A Boa Notícia de Jesus Cristo
João 10, 11-18
“Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai.” (Jo 10, 18)
Hoje é o domingo do bom Pastor. Jesus declara-se o bom pastor. Aqui o adjetivo bom vai além da referência à sua bondade. É bom porque é o pastor que sabe exercer seu ofício com competência. Nosso Senhor revela a diferença entre o bom pastor e o que é mercenário, que não é dono das ovelhas, mas as pastoreia em troca de pagamento. O mercenário não se importa com as ovelhas. Para ele, o importante é receber o salário no final do mês. Quando vem o lobo, ele simplesmente foge para se salvar e abandona as ovelhas. Além de não amar as ovelhas, também não honra seus compromissos com o dono das ovelhas que o paga exatamente para evitar que algum mal aconteça às suas ovelhas.
Aqui encontramos uma lição para cada um de nós: devemos, na nossa vida profissional, fazer nosso trabalho, seja ele qual for, com responsabilidade, competência e de acordo com aquilo que se espera ou se exige de nós para que o salário que recebemos seja fruto honesto do nosso trabalho. O empregado que “enrola” no trabalho, falta sem justificativa, faz seu serviço com displicência, rouba seu patrão, pois recebe um salário que não merece.
Voltando à comparação de Jesus, Ele dá a vida por suas ovelhas. Quando o lobo chegou, quando toda a força do mal se abateu sobre Ele, o Senhor Jesus enfrentou a todo o sofrimento, a todos os golpes, as dores insuportáveis da cruz em prol das ovelhas. Os sumos sacerdotes que passavam diante da cruz O incitavam a fugir daquele sofrimento para provar que era o Cristo. Estes sim, pastores do povo de Israel, eram os mercenários que pretendiam apenas explorar o povo. O rei de Israel, segundo antiga imagem, era considerado o pastor de Israel. Jesus é o rei dos judeus. A placa com o motivo de sua condenação diz categoricamente que Ele é rei. Mas o Pastor dos judeus reina da cruz. Ali é Seu trono, o que os chefes do povo não puderam entender.
Jesus amou de tal forma Seu rebanho que morreu por ele. Ele é o verdadeiro Sacerdote. Livremente entregou Sua vida em sacrifício. Sacerdote e sacrifício são Jesus Cristo. Porém, Jesus não foi derrotado na cruz. Pelo Seu amor levado às últimas conseqüências, resgatou Suas ovelhas feridas e dispersas pelo pecado e com Sua ressurreição, tomando Sua vida de volta, Jesus nos deu a vida em abundância, a verdadeira vida da graça que durará por toda a eternidade. Jesus é o rei dos judeus, mas não somente deles, mas de todos aqueles que pela fé e pelo batismo entram em Seu Reino eterno.
É o pastor que reconhece Suas ovelhas e estas O reconhecem que fazem parte de Seu aprisco, isto é, a Igreja. Deixemos os falsos pastores que agem no meio de nosso povo. Ultimamente, tem-se surgidos inúmeros pastores, inclusive os que dizem falarem em nome de único Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, mas espoliam as ovelhas e muitos tem dado ouvidos a eles, abandonando o rebanho do Senhor. Sigamos a Jesus Cristo, o bom pastor, que nos pastoreia através daquele que instituiu como pastor universal de seu rebanho (Jo. 21, 15-17), Pedro, cuja função continua até hoje em seus sucessores.