem o Cristo quando este parte o pão. E voltam imediatamente, à noite, a Jerusalém. O caminho de Emaús segue o itinerário da Santa Missa. Devemos crer na presença de Cristo que está entre nós, através de Sua palavra e, sobretudo, na Eucaristia, onde, como a caminho de Emaús, Sua glória, apesar de real, está velada.


Não podemos, após este encontro pessoal com o Senhor ressuscitado, continuarmos na mesma vida, no medo e na desesperança, pois Cristo é a luz do mundo e não mais andamos nas trevas. Os discípulos de Emaús voltaram para os apóstolos, para a Igreja. Ao encontrarmos com Jesus Cristo, não fiquemos estáticos, mas imediatamente voltemos para a Igreja. Não podemos ser verdadeiros cristãos se formos “freelancers”, individualistas, achando que o encontro pessoal com o Senhor nos dispensa da Igreja fundada sobre os apóstolos. Sem a Eucaristia, não podemos afirmar que conhecemos o Cristo vivo. Ele não passará de uma lembrança lida nas Escrituras.



1 de mai. de 2011

2º Domingo da Páscoa - Profissão de fé de São Tomé

A Boa Notícia de Jesus Cristo


João 20, 19-31


“Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto.” (Jo 20, 29)


Ao anoitecer do domingo da Ressurreição, Jesus aparece aos apóstolos reunidos às portas fechadas. Entra demonstrando que, apesar de ser o Mestre, Aquele que foi crucificado, Seu corpo não era mais o mesmo corpo mortal, não estava mais preso às limitações do espaço. Os apóstolos e demais discípulos estavam com medo e por isso permaneciam escondidos e com as portas bem trancadas. Mas na primeira aparição do Ressuscitado a todos, Jesus mostra-lhes que devem continuar Sua missão. Como o Pai O enviou, Ele também os envia e dá-lhes o Espírito Santo para que possam levar ao mundo o que Ele conquistou na cruz: o perdão dos pecados. Estender a Divina Misericórdia até os confins da terra é a missão da Igreja.


Porém, um dos apóstolos não está presente: Tomé. Quando o encontram, seus companheiros alegremente contam que viram o Senhor. Todavia, ele não crê. Quer provas. Mais do que nunca, o mundo exige de nós, cristãos, as provas de nossa fé. Não crêem em nada que não possa ser medido ou experimentado. A fé em Jesus Cristo vivo entre nós não depende de vê-lo ou apalpá-lo, mas de um encontro pessoal com Ele. No domingo seguinte, Tomé está reunido com seus irmãos e o Senhor Se faz presente entre eles. Dirige-se a Tomé e mostra-lhe as marcas da crucificação. Sim, Tomé. O Jesus que viu pregado na cruz é o mesmo que está a sua frente, vivo, glorioso. Tomé crê e faz a profissão de fé na verdadeira humanidade e verdadeira divindade do Filho de Deus: “Meu Senhor e Meu Deus.”


Nós não vimos o Ressuscitado, mas, pela fé no testemunho da Igreja, devemos crer. Se não crermos que Jesus ressuscitou, nossa fé é vazia. A fé no Senhor Ressuscitado e no perdão dos pecados que a Igreja, sacramento de salvação, leva a todos os povos é a verdadeira paz que o Senhor nos dá. Não como a paz do mundo, mas, entre os mais variados sofrimentos de nossas vidas, lançamos o olhar sobre nosso Salvador e é em Sua misericórdia que depositamos nossa esperança. Aprendamos esta verdadeira paz, em meio as tribulações de nossas vidas, com o Papa João Paulo II, beatificado no dia de hoje, em Roma. Ele soube tomar a sua cruz a cada dia e oferecer cada sofrimento a Deus, unindo-se à cruz do Senhor para cooperar com a salvação da humanidade.