31 de jul. de 2013

Os gastos com a JMJ Rio 2013 e o valor de uma alma

Qual o valor de uma alma? Em meio ao materialismo e tecnicismo, uma parcela da sociedade só conseguiu enxergar a Jornada Mundial da Juventude através dos gastos. Falou-se do emprego de verbas públicas (nem sempre com verdade) e dos desperdícios e prejuízos com a transferência dos eventos de Guaratiba para Copacabana. 

Dom Fernando Rifan contou-nos um testemunho ocorrido na pré-jornada: numa das noites, um grupo saiu da igreja de Santana, no centro do Rio, em procissão até a Catedral onde ocorreria uma vigília. Passando pela Lapa, uma prostituta aproximou-se e perguntou o que era aquilo. Uma das moças lhe disse: "venha com a gente". E ela foi. Entrou com a procissão na Catedral e participou da vigília. Terminando, a prostituta aproximou-se chorando e disse aos organizadores que ia mudar de vida. 

Somente por este único caso, a conversão desta moça, todo o gasto com a JMJ, todos os prejuízos, todos os percalços são infinitamente desprezíveis diante da salvação de uma alma. Só por esta conversão, toda a JMJ já terá valido a pena. A sociedade materialista não consegue ver além da obtenção do lucro. Não se consegue ver a alegria no céu por um único pecador que se converte; não consegue estimar o valor de uma alma. Mas nós sabemos quanto vale. Vale a morte na cruz de um Deus feito homem. Vale todo o sofrimento até a última gota de sangue derramado por aquela prostituta da Lapa.




21 de jul. de 2013

De São Pedro ao Papa Francisco: a invencibilidade da Igreja

Às vésperas da chegada do Papa ao Brasil, refletimos sobre as palavras de Jesus dirigidas ao primeiro Papa, São Pedro: “E as portas do inferno não prevalecerão sobre ela [a Igreja]”. A promessa de Jesus é verificável na História. De fato, a Igreja é invencível. Nenhuma instituição puramente humana sobreviveria a 2000 anos, atravessaria todos os períodos em que classicamente dividimos a História, venceria o Império Romano perseguidor, resistiria à invasão dos bárbaros que colocou a Europa de cabeça para baixo, às heresias e cismas que dilaceraram o Corpo Místico de Cristo, às pressões dos governos, às revoluções liberais e comunistas que banharam o mundo com sangue católico e, por fim, aos pecados, traições, escândalos e contra-testemunho dos seus filhos. 

“Dentro de setenta anos não haverá mais Igreja”, quem disse esta frase está morto há 235 anos: Voltaire. 

“Morreu o último papa”, escreveu o carcereiro no relatório oficial enviado a Napoleão por ocasião da morte de Pio VI, mantido preso pelas tropas francesas na fortaleza de Valence. Era o ano de 1799. Os revolucionários afirmavam que era o fim do Papado e consequentemente da Igreja. De Pio VI a Francisco já tivemos dezesseis Papas. 

“Quantas divisões militares tem o Papa?”, perguntou Stálin debochando da condenação ao comunismo proferida por Pio XI. Perguntamos: onde está a União Soviética? 

A Rocha sobre a qual a Igreja está edificada não é abalada, muito menos derrotada. Pelo Sólio Pontifício já passaram homens de todas as espécies: pescadores, mártires, sábios e ignorantes, ex-escravos, pastores de rebanhos, filhos de empregada doméstica, órfãos abandonados, nobres, príncipes, cientistas, filósofos, médicos, adolescentes, corruptos, políticos, assassinos, devassos e, sobretudo, santos, aliás, muitos santos. Porém, todos foram legitimamente Papas. Todos foram escolhidos pelo Espírito Santo, independentemente se o conclave foi limpo ou repleto de pressões externas ou de compra de votos como já ocorreu na História. Todos serviram a Igreja, ou melhor, foram servidos por Deus como instrumentos, muitas vezes indignos, para governar Sua Igreja. A água limpa da graça não se contamina mesmo percorrendo canos enferrujados. Todos tiveram suma importância no tempo em que governaram a Igreja, demonstrando que, em última instância, é sempre o Sumo e Eterno Pontífice, Jesus Cristo quem governa a Igreja através das vicissitudes da História. 

Estudando a história da Igreja, encontra-se uma das provas de que realmente foi instituída por Cristo e é acompanhada pelo Espírito Santo. É em sua história que reconhecemos que é Santa, pois se não a fosse, os pecados de seus filhos a teriam destruído. Porém, fixamo-nos neste ponto de unidade da Igreja, em sua Cabeça visível, no Vigário de Cristo, o Papa, aquele que foi incumbido de pastorear as ovelhas do Sumo Pastor e confirmar os irmãos na fé. De São Pedro a Francisco vemos a perenidade da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, atacada de todos os lados, mas jamais vencida. 

Viva o Papa Francisco!




