Mateus 21, 23-27
"Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: 'Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?'" (Mt 11, 23)
A autoridade religiosa dos sumos sacerdotes e dos anciãos era legítima porque vinha de Deus e Jesus jamais se revoltou contra ela. Jesus "ensina como quem tem autoridade" porque é o Cristo Deus, mas os chefes religiosos, obcecados por sua autoridade, temerosos em perdê-la e tornando-a um fim em si mesma, não conseguiram reconhecê-lo, assim como não reconheceram a missão de São João Batista, enviado para preparar os corações para o encontro com Jesus. O formalismo religioso fez com que perdessem o contato com Deus que julgavam servir. Como está nosso relacionamento com Deus? Pensamos que basta praticar alguns ritos e seguir algumas normas ou temos intimidade com Deus que gera real mudança de vida? Será que temos medo de Jesus, medo de perdermos nossas pequenas "autoridades", nossos poderezinhos, a ponto de soberbamente colocá-lo contra a parede contestando sua autoridade e seus ensinamentos?
17 de dezembro de 2013
Mateus 1, 1-17
"Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo." (Mt. 1,16)
Jesus é filho de Abraão. Nele se cumpre a promessa: todos os povos da terra são abençoados. Mostra-nos, também, que Jesus faz parte da dinastia de Davi, portanto é Rei de Israel. Jesus veio para salvar a todos os povos: judeus e gentios. Veio salvar a você e a mim. Para isso, desceu dos céus e tomou a nossa carne. Entrou na História de um povo. Interessante notar que, entre os antepassados de Jesus, não há somente santos. Longe disso. Há assassinos, adúlteros, prostitutas. Mas Jesus não teme misturar-se. São pecadores de todas as épocas que Jesus quer resgatar. Recusamos ou acolhemos a sua vinda salvadora? Somos pecadores? Não temamos. Nos arrependamos e aproximemo-nos com confiança da misericórdia de Deus e Ele nos perdoará.
Mateus 1, 18-24
"A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo." (Mt. 1, 18-19)
Muitas vezes, José passa despercebido nos evangelhos. Não há o registro de uma única palavra falada por ele. Mas é um dos grandes - se não o maior - santos da Igreja! José era justo. Isto define o homem que foi escolhido para ser legalmente o pai de Jesus. José conhecia as virtudes de Maria, por isso recusa a denunciá-la às autoridades e resolve abandoná-la discretamente porque também não podia assumir um filho cuja paternidade desconhecia. José é justo e o "justo vive da fé". Ele não conseguia compreender como tudo aconteceu, mas sabia que ela não podia ser culpada e confiou o julgamento a Deus e não a ele próprio ou à Lei. Temos esta discrição de São José? Julgamos as pessoas apressadamente sem conhecer todos os elementos que envolvem o caso ou procuramos compreendê-las? Falamos mal das pessoas e as difamamos? Apontamos o dedo para as pessoas ou procuramos ser justos?
Lucas 1, 5-25
"Mas o anjo disse: 'Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João." (Lc. 1, 13)
Zacarias e Isabel já eram de idade avançada e, além disso, Isabel era estéril. Mas os dois não perdiam a esperança, suplicando a Deus que lhes dessem um filho. Quando o anjo Gabriel anuncia a Zacarias que Isabel ficará grávida, ele chega a duvidar de tamanho milagre e é castigado com a mudez. Isabel e Zacarias representam o Antigo Testamento que se tornou estéril e sem mais nada a dizer, mas também o representam na esperança da vinda do Messias que faz tudo novo. Assim, Deus os recompensou dando-os São João Batista que será o precursor de Jesus. Sua missão será preparar os caminhos do Senhor, apelando a todos para que se convertam e façam penitência. É o último e o mais importante dos profetas. Diante das situações da vida, quando tudo parece não ter jeito, mantemos viva a esperança e confiamos em Deus sabendo que Ele pode tudo e cuida de nós? Como estamos preparando nossos corações para acolher Jesus neste tempo propício do Natal? Pela conversão que nos torna férteis em boas obras ou estamos perdidos na preparação de um natal falso e consumista e, por isso, estéril?
20 de dezembro de 2013
Lucas 1, 26-38
"Maria, então, disse: 'Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!'" (Lc. 1, 38)
Deus Todo-Poderoso poderia salvar a humanidade com um simples ato de sua vontade, mas Deus recusou este ato frio de "burocracia". Enviou seu Filho eterno, o Verbo divino, que se encarnou no seio da Virgem Maria. Deus quis se fazer um de nós. Desceu a nós para poder nos elevar até Ele. Não salvaria a humanidade sem a participação do ser humano e para isso escolheu a mais humilde das mulheres para sua mãe, aquela que tinha seu coração em sintonia com Deus e cuja vida tinha apenas o propósito de fazer a sua vontade. Aquele "sim" pronunciado em Nazaré mudou a História e nos abriu o Paraíso. Aquele "faça-se" nos remete ao Gênesis, ao relato da criação. Em Maria, Deus começa a fazer nova todas as coisas. Que tenhamos a coragem e a fé da Virgem Santíssima em se entregar total e incondicionalmente a Deus para que Ele conduza nossas vidas e realize em nós a Sua vontade.
21 de dezembro de 2013
Lucas 1, 39-45
"Com um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!' Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?" (Lc. 1, 42-43)
Em Nossa Senhora, encontramos todas as virtudes (e não seria por menos, já que ela é a Toda-Santa), mas a maior delas é a humildade. Toda mulher judia tinha a expectativa de que seu filho poderia ser o Messias. Maria concebe do Espírito Santo, sabe que será a mãe do Cristo Salvador esperado por séculos, mas ela não se sente orgulhosa, porque sabe que tudo é graça de Deus. A Mãe de Deus não se sente como quem tem o rei na barriga (ainda que, de fato, tivesse...). Quando sabe, através do anjo Gabriel, que Isabel está grávida, Maria parte apressadamente, atravessa o país, para ajudá-la. É a primeira a encontrar-se com Jesus e já parte como missionária. Leva Jesus a Isabel e a João Batista que ficam cheios do Espírito Santo. Quem encontra-se com Jesus não pode guardar esta experiência só para si. Este encontro nos impele a sair da preguiça, da comodidade para anunciar Jesus pelo exemplo de vida, pela palavra e pela caridade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário