25 de nov. de 2012

Reino de Deus ou República Democrática de Deus?


Hoje, fechamos o Ano Litúrgico com a festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Jesus veio implantar Seu Reino entre nós, cujo germe está presente na Igreja e se consumará no fim dos tempos. Todo aquele que crê em Jesus Cristo e é batizado fica sob Seu domínio de amor. Mas vejo que muitos cristãos estão esquecendo que fazem parte de um Reino, especialmente os evangélicos que seguem a linha da teologia da prosperidade, esses evangélicos televisivos, para exemplificar de quem se trata. 

O distanciamento histórico com a forma monárquica faz com que estas "igrejas" não consigam ter uma imagem clara do que seja um reino e como funciona seu governo. Essas "igrejas" não existiam quando a monarquia era a forma de governo de quase a totalidade dos países. Não existiam no Império do Brasil. E como era um reino na época de Jesus? Basicamente, um reino é governado por um monarca. Ele tem todo o poder. Ele concentra todos os poderes do Estado: legisla, julga e executa. Ele é superior aos seus súditos. É claro que a comparação está longe de ser perfeita, mas os reinos da terra podem nos dar uma imagem do Reino de Deus. 

Mas o que transparece nas doutrinas destas novas "igrejas"? Não se trata do Reino de Deus, mas de uma República. Por quê? Para eles, Deus não fez uma aliança com seu povo, mas fez um contrato com Seu povo (um contrato social, diriam os filósofos políticos). As Sagradas Escrituras são a constituição. Lá consta os direitos e deveres dos fiéis, mas também os deveres e direitos de Deus. Deus, como Presidente, está submetido a esta constituição (Deus não age fora da Bíblia). Termos como "tomar posse" e "determinar" são comuns para se alcançar uma graça, ou melhor, um direito constituído. Determinadas graças e milagres dependem do número de fiéis ou de pastores. Se houver o maior número possível, mais fácil será alcançá-los. É o mecanismo do referendo ou do plebiscito. A maioria decide se a graça deve ou não ser concedida. Tudo muito democrático. 

Na Bíblia há a cura de alguém? Então Ele vai ter que me curar! Há prosperidade econômica de certos personagens? Tenho o mesmo direito! A relação entre o humano e Deus passa-se a ser liberal: a Bíblia é um contrato assinado por Deus e pelo fiel, em igualdade de condições. Se uma das partes não respeitar uma das cláusulas pode sofrer as consequências. Ao fiel, cabe obedecer as leis desta República para não ser punido. Deve pagar seus tributos e impostos rigorosamente (dízimos, ofertas, campanhas das mais estranhas). Assim poderá usufruir das benesses do "Estado" e exigir seus direitos: se está na Bíblia, Deus vai ter que fazer! Em meio a orações em alta voz ou acompanhadas de um choramingo insuportável, praticamente esfrega-se o Livro Sagrado na cara de Deus para que Ele se lembre do que está no "contrato". Deus não é livre e Todo-poderoso. Se descumprir seu plano de governo, suas "promessas", corre o risco de sofrer um impeachment. 

É claro que as coisas não acontecem assim, às claras, e talvez nem seja consciente, mas a escola teológica (se é que podemos chamar assim) que estes pastores seguem, demonstram desconsiderar a Onipotência divina, Sua livre vontade e agir perante o mundo e seus filhos. Não é a vontade de Deus que conta, mas suas "promessas" deduzidas na Bíblia. Talvez estas "igrejas", fundadas sobre a teologia da prosperidade, cujas origens são norte-americanas, trazem em seu DNA o republicanismo e a democracia, marcas dos EUA. Mas os cristãos são súditos de um Reino. Deus é o Senhor e Rei, Aquele que tem todo o poder e liberdade para agir quando e como quiser. Não tem obrigação de curar a todos, nem de dar riquezas a todos. Não está submetido a nada nem a ninguém. Ninguém tem direitos diante d'Ele, pois tudo é graça. Somos filhos diante do Pai sem condições de nada exigir. Só Ele nos conhece em profundidade e sabe o que é melhor para nós. É Sua vontade que deve ser feita e não a minha, por mais nobre e boa que pareça ser. 

Viva Cristo Rei!

20 de nov. de 2012

Petição contra a Usina de Belo Monte


Esses dias vejo rodando pelo Facebook uma petição contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. Já assinei várias destas petições sobre outros assuntos. É uma boa forma de se manifestar, mas o efeito prático é nenhum. 