4 de jul. de 2013

Pula Catraca Piracicaba: sem argumentos válidos, manifestações perdem legitimidade e apoio

"Quem exagera o argumento prejudica a causa". Foi esta famosa frase do filósofo alemão Friedrich Hegel que me veio à mente hoje ao saber que DE NOVO, NOVAMENTE e MAIS UMA VEZ o grupelho Pula Catraca iria fazer uma manifestação contra o reajuste da tarifa de ônibus em frente ao Terminal Central de Piracicaba. 

O problema é que a causa já não é a redução da tarifa (o que já aconteceu) se é que já foi um dia. A intenção do Pula Catraca é político-partidária. Quando o grupelho não tinha nenhuma expressividade, peguei um panfleto durante uma manifestação em frente à Câmara de Vereadores. A linguagem era de quem tem a cabeça no século XIX, quando muito em meados do vinte. O mesmo blá-blá-blá marxista, propondo estatização de tudo e de todos. Sobre a tarifa de ônibus pouco se dizia. O que importava era atacar o prefeito e o seu partido, o PSDB. De lá para cá, recusou-se a discutir com o prefeito. Preferiu o confronto ao diálogo. 

A manifestação em Piracicaba com 12 mil pessoas em pleno calor dos protestos em nível nacional encheram-lhe os olhos. O fato é que a tarifa foi reduzida, a manifestação se esfriou e hoje o grupelho voltou a sê-lo: não consegue reunir duas centenas de pessoas. E não consegue por alguns motivos: primeiro, a população não é contrária ao prefeito que foi eleito com votação expressiva a menos de um ano e não deseja e nem tem motivos para pedir sua saída, como quer o Pula Catraca; segundo, que 12 mil pessoas foram às ruas piracicabanas influenciadas pela onda de manifestos. Só faltou as camisetas: "Protestos 2013. Eu fui!". A modinha já passou. 

O Pula Catraca, sem mandato para isto, quer falar em nome do povo piracicabano. Isto não lhes dá o direito de atrapalhar que trabalhadores voltem para suas casas depois de um dia duro de trabalho (coisa que devem desconhecer). Não lhes dá o direito de incitar a violência ou querer chantagear o prefeito e a população com frases dizendo que vai "tocar o terror" se suas reivindicações não forem atendidas ou declarações antidemocráticas que pretendem derrubar o prefeito legitimamente eleito. O Pula Catraca não representa ninguém: nem estudantes, nem trabalhadores, muito menos a população piracicabana. Descontente com o acordo entre o prefeito e os estudantes universitários de Piracicaba que reduziu o aumento das tarifas de ônibus, o Pula Catraca exige a revogação total do aumento, porém não apresenta um estudo alternativo demonstrando como seria viável a redução sem impactar as finanças do municípios (a redução da tarifa já deixou um rombo de 4,3 milhões de reais nos cofres do município) o que seria um argumento mais contundente do que fazer bagunça. A verdade é que agora o grupelho só tem um objetivo: desestabilizar o governo enchendo o saco do prefeito Gabriel Ferrato.





3 de jul. de 2013

As manifestações populares e a defesa do estatismo

O que me admira nas manifestações é grande parte da população querer mais do mesmo. Referências à alta carga tributária, ao excesso de impostos foram insignificantes. O estopim das manifestações foi exatamente a reivindicação para que pagássemos mais impostos! Ou alguém pensa que o passe livre para o transporte público seria gratuito?

Não há uma discussão séria sobre transporte público, onde opera uma verdadeira máfia, com histórico de assassinato de sindicalistas e prefeitos, inclusive. Ao invés de exigir que o Estado nos cobre mais impostos para garantir um preço razoável da tarifa de transporte, não estaria na hora de pensar seriamente em entregar o transporte público para a iniciativa privada, onde a livre concorrência melhoraria a qualidade, a velha lei da oferta e da procura manteria os preços em valores adequados e os governos fariam apenas o seu papel, ou seja, o de gerente, fiscalizando e aplicando as devidas sanções quando o prestador de serviço descumprisse seus deveres? 

Seria o fim dos monopólios, dos cartéis, das maracutaias em licitações, da promiscuidade entre o público e o privado, da ineficiência operacional de quem sabe que seu lucro está garantido por subsídios governamentais, o que desestimula as melhorias na qualidade do serviço.

"Nós somos os patrões do Estado" (ou do governo. São coisas diferentes ou deveriam ser). Ando vendo esta afirmação neste clima de protestos. É bela e falsa. Como um "ente" que consome cinco meses de nosso trabalho, queiramos ou não, pode ser nosso "empregado"? Se somos o patrão, quando podemos demitir este empregado que só nos dá prejuízo? 

Só o governo federal gasta 23% do orçamento no custeio da máquina pública e ainda somos nós que estamos no comando? Um povo realmente soberano, que é patrão do governo ou do Estado, é aquele que não precisa sustentá-lo, que toma a iniciativa para si, que faz ao invés de exigir. A frase é falsa a partir do momento que se protesta para que o Estado ofereça serviços públicos em vez de a exigência ser exatamente oposta: que o Estado não nos sobrecarregue de impostos para que tenhamos dinheiro suficiente para pagar por saúde e educação de qualidade, como só a iniciativa privada sabe oferecer. 

Jamais seremos "patrões" do Estado enquanto formos dependentes dele.