A democracia no Brasil está sendo sorrateiramente minada nesta última década. O que está acontecendo no caso do deputado pastor Marco Feliciano é mais uma amostra disso. Impressiona como os incautos de plantão são levados a acreditar que o caso trata-se da relação entre o Estado e a religião ou que as asneiras ditas pelo deputado demonstram racismo ou homofobia. Mas é compreensível. A geração Twitter não lê nada que contenha mais do que 140 caracteres. Por isso, fica impossível ter uma visão global do que acontece, posto que é mais fácil ficar preso à frases de efeito e manchetes. Além do que se vê, tem muito mais por trás (sem trocadilhos) do movimento gay.
Se o deputado em questão é ignorante e incompetente – e já deu mostras de ser – é outra história, mas o fato é que ele foi eleito democraticamente. Foi escolhido como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados conforme as regras da Casa. Ninguém é obrigado a concordar com os seus posicionamentos, mas é preciso respeitar o jogo democrático. Não se faz oposição inviabilizando o debate na base da gritaria, causando tumulto e impossibilitando que o deputado faça seu trabalho. Aliás, na Sexta-Feira Santa, o deputado foi perturbado durante um culto religioso, ou seja, fora das suas funções de parlamentar. Mas algo é preciso notar. Os que protestam de forma violenta contra Marco Feliciano (militantes do PT, do PSOL e do PC do B) são os mesmos que atacaram truculentamente a cubana Yoani Sanchéz, acusando-a de trair um governo ditatorial, porque denuncia a miséria e a opressão mantidas pela família Castro em Cuba. Naquela ocasião, de maneira vergonhosa, impediram que ela se pronunciasse em público. Nada mais antidemocrático. Agem como a S.A., a famosa tropa de assalto nazista que saía à caça de opositores da ideologia. O ex-BBB deputado Jean Wyllys (PSOL - RJ), que durante seu mandato já disse tantas asneiras quanto Feliciano, é partidário destes métodos. Nestes três anos como deputado, preferiu a bravata do que apresentar projetos de lei que possam ser discutidos seriamente pelo parlamento.
Será somente coincidência que os partidos de esquerda abraçaram a causa gay? Vejamos. Nos países comunistas, o homossexualismo era crime. Para os marxistas, o homossexualismo era uma das provas cabal da degradação moral da sociedade capitalista. Gays foram perseguidos, presos e mortos na URSS, na China e em Cuba. Mas o que mudou na mentalidade da esquerda? Seria uma guinada em direção à compaixão? Não. O motivo é a luta de classes, ou seja, continua tão marxista quanto antes. Tal concepção surgiu na esquerda norte-americana, tendo como teórico o filósofo Herbert Marcuse. A luta de classes penetrou pouco no operariado norte-americano e este pouco foi habilmente anulado pelo governo nas primeiras décadas do pós-guerra. Não podendo contar com os protagonistas da revolução, a nova esquerda norte-americana precisou criar outras “classes”, reforçando ou produzindo antagonismos dentro da sociedade. A luta pelos direitos civis da população negra era uma causa justa. Assim, os movimentos negros foram abraçados pelos marxistas norte-americanos. Surgiram os movimentos hippies, feministas e homossexuais. Era preciso lançar negros contra brancos, mulheres contra homens, gays contra héteros, ou seja, a eterna luta entre oprimidos e opressores que move a História e levaria inexoravelmente a uma nova sociedade: a comunista. Neste contexto é que surge o “politicamente correto”, uma forma eficaz de patrulhamento ideológico que inviabiliza o debate e o contraditório, elementos típicos da democracia, através da ameaça e da censura.
Portanto, vemos como que por detrás de toda uma pretensa luta de direitos esconde-se ideologias revolucionárias perniciosas que pretende o fim do regime democrático, implantando o totalitarismo. Os homossexuais são utilizados como massa de manobra. Para esses partidos políticos, cuja ideologia sempre repugnou o homossexualismo, os interesses dos gays não são tão importantes. O que importa, de fato, é o êxito da revolução. Os casos de violência contra homossexuais são raros no Brasil e inflacionados artificialmente e não há dúvida que tais ideólogos inescrupulosos adorariam ver realmente aumentados. E muita gente de boa vontade acaba embarcando nessa, dando apoio ao que não conhece exatamente, engrossando o rebanho. Consola saber que estes esforços estão apenas no princípio. Os homossexuais não apoiam em massa os métodos truculentos. Basta considerar que na Parada Gay de São Paulo aparece um milhão de pessoas e para protestar contra Feliciano, uma dúzia. Mas é preciso conhecer os fatos e os verdadeiros objetivos que tais protestos escondem.