Adela da Normandia, também conhecida como Adela de Blois ou Adela da Inglaterra (Normandia, França, c. 1062 – Marcigny-sur-Loire, França, c. 1137) foi condessa de Blois. Sexta filha de Guilherme, o Conquistador e de Matilde de Flandres. Irmã predileta do rei inglês Henrique I, foi uma mulher culta. Considerada amável e letrada, criou em Blois toda uma atividade cultural. Também se dedicou à poesia e as letras. Era defensora dos poetas. A decoração de seu castelo era fastuosa. Sábia, artística e intelectual, ao seu redor esteve um círculo de poetas, sábios e historiadores, que a louvaram.
Em 1080, após longa negociação, Adela casou-se com Estevão II, Conde de Blois e Chartres, com quem teve treze filhos, dentre eles Estêvão, conde de Bolonha, que se tornou rei de Inglaterra em 1135. Por casamento, tornou-se Condessa de Blois, Chartres e Meaux. Grande administradora, desempenhou um papel importante na gestão das terras de seu marido.
Em 1096, seu marido, o Conde Estevão II parte para a primeira cruzada. Adela emprega sua fortuna pessoal na operação militar do marido. Estando o conde na Terra Santa, tornou-se regente dos condados do marido. Dois anos mais tarde, o Conde Estevão II deserta em Antioquia. Mesmo voltando para suas terras carregado de ricos despojos de guerra, Adela ficou furiosa e envergonhada com a deserção do marido, julgando que este não havia cumprido seu voto de cruzado e considerando-o covarde. Pressionou-o a voltar para o Levante o que ocorreu no ano de 1101. O Conde Estevão II morre no ano seguinte durante um cerco, na segunda batalha de Ramla, substituindo a vergonha da deserção pelo heroismo. Com a morte do marido, Adela seguiu administrando suas propriedades e educando seus filhos. Sua influência política se estendia pela Inglaterra e norte da França.
Em 1100, Henrique, com o apoio de sua irmã Adela, suplanta seu irmão mais velho, Roberto, e sobe ao trono da Inglaterra. A condessa Adela governou Blois e Chartres até 1107. Garantindo a segurança de suas posses, passou o poder para as mãos de seu filho, Teobaldo. Guilherme, o filho mais velho de Adela era originalmente o herdeiro dos domínios de seu pai, mas esta honra foi dada a seu irmão mais novo, Teobaldo, com Adela trabalhando ativamente com ele no governo dos estados.
Adela manteve-se em comunicação regular com o arcebispo de Canterbury exilado, Anselmo, e com o Papa Pascoal II. Ela foi patrona de outros líderes da igreja na França e na Inglaterra, empregando suas posses na construção e manutenção de igrejas e mosteiros. Mantendo ligações com o mosteiro de Cluny, Adela apoiou os princípios da reforma papal, mais tarde conhecida como reforma gregoriana, com tendência para o humanismo e a liberdade, que retirou as jurisdições monásticas e episcopais do domínio secular, onde bispos e abades eram escolhidos pelos senhores feudais, prática que ficou conhecida como investidura laica. Ela também sustentou poetas, incluindo o Abade Baudri de Bourgueil, mais tarde Bispo de Dol (com o apoio de Adela). que escreveu um poema que dedicado a sua patrona.
Em 1113, Adela e seu filho Teobaldo juntaram-se ao rei Henrique I da Inglaterra na luta contra as forças dos Capetos, Felipe I e seu filho Luís. Eles entraram em combate novamente em 1118, com Adela tendo um papel diplomático ativo.
Adela se retirou para um convento em 1130, na localidade de Marcigny-sur-Loire, em Marselha. Em 1135, o filho de Adela, Estevão, dirigiu-se rapidamente após a morte de seu tio, Henrique I, para tomar a coroa da Inglaterra. Henrique tinha designado sua filha, a imperatriz Matilda, como sua sucessora, e fez com que seus nobres declarassem lealdade a ela. Mas com a ação de Estevão, uma prolongada guerra civil começou na Inglaterra. Adela não era para ver o fim dessa batalha, nem a derrota final de seu filho. Ela morreu em 8 de março de 1137, aos 74 anos de idade.