27 de abr. de 2014

Oscar Schmidt adorou o Papa Francisco ao ajoelhar-se diante dele? A Bíblia responde.

É coisa antiga, mas só vi agora. Quando o Santo Padre esteve no Brasil por ocasião da JMJ, Oscar Schmidt encontrou-se com ele e - como deve ser - ajoelhou-se diante do Papa. Isto eu vi. O que eu não tinha visto era a acusação (velhíssima, por sinal) de que o ex-jogador de basquete tinha "adorado" o Papa. Acusação feita por aqueles que julgam - e gabam-se de - conhecer a Bíblia de trás pra frente. Será que ajoelhar-se, prostrar-se diante de alguém é adorá-lo? 

Só vou dar um exemplo porque a hora já vai adiantada e eu estou com sono. Em diversas passagens da Bíblia, aparecem pessoas prostrando-se diante de outras pessoas em sinal, por diversos motivos, de reverência e respeito. Vamos a um trecho que relata o reencontro de Jacó com seu irmão Esaú:

"E ele, passando adiante, prostrou-se até a terra sete vezes antes de se aproximar do seu irmão." (Gênesis 33,3) 

Na Septuaginta (versão grega) temos: 

αὐτὸς δὲ προῆλθεν ἔμπροσθεν αὐτῶν καὶ προσεκύνησεν ἐπὶ τὴν γῆν ἑπτάκις ἕως τοῦ ἐγγίσαι τοῦ ἀδελφοῦ αὐτοῦ

O verbo "prostrar" é traduzido a partir do verbo grego προσκυνέω (pronuncia-se proskynós) que significa reverenciar, adorar. Não me parece que Jacó adorou seu irmão como se adora a Deus. Na mesma cena, as mulheres de Jacó, seus filhos e servas também "adoram" Esaú. 

A tradução latina (Vulgata) é ainda mais descarada: 

Et ipse prægrediens adoravit pronus in terram septies donec adpropinquaret frater ejus.

Mas alguém poderia objetar: "Ah, mas o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, não em grego, muito menos em latim!". Pois temos o hebraico também: 

והוא עבר לפניהם וישתחו ארצה שבע פעמים עד גשתו עד אחיו

(וישתחו = adorou) 

Com efeito, o verbo προσκυνέω também é usado quando se trata da adoração exclusiva a Deus, como nesta passagem: 

"Samuel voltou, pois, com o rei, e este adorou o Senhor." (I Samuel 15, 31)

Na Septuaginta: 

καὶ ἀνέστρεψεν Σαμουηλ ὀπίσω Σαουλ καὶ προσεκύνησεν τῷ κυρίῳ

Na Vulgata:

Reversus ergo Samuhel secutus est Saulem et adoravit Saul Dominum

No hebraico:

וישב שמואל אחרי שאול וישתחו שאול ליהוה

(וישתחו = adorou)

Portanto, a Bíblia (em sua língua original e nas mais antigas versões grega e latina) não tem palavras distintas para o ato de adorar a Deus e para o de reverenciar alguém. Se a própria Bíblia - e não podemos negligenciá-la - traz o mesmo termo sem que haja nenhuma dúvida ou confusão relativas à diferença entre a adoração devida somente a Deus e a reverência profunda expressa pelo corpo no ato de prostrar-se, por que acusar o nosso querido Oscar - e a tantos católicos - de idolatria quando se reverencia através da expressão corporal (prostrando-se ou ajoelhando-se) a quem merece tal reverência, seja ele um sucessor dos apóstolos ou um santo? Quem acusa um católico por isso está acusando a própria Bíblia.


22 de abr. de 2014

Disse Ziraldo: "As ideologias da esquerda não são naturais". Eis uma verdade!

"O socialismo, o comunismo é um fracasso porque não é natural. A esquerda não é natural, é uma tentativa de racionalização, mas não é natural. Os valores defendidos pela direita, estes sim, são naturais." Disse Ziraldo, ontem, no É Notícia da RedeTV!. É verdade. É exatamente isso que afirmaram os Papas desde Pio IX. Nada que seja natural precisa ser imposto por revoluções. O que é natural se impõe por si próprio porque é a verdade. 

Dois exemplos de causas defendidas pelas esquerdas ilustram bem isso: casamento gay e aborto. Veja a dificuldade em convencer que ambos são "direitos", são coisas normais. Elaboram-se verdadeiros tratados para defender o indefensável. "O excesso de argumento prejudica a causa", já dizia Hegel. E por que este excesso? Simplesmente porque é óbvio (justamente porque é natural) convencer-se que um casamento faz-se entre um homem e uma mulher e que o direito à vida é inalienável desde a concepção. Mas há quem sofra da Síndrome do Kiko e continue a afirmar com todas as forças que existe bola quadrada.




