29 de jan. de 2010

Quem será ele?

As coincidências (ou não) são tantas que fica difícil adivinhar de quem estamos falando:
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Imaginem um país onde a população se dizia humilhada e espoliada pelas grandes potências. Crises econômicas devastavam a vida financeira da população. Havia altos índices de desemprego, a inflação os ameaçavam. As Forças Armadas estava sucateada.
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Aí, surge um líder carismático. Ele surge das camadas mais pobres da sociedade. Fala como o povo e seus discursos arrebatam a multidão. É eleito democraticamente. Ele levanta o moral do povo, investe imensamente em propaganda, tanto governamental, quanto voltada para reanimar o orgulho da população. Gera milhões de empregos, emparelha o Estado com seus companheiros, une-se a grandes empresários, aos sindicatos, às organizações estudantis. Estes não mais protestam, agora fazem parte do governo. Ele luta contra o imperialismo e o liberalismo. A polícia do Estado está a seu serviço. Grupos de milicianos estão discretamente espalhados pela sociedade civil, na cidade e no campo, e agem motivados por ele.
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Este líder tem a admiração dos governantes estrangeiros. Fecham-se acordos com ele. É elogiado por aqueles que visitam seu país e por instituições internacionais. A oposição praticamente não existe. O judiciário está a seu serviço e quando raramente decide algo contra o governo, ele passa por cima das decisões. Cria mecanismos de controle da imprensa e da liberdade de expressão, o cinema também é seu aliado. As escolas públicas viram centro de doutrinação. O universal direito à vida e à religião são ameaçados, mas ninguém se preocupa com isto, desde que suas situações econômicas estejam em ordem, afinal, ele retirou milhões de pessoas da pobreza. O povo o adora.
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Ele põe a culpa das crises e dos males do povo em determinados grupos de pessoas com características peculiares.No campo das ciências, investe em pesquisas que descartam vidas inúteis em prol da saúde de seu povo. Dos assuntos referentes aos mais indefesos, fracos e deficientes da sociedade, ele retira todo o aspecto moral e afirma que decisões sobre eles é questão de saúde pública. Incentiva a indústria naval, compra e produz aviões e navios de guerra, submarinos, tanques. A indústria automobilística e ferroviária são impulsionadas. Fecha acordo com a Santa Sé a fim de conquistar os católicos e parte do clero o apoia. Consegue apoio em algumas igrejas protestantes e em outras religiões não-cristãs. Faz alianças com seus vizinhos e com povos distantes, baseadas na proximidade ideológica. Os ajuda. Sua meta é unir seu continente. Este líder foi eleito o Homem do Ano. Foi cogitado para receber o Prêmio Nobel da Paz.
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Por fim, para coroar seu governo e fazer seu povo encher-se de orgulho, traz para seu país eventos grandiosos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.
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Ah, e ele odiava os sociais-democratas e os liberais. Agora ficou fácil descobrir.



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