Sobre o assunto não tenho opinião formada, pois o assunto não é tão simples, a começar pelos que são contra a usina: obscuras ONG's estrangeiras apoiadas por artistas hollywoodianos que defendem a internacionalização da Amazônia; antropólogos que se esforçam para que ribeirinhos e índios vivam como tal, nem que eles não queiram; artistas e intelectuais que moram em Ipanema ou no Leblon e só conhecem a "natureza" pelas janelas de suas coberturas; o holandês Greenpeace que defende a preservação de 61% dos nossos biomas, mas não se ocupa dos 0,8% do que sobrou de florestas em seu país de origem.

A construção da Usina de Belo Monte se arrasta por duas décadas. Depois de tantos esforços, sua construção foi autorizada pelos órgãos ambientais com a obrigação de reduzir ao máximo os impactos ambientais e sociais. É impossível construí-la sem causar algum impacto. Aliás, é impossível qualquer atividade humana sem que estes impactos ocorram. 

Tudo deve ser levado em conta, principalmente os diretamente afetados e infinitamente mais importantes do que árvores e animaizinhos: as tribos indígenas e comunidades locais que dependem da extração e da pesca e das únicas rotas de transporte, os rios. A vida destas pessoas pode ser seriamente comprometida, levando-os à miséria extrema.

É fato que o Brasil escolheu o desenvolvimento industrial e para continuá-lo, necessitará de energia elétrica. É fato que as bacias hidrográficas brasileiras estão saturadas e não há outra região para se construir hidrelétricas senão a Bacia Amazônica; é fato que não há outra alternativa de geração de energia que seja limpa e rentável: as usinas eólicas dependem de ventos fortes e constantes e a energia elétrica que produzem é cara tanto quanto a das usinas fotovoltaicas. Restariam as usinas termelétricas (nos últimos anos o governo do PT investiu pesado na construção destas) altamente poluidoras e as usinas nucleares, que produzem energia elétrica barata, mas trazem todos os riscos que conhecemos. 

Portanto, é preciso pensar duas vezes antes de assinar a tal petição, ainda que, repito, na prática não surtirá absolutamente nenhum efeito. Além de todos os argumentos pró e contra que nos levem ou deixem de assinar, também temos que pensar na nossa hipocrisia. O desenvolvimento econômico do Brasil está baseado no consumo. E o governo incentiva dia-a-dia o aumento do consumo. E o pior: CONSUMIMOS! E o que mais consumimos são aparelhos eletroeletrônicos, bugigangas tecnológicas, temos trocentos celulares, IPad, IPod, tablets, PC's, notebooks, TV's, etc, etc. O acesso a toda essa tralha nunca foi tão fácil no Brasil. Com isso, a demanda por energia elétrica aumentou, tanto nas fábricas como nas nossas casas. 

Como manter nosso nível de consumo, nosso "conforto" sem que haja o aumento de produção de eletricidade? Os culpados são as empreiteiras e o governo? Ou somos tão alienados a ponto de não fazer ideia de como a eletricidade chega em nossas tomadas? Antes de assinar comodamente uma petição que não levará a nada talvez por desencargo de consciência, sugiro atitudes mais sérias: utilizem apenas o necessário, não saiam comprando aparelhos eletroeletrônicos quando não precisam deles, gastem menos energia elétrica. A doença é mais grave do que se imagina. E trata-se doenças graves com remédios amargos e muitas vezes dolorosos e não com qualquer aspirina.

O verdadeiro significado das cores da bandeira do Brasil



O tradicional significado das cores da bandeira do Brasil não corresponde exatamente ao sentido original. O verde não significa nossas matas; o amarelo, as riquezas; o azul, nosso céu. A bandeira nacional, com o losango amarelo sobre retângulo verde surgiu com a independência do Brasil. As cores da bandeira do Império do Brasil tinham outros significados: o verde era a cor real da casa de Bragança, a cor da família do imperador Dom Pedro I; o amarelo, por sua vez, era a cor da casa de Habsburgo, a família de Dona Leopoldina, arquiduquesa da Áustria e imperatriz do Brasil. Portanto, as cores predominantes da bandeira do Brasil foram resultado da junção das cores heráldicas das duas famílias unidas por casamento. Uma tradição bastante antiga entre os nobres. A diferença entre as duas bandeiras está na figura em seu centro. A bandeira imperial traz as armas do Império. Com o advento da República, as armas foram substituídas pelo mapa do céu da noite de 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro. A primeira bandeira republicana era bastante semelhante à bandeira norte-americana (lembrando que o primeiro nome oficial do Brasil republicano foi “Estados Unidos do Brasil”) e foi recusada pelos militares ao alegarem que sob a antiga bandeira nacional, com suas tradicionais cores e formas, o exército havia lutado pela pátria. Com a República, o significado original das cores da bandeira perdeu o sentido e houve um processo de ressignificação das cores – extraoficial, já que não há nada na legislação sobre o significado das cores –, recebendo o significado que conhecemos hoje.

Bandeira do Império do Brasil