20 de abr. de 2014

Ó morte, onde está sua vitória?


Jesus ressuscitou verdadeiramente, Aleluia! O mal e a morte não possuem a última palavra.
"Onde está Deus?", costumam perguntar, geralmente, aqueles que não creem em Deus quando se encontram diante dos males do mundo. Esta pergunta ecoa através da História: por que os inocentes sofrem se há um Deus que é amor e bondade? A resposta foi dada na cruz. O maior crime que a humanidade cometeu até hoje não foi o holocausto dos judeus, nem as grandes guerras ou os ataques nucleares. Foi a crucificação do Filho de Deus. 
Deus, não podendo dar mais, deu-se a si mesmo em Jesus Cristo. Ele, sendo santíssimo e inocente, sofreu toda a maldade que a humanidade é capaz de realizar para poder resgatar esta mesma humanidade perdida em seus males. Deus não se alegra com o sofrimento dos bons, mas agora os sofrimentos que são causados, direta ou indiretamente, pelos pecados próprios ou de outros, se unido à cruz de Cristo, é motivo de salvação. 
Todos, de uma forma ou outra, sofremos ou sofreremos, pois nossa natureza humana está ferida e nem Deus pode suprimir a liberdade humana para impedir que o homem faça o mal. Mas Jesus Cristo ressuscitou, venceu o Maligno e suas obras, venceu a morte. O mal e a morte não têm a última palavra da História. Os sofrimentos não são inúteis se vivemos unidos a Cristo, nossa esperança. "Se morremos com Ele, com Ele ressuscitaremos". Basta acreditarmos. Basta amarmos a Deus de todo o coração e n'Ele esperarmos.


15 de abr. de 2014

A Igreja católica jamais facilitou a doutrina às custas da verdade

Um dos aspectos que me levam a crer que a doutrina católica seja verdadeira é o fato de a Igreja nunca ter tomado o caminho mais fácil. O caminho mais fácil sempre foi tomado pelas heresias, jamais pela ortodoxia. 

Alguns exemplos: a Santíssima Trindade é um dos mais difíceis de compreender. Deus é único, mas Nele há três pessoas distintas, unidas e com a mesma substância divina. Os três são Deus, mas Deus não tem seu poder diminuído sem uma delas e não é mais poderoso com as três. Já as heresias são simplificadoras: seria mais simples crer que há um único e uno Deus; ou que o Filho e o Espírito Santo são subordinados ao Pai ou inferiores ao Pai ou uma emanação do mesmo e único Deus. 

Jesus Cristo. Crer que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo eterno, se fez homem no ventre da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo sem concurso de homem. Crer que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, consubstancial ao Pai certamente é o caminho mais difícil. Seria mais fácil e cômodo crer que Jesus foi concebido naturalmente como todos os homens. Que era uma criatura, a mais perfeita das criaturas, mas apenas uma criatura. Ou crer que é uma espécie de semideus como aqueles dos mitos antigos; ou que sendo Deus é inferior ao Pai ou de uma substância distinta ao do Pai. 

A eucaristia. A Igreja sempre acreditou que a eucaristia não é um simbolismo, nem a representação da última ceia, mas que o que ocorre na Missa é a atualização do sacrifício único de Jesus acontecido no Calvário. Acredita que o pão e o vinho se transubstanciam no Corpo e no Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo e que sob a aparência do pão e do vinho, está verdadeiramente o Cristo, com sua alma e divindade. Seria mais simples crer que é somente um símbolo, um memorial piedoso ou que o Cristo se faz presente espiritualmente, mas não materialmente.

A ressurreição de Cristo. Poderíamos crer que a ressurreição não foi um fato material e histórico; que houve uma construção histórico-teológica dos discípulos de Cristo e que a ressurreição significa a presença de Cristo em seus seguidores e nos valores do Reino de Deus, o que O manteria "vivo", ou seja, a ressurreição seria uma espécie de idealismo cristão. Mas não. Contra todos os céticos de todas as épocas, a Igreja afirma que Jesus ressuscitou verdadeiramente, levantando do túmulo com o mesmo corpo que foi pregado na cruz, mas transformado gloriosamente e que está vivo em corpo e alma nos Céus e em espírito no meio de nós.

É simples entender porque a Igreja trilhou o caminho mais difícil na consolidação da doutrina: a verdade não pode ser negada somente porque não é plenamente entendida ou porque não compreendemos os mistérios de Deus graças as nossas limitações humanas.