Eu sou contra a construção da barragem no Rio Piracicaba que vai permitir a navegação até Ártemis. Por dois motivos: é desnecessária e vai acabar com o Tanquã. Faz vinte anos que o projeto existe e lutava-se para conseguir as licenças ambientais e os recursos financeiros para a obra. Há vinte anos diziam que a Hidrovia Tietê-Paraná tinha como principal meta integrar o Mercosul. O Mercosul está morto, só falta alguém ter a coragem de enterrá-lo. Por que Piracicaba precisa de um porto fluvial? A cidade não está isolada, ao contrário, localiza-se próxima as mais importantes malhas rodoviárias do estado e do país. O que vai ser escoado pelo porto de Ártemis? Grãos ou minério que são as cargas mais transportadas pelas barcaças na hidrovia em questão?
O outro ponto é a destruição do Tanquã, chamado de Pantanal paulista, por conta de interesses que não sabemos exatamente quais são nem de quem são. Vale a pena por fim a um ecossistema como esse, berço de aves migratórias e de peixes e casa de diversas espécies de plantas e animais e que está no roteiro turístico do município (o mesmo município que pretende, agora, destruí-lo)? Volto à questão. Se Piracicaba estivesse isolada, como muitas localidades na Amazônia, por exemplo, e se houvesse a estrita necessidade de gerar um impacto ambiental para melhorar seus acessos e movimentar a vida econômica da região, seria compreensível. Mas o caso está longe disso. Não vale a pena acabar com o Tanquã por causa de uma obra que, ao meu ver, só atende à politicagem e às empreiteiras.
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